Milho recua pelo 3º dia consecutivo na CBOT com avanço da colheita em alguns pontos do Meio-Oeste

Publicado em 23/09/2016 08:14

Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações futuras do milho iniciaram a sessão desta sexta-feira (23) do lado negativo da tabela. As principais posições da commodity exibiam perdas de 2,25 pontos, por volta das 7h49 (horário de Brasília). O contrato dezembro/16 era cotado a US$ 3,34 por bushel, enquanto o março/17 trabalhava a US$ 3,44 por bushel.

O foco dos participantes do mercado continua sobre o clima no Meio-Oeste dos EUA. Apesar das chuvas, em algumas regiões, os produtores têm conseguido evoluir com os trabalhos de colheita, o que tem ajudado a pressionar as cotações do cereal no mercado internacional, conforme ponderam os analistas.

"Minnesota, Wisconsin e norte de Iowa receberam chuvas fortes nos últimos dois dias, com quantidades próximas de 203 a 254 mm", disse Benson Quinn Commodities, em entrevista ao Agrimoney.com. Inclusive, há relatos de enchentes no sul de Minnesota.

Em contrapartida, em outras localidades, o clima melhorou e permitiu que os agricultores dessem continuidade a colheita. "A colheita tem corrido normalmente em Dakota do Norte, Dakota do Sul, Nebraska e metade oriental do cinturão de milho", completa Benson Quinn Commodities.

Até o início da semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que a colheita estava completa em 9% da área semeada nesta temporada. O órgão atualiza as informações na próxima segunda-feira. Além disso, os investidores ainda acompanham os relatos vindos dos campos sobre a produtividade das lavouras do cereal.

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Milho encerra pregão desta 5ª feira em queda na CBOT com foco na colheita nos EUA e ajustes técnicos

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho fecharam em queda pelo 2º dia consecutivo. Durante a sessão desta quinta-feira (22), as cotações ampliaram as perdas e finalizaram o dia com quedas de mais de 3 pontos. O dezembro/16 era cotado a US$ 3,36 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 3,46 por bushel.

Para o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado permanece com movimentação técnica, buscando o patamar de suporte, de US$ 3,30 por bushel. "Além disso, também temos a melhora do clima em alguns pontos do Meio-Oeste que está permitindo o avanço da colheita, especialmente em Indiana e mais ao sul do cinturão produtor", explica o consultor.

Até o começo dessa semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que a colheita estava completa em 9% da área cultivada nesta safra. O órgão irá atualizar as informações na próxima segunda-feira, no reporte semanal de acompanhamento de safras.

"As atenções ainda estão voltadas para o clima no Meio-Oeste. Temos algumas áreas livres de tempestades, onde a colheita tem avançado. A chuva se move através do Corn Belt ocidental. As previsões para os próximos 6 a 10 dias mantêm as chuvas em Iowa w Minnesota, mas favorece pancadas de chuvas em outros lugares", disse Bob Burgdorfer, editor e analista do portal Farm Futures.

"Em relação aos problemas com a safra, podemos destacar que são pontuais. Com o excesso de chuvas em algumas localidades, temos relatos de grãos ardidos, mas que seria o equivalente a 100 a 200 mil toneladas", destaca Brandalizze.

Em setembro, o órgão indicou a produção de milho dos EUA em 383,38 milhões de toneladas na safra 2016/17. Já a produtividade média das lavouras foi estimada em 184,57 sacas do grão por hectare.

Ainda hoje, o departamento divulgou novo boletim de vendas para exportação. Na semana encerrada no dia 15 de setembro, as vendas de milho ficaram em 921,9 mil toneladas. O volume ficou ligeiramente acima das apostas dos investidores, entre 700 a 900 mil toneladas.

Mercado brasileiro

Ao longo do pregão desta quinta-feira (22), os futuros do milho negociados na BM&F Bovespa reverteram os ganhos e finalizaram o dia em campo negativo. As principais posições do cereal encerraram a sessão com desvalorizações entre 0,15% e 1,86%. O contrato novembro/16 era cotado a R$ 40,86 a saca e o janeiro/17 a R$ 41,20 a saca. O março/17 era negociado a R$ 40,39 a saca.

Enquanto isso, no mercado doméstico os preços voltaram a subir em Avaré (SP), com alta de 26,65% e a saca do cereal a R$ 37,12. Na região de Assis (SP), o dia também foi de ganho, de 6,05%, com a saca a R$ 34,19. Em Sorriso (MT), a valorização foi de 3,85%, com a saca a R$ 27,00. As praças paranaenses, Ubiratã, Londrina e Cascavel, o dia também foi positivo, com alta de 1,59%, e a saca a R$ 32,00. Em Itapeva (SP), o ganho foi de 0,70% e a saca a R$ 36,14.

Contrariamente, o preço caiu 8,77% em Tangará da Serra (MT), com a saca a R$ 26,00. Ainda no estado, em Campo Novo do Parecis, a saca finalizou o dia a R$ 26,00, com queda de 7,14%. Já na região de Campinas (SP), a perda foi de 1,17% e a saca encerrou o dia a R$ 42,10.

Ainda conforme pondera o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os negócios permanecem lentos no mercado interno. "Alguns vendedores até querem negociar o milho, porém, os grandes compradores ainda se abastecem com o produto vindo da Argentina e do Paraguai", afirma.

Somente no mês de agosto, as importações de milho somaram 295,370 mil toneladas. Já no acumulado entre janeiro e agosto de 2016, o volume ultrapassa 1,087 milhão de toneladas, segundo dados reportados pelo Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Em Santa Catarina, por exemplo, a agroindústria tem se abastecido do produto importado. "O milho importado chega aos produtores do estado com valor mais baixo, também em função da recente queda do dólar. Já a saca do grão trazida de Mato Grosso, chega ao agricultor catarinense com valor de R$ 45,00. Cenário que mantém os custos de produção elevados aos granjeiros", disse o vice-presidente da Faesc (Federação de Agricultura e Pecuária de Santa Catarina), Enori Barbieri.

Dólar

A moeda norte-americana reverteu as quedas e encerrou a quinta-feira (22) em campo positivo. O câmbio fechou o dia a R$ 3,2258 na venda, com alta de 0,45%. Ainda de acordo com dados da agência Reuters, com a queda, os investidores aproveitaram para comprar a moeda.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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