Aécio se recupera, diminui distância no Ibope, empata no Datafolha e está numericamente à frente de Dilma no MDA

Publicado em 25/10/2014 19:09 e atualizado em 26/10/2014 17:02

Aécio se recupera, diminui distância no Ibope, empata no Datafolha e está numericamente à frente de Dilma no MDA

Segundo o Ibope, o tucano Aécio Neves (PSDB) tem 47% dos votos válidos, e Dilma Rousseff (PT), 53% — uma diferença de seis pontos. Há dois dias, a distância apontada pelo instituto era de 8. No Datafolha, a petista tem 52%, e o tucano, 48%, uma diferença de quatro pontos — que está na margem de erro. Há dois dias, a diferença, nesse caso, era de seis. Tudo aponta para uma recuperação de Aécio. Já a pesquisa CNT/MDA mostra empate técnico, mas com Aécio na frente: 50,3% a 49,7%. Voto daqui a pouco.

Por Reinaldo Azevedo
 

As pesquisas: Aécio está em ascensão. Ou: Melhor enfrentar as dificuldades andando institucionalmente para a frente, com o tucano, do que para trás, com Dilma

Quem vai ganhar a eleição? Não sei. Espero que seja Aécio Neves, do PSDB. Certas ou erradas, as respectivas pesquisas dos dois institutos mais conhecidos, Ibope e Datafolha, captam o que parece inequívoco: o tucano está recuperando votos. Vários fatores podem ter contribuído para isso. Um deles, certamente, é o debate da TV Globo, com 30 pontos de audiência, coisa digna, assim, de um jogo entre Corinthians e Flamengo. O desempenho de Aécio, reconhecem os próprios petistas, foi arrasador; o de Dilma, constrangedor. Se havia gente em dúvida sobre quem parece mais competente para dirigir o país, não foi difícil tomar uma decisão.

Há, sim, o efeito da reportagem publicada por VEJA na sexta-feira. Segundo Alberto Youssef, Dilma e Lula sabiam das lambanças ocorridas na Petrobras. A propósito: agora não é mais só a VEJA. A Folha e o Estadão reafirmaram a apuração da revista, como se isso fosse necessário. Estamos lidando com fatos, não com o boatos, desde a primeira hora. Se alguém mentiu, não foi a imprensa.  O PT, Lula e Dilma vão processar também os dois jornais?

Dilma foi à TV, no horário eleitoral, demonizar a revista, estimulando uma verdadeira campanha do ódio contra a publicação. No dia seguinte, uns 10 ou 12 truculentos foram à porta da Editora Abril para protestar. Até aí, vá lá. Mas fizeram a seu modo: picharam a área externa do prédio, rasgaram exemplares da revista, pediram “controla social da mídia” — outro nome para a censura. Sim, eram eleitores de Dilma. Ela não mandou ninguém quebrar nada, é claro. À medida, no entanto, que uma presidente da República sataniza abertamente uma publicação que apenas cumpriu o seu dever,  é evidente que está emitindo um sinal.

Aliás, a presidente emite um péssimo sinal também para a hipótese de ter um segundo mandato. A exemplo do que já faz o seu partido, é possível que queira governar com a faca nos dentes, num ambiente em que terá metade do eleitorado na oposição, uns 20% que se abstiveram, quase 10% que não votaram em ninguém, uma economia com crescimento perto de zero, pressão inflacionária, baixos investimentos… Se ganhar, Dilma vai ter de arcar com as consequências de ter exercitado o discurso do ódio, do rancor e do confronto.

Esses fatores todos, tudo indica, estão pesando na reta final. Vamos ver. Em dois dias, a distância no Ibope e no Datafolha caiu dois pontos: é de seis a favor da petista no primeiro instituto (53% a 47%) e de quatro, na margem de erro, no segundo: 52% a 48%. No MDA, Aécio aparece numericamente à frente 50,3% a 49,7%.

Acho, sim, que a diferença tende a ser apertada e torço para que esteja em curso uma onda pró-Aécio — ou que a onda sempre tenha existido e jamais tenha sido percebida por alguns institutos. É o melhor para o Brasil. A vida do futuro governante não será fácil, qualquer que seja o eleito. Mas é melhor enfrentar as dificuldades andando institucionalmente para a frente — com Aécio — do que para trás, com Dilma.

Por Reinaldo Azevedo

'Veja' publica direito de resposta em seu site e critica decisão judicial

Seguindo determinação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a revista "Veja" publicou em seu site, neste domingo (26), um direito de resposta da presidente Dilma Rousseff à última capa do semanário. Reportagem da revista trouxe o depoimento do doleiro Alberto Youssef, preso em Curitiba (PR), dizendo que Lula e Dilma sabiam do esquema de desvio de dinheiro na Petrobras. A Folha confirmou que o doleiro citou Dilma e Lula processo de delação premiada que corre no âmbito da Justiça Federal.

No direito de resposta, a campanha de Dilma acusa a publicação da Editora Abril de tentar "influenciar o processo eleitoral por meio de denúncias vazias" e põe em dúvida a existência do relato de Youssef.

"O próprio advogado do investigado, Antônio Figueiredo Basto, rechaça a veracidade desse relato, uma vez que todos os depoimentos prestados por Youssef foram acompanhados por Basto e/ou por sua equipe, que jamais presenciaram conversas com esse teor".

Apesar de ter acatado a decisão judicial, a "Veja" lamentou "a fragilidade a que se submete, em período eleitoral, o preceito constitucional da liberdade de expressão" e criticou a concessão do direito de resposta.

"O direito de resposta (...) é resultado de uma decisão individual de Admar Gonzaga, ex-advogado da campanha de Dilma Rousseff em 2010 e hoje ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nomeado por Dilma Rousseff", escreveu a revista. "O ministro decidiu-se pela concessão do Direito de Resposta depois de examinar o pedido da coligação da candidata Dilma Rousseff por duas horas, tempo em que também redigiu as nove laudas de seu despacho - ao ritmo de 13 minutos por lauda."

A DECISÃO

O ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Admar Gonzaga concedeu o direito de resposta ao PT no sábado (25), em sessão extraordinária.

O ministro também determinou que o PT use o espaço da revista na próxima semana para prestar esclarecimentos. A "Veja" informou que recorreu da decisão no STF (Superior Tribunal Federal).

Nesta sexta-feira (24), a pedido da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), Gonzaga também determinou que a revista não veicule publicidade paga em rádio, TV, outdoor e internet de sua edição desta semana.

Para o ministro, a publicidade da revista transformou-se em "publicidade eleitoral" em favor do presidenciável Aécio Neves (PSDB).

Veja a íntegra o direito de resposta publicado pela revista:

VEJA veicula a resposta conferida à Dilma Rousseff, para o fim de serem reparadas as informações publicadas na edição nº 2397 - ano 47 - nº 44 - de29 de outubro de 2014.

A democracia brasileira assiste, mais uma vez, a setores que, às vésperas da manifestação da vontade soberana das urnas, tentam influenciar o processo eleitoral por meio de denúncias vazias, que não encontram qualquer respaldo na realidade, em desfavor do PT e de sua candidata.

A Coligação "Com a Força do Povo" vem a público condenar essa atitude e reiterar que o texto repete o método adotado no primeiro turno, igualmente condenado pelos sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por terem sido apresentadas acusações sem provas.

A publicação faz referência a um suposto depoimento de Alberto Youssef, no âmbito de um processo de delação premiada ainda em negociação, para tentar implicar a Presidenta Dilma Rousseff e o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em ilicitudes. Ocorre que o próprio advogado do investigado, Antônio Figueiredo Basto, rechaça a veracidade desse relato, uma vez que todos os depoimentos prestados por Yousseff foram acompanhados por Basto e/ou por sua equipe, que jamais presenciaram conversas com esse teor.

Veja a íntegra da nota da "Veja" condenando a decisão do TSE:

A fragilidade da liberdade de expressão durante as eleições

O Direito de Resposta que se lê neste link é resultado de uma decisão individual de Admar Gonzaga, ex-advogado da campanha de Dilma Rousseff em 2010 e hoje ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nomeado por Dilma Rousseff. Decisão judicial se cumpre. Ela foi baseada em jurisprudência firmada no TSE, segundo a qual "sempre que órgão de imprensa se referir de forma direta a candidatos, partidos ou coligações que disputam o pleito, com ofensa ou informação inverídica, extrapolando o direito de informar, haverá campo para atuação da Justiça Eleitoral para processar e julgar direito de resposta".

O ministro Admar Gonzaga decidiu-se pela concessão do Direito de Resposta depois de examinar o pedido da coligação da candidata Dilma Rousseff por duas horas, tempo em que também redigiu as nove laudas de seu despacho - ao ritmo de 13 minutos por lauda. VEJA recorreu ao pleno do TSE e ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que, entretanto, sem a decisão definitiva, não susta a publicação do texto.

A defesa da revista baseou-se em três fatos: 1) Ocorreu o depoimento do doleiro Alberto Youssef no âmbito do processo de delação premiada ainda em negociação; 2) As afirmações atribuídas a Youssef pela revista foram anexadas ao processo de delação premiada e; 3) o advogado do investigado, Antônio Figueiredo Basto, não rechaçou a veracidade do relato.

Em seu aspecto doutrinário, lamenta-se a fragilidade a que se submete, em período eleitoral, o preceito constitucional da liberdade de expressão, ao se permitir que, ao cabo de poucas horas, de modo monocrático, um ministro decida merecerem respostas informações jornalísticas que, em outras circunstâncias, seriam simplesmente verdades inconvenientes -passíveis, é claro, de contestação, mesmo quando fruto apenas de dúvida hiperbólica, mas sempre mediante a análise detida de provas e tomadas de testemunhos 

Doleiro Alberto Youssef passa mal e é internado em Curitiba

O doleiro Alberto Youssef passou mal e teve de ser levado para um hospital na tarde deste sábado (25), em Curitiba.

Por volta das 13h, Youssef deixou a carceragem da Polícia Federal da capital paranaense, onde está preso, para dar entrada no Hospital Santa Cruz.

O doleiro reclamou de uma forte indisposição no início da tarde. Os policiais entraram em contato com o Samu, que enviou uma equipe médica à sede da PF.

Youssef seguiu de ambulância, escoltada por policiais, até o hospital.

De acordo com as primeiras informações, passadas pelos médicos a policiais federais, o doleiro deverá ficar internado por pelo menos 48 horas, a depender da evolução de seu quadro clínico

Youssef foi preso em março durante as investigações da Operação Lava Jato, deflagrada pela PF. Ele é acusado de participar de um esquema de corrupção que, segundo a PF, movimentou R$ 10 bilhões.

  Reprodução  
Youssef mostra equipamento que ele diz ter achado dentro da cela, na carceragem da PF em Curitiba (PR)
Youssef mostra equipamento que ele diz ter achado dentro da cela, na carceragem da PF em Curitiba (PR)

Assim como o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, Youssef é suspeito de atuar cobrando propina de empresários que prestavam serviço à estatal para abastecer campanhas políticas.

O doleiro vem sendo um dos principais personagens da reta final da corrida presidencial.

Youssef disse em depoimento que o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve conhecimento do esquema de propina na Petrobras após a eclosão da crise do mensalão, em 2005.

 

'JN' põe acusação a Lula e Dilma no ar na véspera do pleito

Um dia depois de a revista "Veja" noticiar que o doleiro Alberto Youssef implicou a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o esquema de corrupção na Petrobras, a TV Globo exibiu neste sábado (25), pela primeira, vez reportagem sobre o assunto no "Jornal Nacional", seu telejornal de maior audiência.

A Globo ignorou o caso na véspera, quando promoveu o debate final entre os dois candidatos que se enfrentam neste domingo no segundo turno das eleições presidenciais.

A acusação do doleiro foi explorada pelos dois adversários na sexta (24) em seus últimos programas no horário de propaganda eleitoral e no próprio debate da Globo.

Por causa da reportagem, a sede da Editora Abril, que publica a revista "Veja",foi alvo de atos de vandalismo. Na noite da sexta, um grupo com cerca de 50 pessoas que foi protestar contra a revista, espalhou lixo na entrada da empresa e fez pichações.

A presidente Dilma e o candidato do PSDB, Aécio Neves, repudiaram neste sábado os atos na sede da Editora Abril.

  Ernesto Rodrigues/Folhapress  
Manifestação contra publicação da
Manifestação contra publicação da "Veja" provocou protesto em frente a prédio da Editora Abril

"Isso é barbárie, isso deve ser coibido. [...] Repudio integralmente", afirmou Dilma em entrevista após seu último ato de campanha, em Porto Alegre.

Apesar de ter criticado o vandalismo, a presidente voltou a criticar o teor da reportagem, chamando-a de "processo golpístico".

Em ato em São Bernardo do Campo (SP), Lula disse que irá processar a revista. "Da minha parte, a partir do processo eleitoral, [a Veja'] vai ter que explicar na Justiça. Sempre ouvimos que não adianta processar, para deixar pra lá. Mas o que a Veja' fez não pode ficar pra lá. Ela exagerou."

Em entrevista em São João del-Rei (MG), onde encerrou sua campanha à Presidência, Aécio disse que o país assistiu "um atentado à democracia" com as depredações e tentativa de "censura" à revista.

Em nota, o presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Domingos Meirelles, afirmou que as agressões contra a sede da Abril são "condenáveis num regime democrático".

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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