Dólar sobe e vai acima de R$3,40 pela 1ª vez em 12 anos; acumula alta de 10% em julho

Publicado em 31/07/2015 18:06

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Por Bruno Federowski e Flavia Bohone

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu mais de 1 por cento nesta sexta-feira, fechando acima dos 3,40 reais pela primeira vez em mais de 12 anos, com as incertezas políticas e econômicas no Brasil pesando e levando os especialistas a apontarem tendência de alta pelo menos no curto prazo.

A moeda norte-americana subiu 1,59 por cento, a 3,4247 reais na venda, maior cotação de fechamento desde 20 de março de 2003, quando encerrou a 3,478 reais. Também em março de 2003 havia sido a última vez que o dólar tinha ido acima do patamar de 3,40 reais.

Na semana, a divisa subiu 2,32 por cento e, no mês, o avanço foi de 10,16 por cento, maior alta mensal desde março (11,7 por cento).

"O que preocupa bastante no futuro são os números da economia brasileira. Com os dados ruins, vamos ficando cada vez mais perto de perder o grau de investimento", disse o superintendente regional de câmbio da SLW, João Paulo De Gracia Correa, para quem o dólar pode ir "facilmente" acima de 3,60 reais se o país for rebaixado.

Na terça-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poor's alertou que o Brasil pode o status de bom pagador devido a riscos políticos, com denúncias de corrupção no âmbito da Lava Jato, e econômicos.

Nesta sessão, o resultado fiscal ajudou a azedar o humor dos investidores, após o governo informar déficit primário de 9,323 bilhões de reais em junho, pior leitura para o mês da história, número que ressalta as dificuldades do governo para equilibrar as contas públicas.

"Para qualquer lado que você olhar, tem notícia ruim, seja fiscal ou política", resumiu o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.

Além disso, os investidores também especulavam sobre a rolagem dos swaps cambiais --contratos que equivalem à venda futura de dólares-- que vencem em setembro, correspondentes a 10,027 bilhões de dólares.

O BC rolou pouco menos de 60 por cento dos swaps que vencem na segunda-feira, a menor proporção em mais de um ano. O mercado questiona se a autoridade monetária continuará com a estratégia de rolagens reduzidas diante da escalada recente da moeda norte-americana, que tende a pressionar a inflação.

"Num momento como este, o BC não deve anunciar uma rolagem menor e se fizer isso vai causar mais estresse no mercado", disse o operador de câmbio da Correparti Corretora Jefferson Luiz Rugik, para quem o dólar pode ir a 3,50 reais no curto prazo.

Durante a manhã, a briga pela formação da Ptax, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais, deixou a moeda norte-americana volátil, com investidores disputando para deslocar a taxa a patamares favoráveis a suas posições.

No exterior, o dólar recuava em relação a uma cesta de moedas, após avançar com força nas últimas sessões diante das expectativas de alta de juros nos Estados Unidos e preocupações com a desaceleração da economia chinesa.

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Fábio klimaczewski Santa Helena - PR

    Porque vcs dizem que o dólar sobe, se não tá subindo coisa nenhuma???... Falem a verdade: o Real é que está caindo, está se desvalorizando, não está valendo mais nada, e pronto... Se vcs acompanharem o mercado cambial vão ver que o dólar está ESTAVEL.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Ninguém quer falar sobre isso para proteger o governo. A maior parte da imprensa e dos analistas são socialistas, até o Blairo Maggi é socialista, se é que me entendem, parodiando o Reinaldo Azevedo. Não vai haver ajuste fiscal, que e o equilibrio nas contas do governo, e o rombo financeiro vai ser pago pelo setor produtivo que parece não estar em condições de pagar essa conta. Existem tres formas do governo se financiar, a emissão de divida, os impostos e a emissão de dinheiro. Bem, querem aumentar os impostos, mas o setor produtivo não aguenta uma carga tributária maior, não estão imprimindo dinheiro devido à inflação muito alta, então sobra a emissão de títulos da divida a juros de 14,25 pela taxa Selic, e de mais de 27% segundo o Banco Central. E quem compra esses titulos? Os bancos, alguns pequeno investidores e investidores internacionais. E no que o governo está usando esse dinheiro? Para investir em infraestrutura? Educação? No setor produtivo? Não, ele está usando dinheiro dos titulos da divida para pagar... os juros dos titulos da divida!

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