CPI da Petrobras aprova convocação de José Dirceu

Publicado em 27/08/2015 15:32
Na VEJA.com:

A CPI da Petrobras aprovou nesta quinta-feira requerimento para ouvir o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso em 3 de agosto na 17ª fase da Operação Lava Jato da Polícia Federal. O colegiado aprovou ainda as convocações de Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht, do ex-diretor da área internacional da Petrobras Jorge Zelada e de outras cinco pessoas.

A votação das convocações já estava acordada entre os membros da CPI: na sessão de terça-feira os parlamentares avisaram que ouviriam Dirceu durante viagem a Curitiba na semana que vem. Os deputados ficarão na capital paranaense entre segunda e quinta-feira.

Ao longo de mais de 500 dias da Operação Lava Jato, os indícios de participação de José Dirceu no esquema são vastos. A exemplo do deputado cassado Pedro Correa, mensaleiro como ele e também detido na Lava Jato, Dirceu foi apontado como destinatário de polpudas propinas pagas por empreiteiros ao longo de anos. Os favores entre os gigantes da construção e o ex-ministro eram camuflados, segundo o Ministério Público, em contratos falsos de consultoria por meio da empresa JD Consultoria e Assessoria, criada para simular a prestação de serviços de prospecção de negócios, e que tinha como sócio o irmão de Dirceu.

Cinco gigantes da construção civil que integram o já notório Clube do Bilhão desembolsaram, no período de 2006 a 2013, pelo menos 8 milhões de reais para a JD Consultoria. Os valores são ainda maiores se somadas outras empreiteiras também citadas no escândalo do petrolão, como a Egesa, que transferiu sozinha 480.000 reais, e a Serveng, que liberou 432.000 reais para a JD. A relação entre José Dirceu e os financiadores do esquema do petrolão não para por aí: José Dirceu teve até um imóvel da filha em São Paulo pago pelo lobista Milton Pascowitch.

A já complicada situação de José Dirceu se deteriorou ainda mais depois que os ex-companheiros do petista, que por anos o abasteceram com dinheiro, acabaram como delatores do petrolão e reforçaram os indícios de participação do petista no esquema que fraudou mais de 6 bilhões de reais em contratos.

Além de Pascowitch ter apontado o caminho que levou à prisão do ex-ministro, outros depoimentos sobre os tentáculos do PT não deixam de ser menos espantosos: o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco estimou que o PT recebeu até 200 milhões de dólares em dinheiro sujo do esquema, enquanto o ex-vice-presidente comercial da gigante Camargo Corrêa, Eduardo Leite, afirmou às autoridades que a empresa pagou 63 milhões de reais para a diretoria de Serviços, então comandada por Renato Duque, aliado de Dirceu, e outros 47 milhões de reais para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras.

 

Disputa inusitada

dilma e temer

Dilma e Temer: disputa de poder

A ideia de  Dilma Rousseff (ou de algum assessor seu) de antecipar-se a Michel Temer, que hoje janta com empresários em São Paulo, e chamar uma turma de pesos-pesados para jantar no Alvorada, revela um fato inusitado: a presidente da República disputando poder com o vice.

Por Lauro Jardim

 

Mais impostos

Dilma

Impostos à mesa

A propósito, os empresários pesos-pesados que jantaram anteontem com Dilma Rousseffrelataram aos mais próximos que boa parte da conversa girou em torno da necessidade de se aumentar impostos.

Por Lauro Jardim

 

Bem que o Delfim avisou…

Delfim conhece a alma da Fiesp há quase meio século

Delfim conhece a alma da Fiesp há quase meio século

Em fevereiro, numa reunião fechada na Fiesp, Delfim Netto, que enxerga longe, vaticinou: em outubro, todos aqueles industriais que o cercavam estariam pedindo a queda de Joaquim Levy, por não suportarem mais o peso do ajuste fiscal (leia mais aqui).

Setembro está chegando e a profecia de Delfim parece que começa a se materializar. Ontem, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, foi para cima de Levy:

- Pelo visto, para o ministro, terminar o ano com fechamento negativo de 1,5 milhão de empregos a menos parece não ser um problema.

Há pouco menos de um mês, numa reunião do conselho da Fiesp, o próprio Delfim fez troça:

- Acho que errei aquela data…

Por Lauro Jardim

 

Bola embaçada

Steinbruch: previsões erradas

Steinbruch: previsões erradas

Um dos participantes do jantar de anteontem no Alvorada entre Dilma Rousseff e grandes empresários, Benjamin Steinbruch é dono de uma bola de cristal quebrada – ou de um otimismo incorrigível.

Em abril, Steinbruch escreveu um artigo na Folha de S. Paulo em que exalava confiança e otimismo. Lá pelas tantas previa:

- Há motivos para esperar que as condições da economia brasileira melhorem significativamente a partir do terceiro e quarto trimestres (…).

O Brasil caminha para o quarto trimestre sem sombra de melhora nos indicadores econômicos. Muito pelo contrário: todos estão piorando.

A própria CSN de Steinbruch neste momento sofre tentando negociar o alongamento de sua dívida de 30 bilhões de reais com o Banco do Brasil e a Caixa.

No mesmo artigo, Steinbruch ainda elogiou a trajetória do câmbio:

- O câmbio mantém uma trajetória benigna, nem tão desvalorizado para complicar a política anti-inflacionária nem tão valorizado a ponto de prejudicar a atividade exportadora.

De lá para cá, o dólar subiu de 3 reais para 3,60 reais.

A favor de Steinbruch, deve-se admitir que qualquer previsão para a economia brasileira, mesmo de curto prazo, é algo para videntes muito bem experimentados.

Por Lauro Jardim

 

Brazil dizimado, por CAIO BLINDER, de N. York

Aqui do meu posto “avançado”, eu acredito ser meu dever reportar para a base (o Brasil) o que se fala no exterior sobre o Brazil em tempos crônicos de crise. Trago de volta Lourdes Garcia-Navarro, a correspondente no Brasil da National Public Radio, a NPR, a rádio pública americana. Na semana passada, reportei a conversa incrédula entre ela e o apresentador do noticiário sobre a taxa de aprovação de Dilma Rousseff (o apresentador não acreditava que fosse de 8%).

Desta vez é uma conversa com bem menos incredulidade, mas com hipérboles. O apresentador do noticiário conversa com vários correspondentes da NPR sobre o impacto da crise chinesa em cada país. Lourdes Garcia-Navarro é fulminante. Ela diz que o Brasil “está realmente sendo dizimado” pelo o que acontece na China, “provavelmente mais do que qualquer outro país”. A explicação: paralisado pela crise política, o Brasil ainda por cima é manietado por sua dependência da China.

No desespero, exportar é a solução (a única), mas a China vive o seu próprio desespero, pois não consegue mais crescer como antes. O mundo ficou muito mal acostumado. Imagine, um destino de exportações crescendo a uma taxa de dois dígitos anuais, ano atrás de ano. Acabou. Sequer se pode garantir que a média de 7% será atingida.

A encrenca chinesa obviamente virou produto da agitprop do governo Dilma Rousseff para explicar o sufoco brasileiro. A culpa vem de fora. No entanto, estamos por dentro. Sabemos que basicamente a crise brasileira é made in Brazil e não made in China.

E a propósito, há um exagero nas afirmações da repórter Lourdes Garcia-Navarro. O Brasil pode estar dizimado, mas no final das contas é menos dependente de suas exportações para a China do que outros países. Claro que o Brasil e exportadores de commodities como a Austrália sofrem, assim como países como Japão e Coreia do Sul, que exportam componentes high-tech para a indústria chinesa.

Em termos percentuais na sua pauta de exportacões, a Austrália é de longe o país mais afetado (em termos absolutos é a Coreia do Sul). Percentualmente, o Brasil está em quarto lugar. Em primeiro lugar, devemos olhar para nossas vulnerabilidades internas. (por CAIO BLINDER,  de N. York)

Resistir é preciso

Como espectadores, como consumidores ou como voyeurs podemos escolher o que ver, o que consumir ou o que espiar. Resista e não caia na ratoeira do assassino dos dois jornalistas na Virgínia. As imagens que ele filmou do seu celular também eram uma arma, assim como aquelas filmadas pelo próprio cinegrafista que veio a morrer no exercício da profissão.

Claro que é um dilema para a mídia divulgar ou não; popularizar ou não as imagens, como era um dos alvos do assassino. Faz parte do exercício da profissão, não? Uma boa escolha é não racionalizar por aí e escapar da ratoeira. O assassino queria imortalizar as mortes, como os terroristas do Estado Islâmico, com seu sórdido e macabro espetáculo de execuções.

São mortes no século 21, na era das redes sociais, destinadas a serem testemunhadas em escala global e de forma instântanea. Não merecem nossa gratificação.

(Caio Blinder, de N. York)

 

Caso que chocou os Estados Unidos dá nó na cabeça dos defensores das "minorias"

Sim, negros e gays também podem ser assassinos. Não, eles não matam porque são “vítimas”

Atenção: o que segue abaixo é a obviedade ululante, algo como dizer que 2 + 2 = 4, mas que, no mundo moderninho, soa como um absurdo, como uma afronta, como algo que fere a sensibilidade do politicamente correto. Lá vai: negros e gays também podem ser assassinos! Sim, há assassinos brancos, negros, altos, baixos, magros, gordos, gays, heterossexuais, de esquerda, de direita, cristãos, ateus e muçulmanos. Indivíduos matam. Não classes sociais, ou abstrações coletivas. Tampouco armas.

Após constatar essa obviedade, falemos do caso que chocou os Estados Unidos ontem. Uma repórter e o cinegrafista foram mortos ao vivo por um ex-colega da emissora americana WDBJ7, afiliada da rede CBS. A repórter Alison Parker, de 24 anos, e o cinegrafista Adam Ward, 27, foram surpreendidos por um homem armado que os matou e fugiu em seguida. Ele gravou o assassinato que cometeu:

A justificativa do assassino, que era negro e gay (minoria em dose dupla), foi a de que se tratou de uma reação ao massacre de Charleston. Mas o chefe do repórter que matou a tiros nesta quarta-feira os dois ex-colegas disse para ele ir procurar tratamento médico, segundo o jornal The Guardian. A informação consta em relatórios internos da WDBJ7, emissora em que Vester Lee Flanagan trabalhou durante cerca de um ano entre 2012 e 2013.

De acordo com os documentos, Flanagan foi repreendido por ter se dirigido a uma colega utilizando “linguagem dura” e “linguagem corporal agressiva” enquanto trabalhava como repórter. “Em três ocasiões distintas no mês passado ele se comportou de uma maneira que fez com que seus colegas se sentissem ameaçados ou desconfortáveis”, escreveu Dan Dennison, que na época era chefe de reportagem da WDBJ7.

Diante desse lamentável e terrível episódio, temos duas opções: a primeira é constatar que existem malucos de todo tipo, que usam ideologias como desculpa para praticar atos bárbaros; a outra é adotar a forma binária de enxergar o mundo, e já que o assassino era negro e gay, colocá-lo na categoria das “vítimas”, já que as “minorias” são sempre vítimas, por definição (ideológica). Pode-se culpar a arma também, e desviar o foco para fazer campanha de desarmamento. Fim de papo.

Estou terminando um livro interessante, End of Discussion, que mostra justamente como a turma do politicamente correto, em ampla maioria de esquerda, vem inviabilizando qualquer debate sério no mundo, por adotar estratégias como essa descrita acima. O duplo padrão é evidente. Se alguém mata em nome de alguma causa atribuída à direita, por exemplo, a cobertura da imprensa é incansável e sua ideologia será mencionada a cada instante, mesmo que o crime não tenha relação direta com sua ideologia. Se o assassino tem viés de esquerda, esse “detalhe” passa a ser ignorado, mesmo que seja a razão oferecida para o crime.

Os autores do livro mostram inúmeros casos assim, ou até piores, como quando de um lado há agressão efetiva e a imprensa joga para baixo do tapete, pois o agressor era de esquerda, e do outro lado sequer houve agressão, mas o linguajar já é suficiente para pintar uma direita “raivosa” que “incita a violência”. O que esse pessoal vai falar do repórter assassino? Que ele era uma vítima? Que a retórica da direita fomenta a violência?

O homem era gay e negro, e justificou seu crime hediondo, covarde, usando a cartada racial ideológica das “minorias oprimidas”. Como a esquerda vai fugir dessa? Se fosse o contrário, ela já estaria vociferando contra toda a direita, alegando que sua postura dissemina o ódio e coisa e tal. E agora? Vai assumir que a própria narrativa de “vítima oprimida” pode produzir monstros, “justiceiros” que saem matando inocentes por aí para “vingar” as “minorias”? Um peso, duas medidas. Como sempre.

O que os coletivistas que falam em nome das “minorias” nunca levam em conta é que indivíduos praticam crimes, não coletividades. E como eles só enxergam coletivos, ignoram todos os casos quando não se encaixam em suas narrativas. Por exemplo: a imensa maioria de assassinos de negros nos Estados Unidos é formada por… negros! Como adaptar esse fato ao discurso de branco malvado e negro vítima? Vejam esse cidadão Edward Watson, ele mesmo negro, que interrompe a coletiva de imprensa da prefeita de Rochester para deixar o seu recado destoante da visão “progressista”:

A demagogia das “minorias” já cansou. A “revolução dos oprimidos” acabou levando a uma mentalidade que tudo desculpa quando o marginal pertence às “minorias”, e adota um duplo padrão de moralidade para sempre encontrar um jeito de condenar o homem branco ocidental cristão, o maior vilão da humanidade!

Rodrigo Constantino

 

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Fonte:
veja.com

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