China quer transferir 400 milhões de pessoas dos campos para as cidades em uma década

Publicado em 12/11/2013 14:33 e atualizado em 13/11/2013 06:47

O premier chinês Li Keqiang quer que seu plano para levar mais chineses para a cidade seja focado em qualidade de vida e ambiental, com o apoio da criação de novos empregos, informou o site ChinaDaily. 

Entre os planos de Li, está aumentar a população urbana da China em 400 milhões de pessoas na próxima década. Seria uma tentativa de reestruturar a economia, de modo que ela seja menos centrada nas exportações e mais no consumo interno. 

Mas o plano enfrenta obstáculos, como a falta de infraestrutura nas cidades para lidar com a chegada de novos residentes e os custos de construção. É necessário também garantir um certo nível de crescimento econômico para manter a criação de empregos e possibilitar a urbanização. 

Li informou que o governo deverá identificar áreas de consenso, como o desenvolvimento econômico de favelas próximas das cidades, como base para a urbanização. Em julho, um instituto do país informou que o custo para levar trabalhadores rurais para as cidades seria de US$ 135,2 bilhões ao ano, o que representa 5,5% da renda fiscal do ano passado.       

Informações: ChinaDaily
 

Reforma agrária da China deve mover mercado de agronegócio

Uma das mais importantes reformas políticas da China está a caminho. O presidente Xi Jinping finaliza hoje (12) uma conferência de 4 dias com os 400 principais políticos do país e, segundo o site Forbes, seus resultados poderão ser "transformadores" para a China. Uma das principais questões tratadas é a reforma agrária do país, ação que deverá ter grandes impactos em seu mercado.

A produção agrícola da China está se esforçando para abastecer sua crescente população urbana. Atualmente, os alimentos são produzidos por camponeses que utilizam métodos tradicionais em pequenas parcelas de terra. 

A Lei chinesa estipula que suas terras rurais estão sob "propriedade coletiva" gerenciada por oficiais locais. Os produtores não têm permissão para vender suas terras, o que torna difícil para empresas agrícolas comprarem mais áreas produtivas.                   

Depois de visitas à província de Heilongjiang, no início de novembro, o premier Li Keqiang afirmou que a China poderia "explorar" mais maneiras de produzir em larga escala e desenvolver melhores sistemas de manejamento de terras.

Em outubro, o DRC (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento) da China fez diversas propostas para solucionar o problema. Entre eles, dar permissão para os produtores venderem, alugarem ou transferirem suas terras. O centro também propôs que o governo estabelecesse mercados imobiliários unificados em todo o país. A proposta política foi chamada de "Plano 383" e ganhou a atenção da mídia chinesa.

Se for implementado, o plano do DRC poderá facilitar bastante o processo para que empresas agrícolas modernas possam adquirir terras e desenvolver seus negócios. Zhou Ziyu, representante da empresa Zhongken - Desenvolvimento de Recursos Agrícolas, empresa que produz sementes e fertilizantes, baseada em Pequim, afirmou que "um trabalho apropriado de reforma agrária poderia reduzir seus custos de produção". 

Alta nas bolsas
Investidores tiveram uma forte reação diante do "Plano 383"e dos comentários do premier Li Keqiang. No dia 7 de novembro, as ações da empresa Zhongken subiram mais de 20%, apenas um dia depois que o premier terminou sua visita à província de Heilongjiang.  

Outras ações do agronegócio também estão em alta, diante das expectativas de que a reforma agrária poderá trazer maior produtividade. As ações de Beidahuang, uma produtora de arroz e carne em Heilongjiang, subiram 18% no final de outubro. 

Acadêmicos também defendem a reforma como um fator crucial para a economia rural da China. "O uso de áreas rurais para o desenvolvimento de negócios deve ser regulado somente pelo mercado. Os produtores e camponeses precisam ter permissão para negociar diretamente com os empresários", afirmou Kong Xiangzhi, professor na Escola de Economia Agrícola e Desenvolvimento Rural na Universidade Remmin, em Pequim.

Lentidão nas reformas   
Apesar do aparente ânimo do mercado chinês diante do Plano 383, a reforma têm sido um processo lento. O governo de Xi Jinping não foi o primeiro a fazer tais propostas. 

O ex-premier Wen Jiabao mencionou as reformas em plenária realizada em 2008, mas encontrou forte resistência por parte de oficiais do governo. A razão é óbvia: embora camponeses não possam vender suas terras, os oficiais têm autorização para vendê-las a preços altos para as empresas, enquanto oferecem uma baixa compensação aos produtores. 

De acordo com o professor Kong Xiangzhi, as vendas de terras representam de 30% a 50% da renda em algumas áreas. "Imagine a resistência de oficiais locais para aprovar a reforma". Kong afirmou ainda que, não importa de qual maneira será feita, mas a reforma precisa permitir que o mercado, e não o governo, defina o preço da terra.   

Informações: Forbes.com

Tradução: Fernanda Bellei 
 
Para mais informações, leia:

China quer aumentar produtividade agrícola para garantir segurança alimentar

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário