Milho: Em Chicago, foco continua no clima nos EUA e mercado inicia a semana com ligeiras valorizações

Publicado em 25/07/2016 08:15

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta segunda-feira (25) com ligeiras altas. As principais posições do cereal exibiam ganhos entre 0,75 e 2,25 pontos, por volta das 7h56 (horário de Brasília). O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,37 por bushel, já o dezembro/16 era negociado a US$ 3,43 por bushel.

O mercado tenta dar continuidade aos ganhos registrados no pregão da última sexta-feira. Diante do desenvolvimento da safra norte-americana, o foco dos participantes do mercado continua no comportamento do clima no Meio-Oeste dos EUA. As últimas previsões indicavam um clima com chuvas dentro da normalidade e temperaturas mais amenas em grande parte do cinturão produtor, entre os dias 29 de julho e 4 de agosto.

Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta novo boletim de acompanhamento de safras. Na semana anterior, em torno de 76% das lavouras do cereal apresentavam boas ou excelentes condições. Ainda nesta segunda-feira, o órgão também traz os números dos embarques semanais, importante indicador de demanda. Na semana passada, o número ficou em 1.327,509 milhão de toneladas.

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:

Milho: No mercado interno, retração vendedora dá impulso e preços têm valorização semanal de até 10%

No mercado interno, os preços do milho tiveram mais uma semana de firmeza. Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes, em Avaré (SP), o valor subiu 10,26%, com a saca do cereal a R$ 42,01. Na região de Itapeva (SP), a cotação acumulou alta de 7,69%, com a saca R$ 41,03.

Em Assis (SP), a valorização foi de 5,90%, com a saca a R$ 35,17. Nas praças paranaenses, de Ubiratã e Londrina, a alta foi de 5,88%, com a saca a R$ 36,00. Em Ponta Grossa (PR), ganho de 5% e a saca a R$ 42,00, ainda no estado, em Cascavel, a alta ficou próxima de 4,41%, com a saca a R$ 35,50. Na localidade de Sorris (MT), o ganho foi de 3,33%, com a saca a R$ 31,00. Em Não-me-toque (RS), valorização de 1,16% e a saca a R$ 43,50.

Os analistas reforçam que as cotações voltaram a mostrar força, mesmo em período de colheita da segunda safra, diante da retração vendedora. "Essa alta é basicamente decorrente da retração dos produtores. Esse movimento era esperado para final de agosto e início de setembro. Porém, os produtores em função da produtividade mais baixa estão colhendo a safrinha cumprindo os contratos e retendo o restante da produção. Com isso, no interior, as ofertas estão um pouco mais restritas nesse momento", disse o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari, em recente entrevista ao Notícias Agrícolas.

E o comportamento dos produtores nas negociações e o volume que ainda será embarcado no segundo semestre de 2016 deverão direcionar as cotações. No acumulado, os embarques de milho estão próximos de 4 milhões de toneladas e ainda há mais de 2,7 milhões de toneladas nas filas de embarques. Segundo dados da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) o país deverá embarcar 23 milhões de toneladas ao longo de 2016.

"Não há nenhuma condição de novos negócios para exportação com o milho. Enquanto temos um valor próximo de R$ 34,00 a saca no Porto de Santos, a região de Campinas (SP) paga R$ 48,00 a saca. Não temos chances de ter uma arrancada nas exportações no segundo semestre. Estamos embarcando contratos antigos, já realizados anteriormente e com entrega na safrinha", pondera Molinari.

Por outro lado, o analista de mercado da Lansing Trade Group, Marcos Araújo, reforça que a próxima safra, 2016/17, poderá ser maior. "No total, poderemos colher uma produção ao redor de 90 milhões de toneladas, contra as 69 milhões de toneladas estimadas para essa safra. Se isso ocorrer, os estoques em 2017 poderão subir para 22 milhões de toneladas, o que seria ruim aos preços.  Os agricultores devem aproveitar e realizar alguns negócios, até mesmo para evitar uma concentração da oferta mais adiante", orienta.

BM&F Bovespa

As principais posições do milho negociadas na BM&F Bovespa encerraram o pregão desta sexta-feira (22) próximas da estabilidade. O vencimento setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era cotado a R$ 46,80 a saca, já o novembro/16 era negociado a R$ 47,77 a saca.

Dólar

A moeda norte-americana encerrou a sexta-feira a R$ 3,2581 na venda, com queda de 0,72%. Na semana, o câmbio acumulou ligeira alta de 0,12%. Segundo a agência Reuters, o dólar trabalhou grande parte do dia sem direcionamento com os operadores observando a recuperação em algumas praças financeiras externas e entradas de recursos nos mercados futuro e à vista.

Bolsa de Chicago

Mais uma vez, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) tiveram uma semana de desvalorização. As principais posições do cereal acumularam perdas entre 3,64% e 4,90%, segundo levantamento do Notícias Agrícolas. Nesta sexta-feira (22), o pregão foi de intensa volatilidade às cotações. Isso porque, após testar os dois lados da tabela, os vencimentos exibiram leve alta, entre 0,75 e 1,25 pontos. O contrato setembro/16 era cotado a US$ 3,35 por bushel e o dezembro/16 a US$ 3,41 por bushel.

"A força do dólar e do clima nos EUA continuam a impulsionar os mercados, como o calor é compensado por chuvas oportunas. Os futuros do trigo salvaram o dia de hoje, como a qualidade da safra da França está se tornando um problema, pois as chuvas na colheita baixaram as expectativas e permitiu que o milho fechasse a sessão inalterado", disse Deanna Hawthorne Lahre, da StatFuturess Inc. co-fundador e comerciante, em entrevista ao site Agriculture.

Em meio ao desenvolvimento da nova safra norte-americana, o foco não poderia ser outro a não ser o clima nos Estados Unidos. Apesar das especulações com as previsões de uma onda de calor no Meio-Oeste do país, há muitos rumores no mercado de que as recentes chuvas poderiam aliviar um pouco do stress provocado pelas temperaturas mais elevadas, segundo ponderam as agências internacionais.

"As temperaturas mais altas no Meio-Oeste não são ideais para a saúde das plantas. Mas em torno de 76% das lavouras apresentam boas ou excelentes condições. E as chuvas registradas na semana anterior podem minimizar o estresse das plantações no curto prazo", disse Benson Quinn Commodities, em entrevista ao Agrimoney.

Segundo informações do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - grande parte do Meio-Oeste, como Dakota do Norte, Minnesota, Iowa e Illinois podem receber chuvas entre 20 mm a 38 mm nesse final de semana. Para os próximos 7 dias, o indicativo ainda é de chuvas mais intensas.  Os maiores volumes deverão ser registrados nas Dakotas, Minnesota, pontos de Iowa, Missouri, Illinois, Indiana e Kentucky.

Leia mais:

>> Previsões trazem boas chuvas para o Meio-Oeste dos EUA nos próximos dias

Paralelamente, as temperaturas ainda continuam acima da média, porém, deverão retornar à normalidade a partir do início da próxima semana. Já a projeção mais alongada do serviço, entre 29 de julho a 4 de agosto, reportada nesta sexta-feira indica chuvas dentro da normalidade em grande parte do país. No mesmo período, as temperaturas deverão ficar um pouco acima da média, conforme o indicado nos mapas abaixo.

Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 29 de julho a 4 de agosto - Fonte: NOAA

Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 29 de julho a 4 de agosto - Fonte: NOAA

Chuvas previstas nos EUA entre os dias 29 de julho a 4 de agosto - Fonte: NOAA

Chuvas previstas nos EUA entre os dias 29 de julho a 4 de agosto - Fonte: NOAA

A projeção é que sejam colhidas ao redor de 369 milhões de toneladas de milho nesta temporada, conforme estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). E a produtividade média deve ficar próxima de 177,8 sacas do grão por hectare.

"Se alcançarmos esse rendimento, poderemos ver o dezembro/16 a US$ 3,20 por bushel. Com produtividade próxima de 179,92 sacas por hectare, poderemos ver um preço ainda mais baixo, de US$ 3,00 por bushel", disse Ami Heesch, no CHS Hedging.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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