Milho: De olho no clima nos EUA, mercado testa ligeiras altas na manhã desta 5ª feira na Bolsa de Chicago

Publicado em 21/07/2016 07:57

Nesta manhã desta quinta-feira (21), as cotações futuras do milho operam com leve alta na Bolsa de Chicago (CBOT). Por volta das 7h31 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam ganhos entre 0,50 e 1,00 pontos. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,38 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado a US$ 3,45 por bushel.

Mais uma vez, as cotações esboçam uma ligeira recuperação depois das perdas recentes. O mercado permanece sensível às informações sobre o comportamento do clima nos Estados Unidos. Isso porque, as lavouras de milho estão na fase mais importante de seu desenvolvimento e de definição de produtividade, a polinização.

Contudo, grande parte das plantações, cerca de 76%, ainda apresentam boas ou excelentes condições, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Para os próximos dias, os institutos de meteorologia indicam um clima quente e mais úmido sobre o Meio-Oeste dos EUA.

"Ainda assim, a recente queda nos preços atraiu negócios de exportação, especialmente com empresas da Coreia do Sul esta semana. Diante desse cenário, a expectativa é que as vendas para exportação, que serão reportadas nesta quinta-feira, sejam semelhantes aos negócios reportados na semana anterior", disse Bob Burgdorfer, editor e analista de mercado da Farm Futures.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho:Clima nos EUA continua em foco e mercado consolida 2º dia consecutivo de perdas em Chicago

Pelo segundo dia consecutivo, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram em queda. Nesta quarta-feira (20), as principais posições da commodity exibiram desvalorizações entre 4,00 e 4,25 pontos, com queda de mais de 1%. O setembro/16 era cotado a US$ 3,37 por bushel e o dezembro a US$ 3,44 por bushel.

Diante do desenvolvimento da safra 2016/17 nos Estados Unidos, o foco não poderia ser outro a não ser o clima no país. As previsões meteorológicas ainda indicam um tempo um pouco mais quente e seco nos próximos dias, contudo as lavouras ainda apresentam boas condições e, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em torno de 76% das plantações apresentavam boas ou excelentes condições até o início dessa semana.

No período de 27 de julho a 2 de agosto, ainda são previstas temperaturas acima da média em todo o cinturão produtivo nos EUA, conforme dados reportados pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país. Já as chuvas deverão ficar abaixo da normalidade no mesmo intervalo.

Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 27 de julho e 2 de agosto - Fonte: NOAA

Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 27 de julho e 2 de agosto - Fonte: NOAA

Chuvas previstas nos EUA entre os dias 27 de julho e 2 de agosto - Fonte: NOAA

Chuvas previstas nos EUA entre os dias 27 de julho e 2 de agosto - Fonte: NOAA

"As cotações de milho e soja têm estado sob pressão, uma vez que parece que a onda de calor muito discutida no país terá menor duração do que se pensava anteriormente", reportou o site internacional Agrimoney.

Com isso, o sentimento por parte dos investidores é que os produtores consigam colher uma safra bem próxima da esperada, de 369 milhões de toneladas, ainda conforme indicam os números oficiais. Além disso, os sites internacionais ressaltaram que o dólar mais forte no cenário internacional também contribuiu para pressionar os preços do cereal.

"Ainda assim, a recente queda nos preços atraiu negócios de exportação, especialmente com empresas da Coreia do Sul esta semana. Diante desse cenário, a expectativa é que as vendas para exportação, reportadas nesta quinta-feira, sejam semelhantes aos negócios reportados na semana anterior", disse Bob Burgdorfer, editor e analista de mercado da Farm Futures.

Produção de etanol nos EUA

Enquanto isso, os contratos futuros do etanol negociados nos Estados Unidos tocaram os preços mais baixos nos últimos meses depois dos dados do governo indicar uma produção recorde, elevando ainda mais as reservas do país, segundo dados da agência Reuters.

Segundo dados da AIE (Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos), a produção subiu para 1,03 milhão de barris por dia na última semana. O último número reportado pelo órgão era de pouco mais de 1,01 milhão de barris por dia.

Mercado interno

No mercado doméstico, os preços do milho permaneceram estáveis nas principais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas. Em Assis (SP), o valor voltou a subir, cerca de 20,78%, com a saca a R$ 42,48. Em Cascavel (PR), a alta foi de 1,45%, com a saca do cereal a R$ 35,00. Por outro lado, em Sorriso (MT), o valor caiu 2,94% com a saca a R$ 33,00. No Porto de Paranaguá, a saca permaneceu estável em R$ 33,00, para entrega em setembro.

O mercado ainda encontra suporte em meio ao avanço da colheita do cereal segunda safra. Isso porque, segundo explicam os analistas, a safrinha será menor e os estoques também estão mais baixos. Os números oficiais apontam para uma safrinha perto de 43 milhões de toneladas e estoques de passagem próximos de 4,47 milhões de toneladas, abaixo das 4,5 milhões de toneladas consumidas mensalmente pelo país.

Somado a esse cenário está a retração vendedora. Na região de Buri (SP), por exemplo, as cotações da saca do milho estão próximas de R$ 42,00, porém, os produtores esperam valores entre R$ 45,00 a R$ 47,00 para retornarem aos negócios. “Acreditamos em valores um pouco mais altos, pois não será possível atender toda a demanda do mercado com o volume de milho que virá pela frente”, pondera o produtor rural da localidade, Frederico d'Avila.

Na BM&F Bovespa, as cotações futuras do milho encerraram o pregão desta quarta-feira (20) do lado negativo da tabela. As principais posições da commodity exibiram desvalorizações entre 0,25% e 1,46%. O vencimento setembro/16, referência para a safrinha brasileira era cotado a R$ 45,95 a saca, com queda de 1,08%. Já o março/17 era negociado a R$ 45,00 e perda de 1,10%.

Além da queda da Bolsa de Chicago, a desvalorização do câmbio também ajuda a pressionar as cotações do cereal. No caso da moeda norte-americana, o fechamento foi de R$ 3,2486 na venda, com queda de 0,32%. Ainda segundo a Reuters, o câmbio trabalhou dos dois lados da tabela, com investidores aguardando os próximos acontecimentos da política econômica no Brasil.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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