Sanidade Vegetal: Cultura do milho x Enfezamento

Publicado em 27/08/2020 13:10

Nas últimas safras, diversas regiões produtoras de milho paranaense relataram perdas significativas na produtividade devido a problemas fitossanitários, situação que preocupou agricultores, área técnica agronômica, pesquisa e Defesa Agropecuária do Estado. Para averiguar a causa do problema, uma equipe da Embrapa Milho e Sorgo esteve presente na região oeste paranaense e constatou tombamentos de plantas, presença da cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) e plantas de milho com sintomas típicos dos enfezamentos, fato confirmado pelos pesquisadores após coleta de amostras e análises laboratoriais.

Enfezamento: Os enfezamentos são doenças sistêmicas, causadas por organismos da classe Molicutes (Reino Monera-Bactérias) que infectam os tecidos do floema das plantas de milho interferindo no crescimento e desenvolvimento das plantas, além de reduzir a absorção de nutrientes e afetar os processos de translocação de fotoassimilados para o enchimento dos grãos e formação de espigas, bem como, favorece a infecção de fungos que causam podridão de colmo, podendo reduzir significativamente a produtividade da cultura. A cigarrinha do milho é considerada o principal vetor para a disseminação desta doença.

Manejo: Para o manejo dos enfezamentos, a Embrapa Milho e Sorgo recomenda medidas integradas de controle que incluem a escolha de híbridos de milho tolerantes aos enfezamentos, tratamento de sementes, monitoramento da cigarrinha do milho, controle químico e biológico com inseticidas cadastrados na ADAPAR, evitar semeaduras em áreas com alta infestação de cigarrinhas e realizar a eliminação do milho voluntário presente nas lavouras.

Por que eliminar as plantas de milho voluntário?

A presença de plantas voluntárias de milho nas lavouras que antecedem o cultivo comercial da cultura é apontada como um dos principais substratos de manutenção tanto para a permanência dos molicutes, quanto para as cigarrinhas que se reproduzem apenas em plantas de milho. Assim, a eliminação do milho voluntário é uma recomendação oficial da pesquisa agropecuária que deve compor as estratégias de manejo dos enfezamentos e sua implementação visa reduzir os focos da doença e consequentemente proteger as lavouras comerciais de milho.

CAMPANHA DE ELIMINAÇÃO DO MILHO VOLUNTÁRIO

Em 2019, verificou-se grande quantidade de plantas de milho voluntárias presentes nas lavouras de soja cultivadas na região oeste paranaense (Foto 1). Em 2020, muitas lavouras de milho segunda-safra tiveram problemas de desenvolvimento (foto 2) devido a fatores climáticos desfavoráveis e muitas plantas acamaram ou não se desenvolveram adequadamente, produzindo plantas e espigas pequenas, fato que pode propiciar dispersão de espigas e grãos de milho no momento da colheita (foto 3). Ainda nessa safra, houve atraso no início das colheitas de milho segunda safra, situação que poderá estender-se até o mês de setembro período que iniciam as semeaduras da cultura da soja, podendo, dessa maneira, ocorrer fluxos germinativos de milho em meio as lavouras de soja mesmo após os controles químicos de ervas daninhas.

Visando mitigar os problemas dos enfezamentos, o setor produtivo do milho de Marechal Cândido Rondon-PR reuniu-se no Conselho de Sanidade Agropecuário juntamente com a Adapar, Embrapa Milho e Sorgo, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - IDR e Sindicato Rural de Marechal Cândido Rondon e, no dia 12 de agosto de 2020, lançou a Campanha de Eliminação do Milho Voluntário (foto 4). Esta Campanha, tem como objetivo alertar os agricultores para realização do manejo das plantas voluntárias de milho que possam germinar em meio as lavouras de soja. Com essa ação espera-se reduzir tanto os inóculos de molicutes quanto a população de cigarrinhas do milho e minimizar os danos por enfezamentos nos cultivos comerciais do milho na safra 2020/2021.

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Fonte:
Adapar

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