Supermercados venezuelanos vão controlar compras com impressão digital

Publicado em 21/08/2014 08:09 e atualizado em 21/08/2014 15:48
...e na VEJA: Venezuela limita compras em supermercados privados

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decretou na noite desta quarta-feira (20) a instalação de um mecanismo de controle "biométrico" para limitar as compras de produtos e alimentos nos supermercados e mercados do país.

"A ordem já está dada, através da superintendência de preços, para que se crie um sistema biométrico em todos os estabelecimentos e redes distribuidoras e comerciais da República", disse Maduro durante mensagem em rede nacional de rádio e TV.

O mecanismo utilizará leitores óticos de impressões digitais para reconhecer cada comprador de produtos básicos.

Leia a notícia na íntegra no site do G1.

 

Na VEJA: Venezuela limita compras em supermercados privados

Governo quer impedir que pessoas comprem o mesmo produto duas vezes na mesma semana. Medida desastrada é paliativa e pune a população

O presidente venezuelano Nicolás Maduro

O presidente venezuelano Nicolás Maduro (Carlos Garcia Rawlins/Reuters/VEJA)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decretou na noite desta quarta-feira a instalação de um mecanismo de “controle biométrico" para limitar as compras de produtos e alimentos nos supermercados e mercados públicos e privados do país. "A ordem já está dada, através da superintendência de preços, para que se crie um sistema biométrico em todos os estabelecimentos e redes distribuidoras e comerciais da República", disse Maduro durante mensagem em rede nacional de rádio e TV. A regulação do consumo nas redes públicas já vinha sendo aplicada sistematicamente na Venezuela desde o início do ano, mas é a primeira vez que o governo Maduro interfere nas redes privadas de supermercados do país. Em 2010, o então presidente Hugo Chávez desapropriou as lojas da cadeia de supermercados Exito, do grupo francês Casino.

Com a escassez crônica, o mercado negro – mantido por pessoas que estocam produtos básicos para revendê-los – na Venezuela é uma alternativa aos supermercados estatais vazios, porém limitar o consumo não é uma medida que ataca a origem do problema: a péssima gestão econômica do país. Há ainda outra questão problemática na medida anunciada por Maduro, pois limitar o consumo em redes privadas é um ato ilegal, que interfere na administração e nos possíveis lucros das empresas. A medida desastrada ainda penaliza justamente a parte mais afetada pela escassez, a população.

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O mecanismo utilizará leitores óticos de impressões digitais para reconhecer cada comprador de produtos básicos. Segundo Maduro, "o sistema biométrico será perfeito" e servirá para evitar o que chamou de "fraude" envolvendo milhões de litros de gasolina e toneladas de alimentos subsidiados pelo governo, no momento em que a Venezuela enfrenta a falta de diversos produtos básicos e uma inflação anual que supera os 60%. 

O sistema visa a impedir que uma pessoa compre o mesmo produto duas vezes na mesma semana, em qualquer supermercado das redes governamentais e privadas da Venezuela. Vários funcionários do governo Maduro indicaram que no prazo de 90 dias haverá um "programa piloto" para iniciar a venda controlada de produtos básicos no país "de maneira ordenada e justa".

Maduro também anunciou "um sistema de referência" que processará a informação de tudo o que for distribuído e armazenado "para todos os produtos e insumos que movem a economia do país". O presidente ordenou ainda o "confisco, de maneira imediata, de todos os elementos" utilizados para contrabando, incluindo galpões e veículos, que serão revertidos para os programas estatais de alimentos. Maduro convocou as forças militares e policiais para deter todos os envolvidos em desvios e contrabando.

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O sistema de controle de compras é a mais nova tentativa paliativa de Maduro para combater a escassez causada pela ingerência econômica de seu próprio governo. Desde março, as compras na rede estatal de supermercados – com preços subsidiados – são possíveis apenas dois dias por semana e com limite de produtos por consumidor. Os venezuelanos interessados são fichados e recebem senhas, que funcionam em sistema de rodízio. Nas segundas-feiras podem comprar aqueles com as senhas terminadas em 1 e 2, 3 e 4; às terças e  quartas-feiras são os dias para os finais 5 e 6, 7 e 8. As quintas e sextas-feiras são reservadas aos consumidores com senhas que terminam em 9 e 0.

A Venezuela atravessou uma violenta onda de protestos entre fevereiro e final de maio devido à inflação, à falta de produtos básicos – como papel higiênico, açúcar, farinha ou leite – e à altíssima violência que provoca em média 65 mortes por dia no país. Os protestos foram repreendidos e resultaram na morte de mais de 40 pessoas, além de mais de 700 feridos.

Quem foi que disse que não há tecnologia no socialismo?

A “fartura” em um supermercado venezuelano

Para aqueles críticos do socialismo em sua vertente moderna do século 21, que alegam se tratar do mesmo fracasso de antes, vejam que coisa incrível: a Venezuela de Maduro, o companheiro do PT, inovou! Agora há claros avanços tecnológicos no país, de deixar a Wal-Mart de queixo caído com todos os seus bilhões investidos na área só para lucrar mais.

A Venezuela deve adotar até o fim do ano um sistema biométrico para racionar as vendas de produtos alimentícios em supermercados públicos e privados. O sistema de controle funciona com o cadastramento da cédula de identidade e impressão digital do comprador, evitando que a pessoa compre o mesmo produto mais de uma vez na mesma semana.

Andrés Eloy Méndez, responsável pela fiscalização dos preços, disse, segundo o jornal venezuelano El Universal, que o sistema será implementado até o dia 31 de dezembro. Em abril, o Ministério da Alimentação anunciou que o programa piloto seria adotado na rede pública, mas agora informou que será ampliado para a rede privada.

A intenção do governo é controlar a venda de itens básicos por pessoa. Com o sistema biométrico, será possível, de acordo com autoridades venezuelanas, “receber informações sobre o que os venezuelanos compram, em qual quantidade e com que frequência”, possibilitando o desperdício de alimentos.

[...]

O ministro de Ciência e Tecnologia, Manuel Fernández, informou, citado pelo El Universal, que o ministério trabalha em parceria com o Ministério da Alimentação no desenvolvimento do programa e espera que o piloto esteja pronto em 90 dias. “O sistema biométrico chega para colocar em ordem o mecanismo de abastecimento e torná-lo mais justo”, afirmou Fernández.

Pergunto ao leitor burguês: por acaso os Estados Unidos possuem alguém “responsável pela fiscalização de preços”? Não? Pois é! Vejam só como são os bolivarianos que se preocupam com os mais pobres, não esses capitalistas malditos que só querem lucrar.

É verdade que não vemos filas enormes nos supermercados americanos, que há produtos em fartura nas prateleiras para todos os gostos. Mas há fartura na Venezuela também! “Farta” feijão. “Farta” arroz. E “farta” até papel higiênico! É uma fartura só, sô!

E o governo dos pobres, com viés igualitário, não poderia ignorar essa desigualdade cruel onde uns podem tudo (os poderosos ligados ao governo) e outros nada (o povo). Com biometria de ponta, agora cada um poderá comprar apenas sua ração semanal e dar a vez ao próximo, de forma mui abnegada e altruísta, como sói acontecer em todas as nações socialistas que constroem o “novo homem”.

Um típico alienado pelo império estadunidense, do tipo que lê Veja, poderia dizer que os poderosos vão continuar se dando bem, no mercado negro, como acontecia no socialismo do século 20. A esses patifes “neoliberais” eu digo: o que vale é a intenção!

A Venezuela nos mostra o futuro! E, se Dilma vencer e tiver mais quatro anos no poder, de fato o futuro chegará logo…

Rodrigo Constantino

 

 
 

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Imagem de Hugo Chávez recepciona os clientes que perderão horas tentando encontrar produtos em um supermercado estatal desabastecido

Imagens de Hugo Chávez recepcionam os clientes que perderão horas tentando encontrar produtos em um supermercado estatal desabastecido - Diego Braga Norte/Veja.com/VEJA

 

 

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Fonte:
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