"Onde está Kátia? Fora o cargo, que é que mudou da ruralista do DEM para a ministra de Dilma?...

Publicado em 23/11/2015 06:44
por CARLOS BRICKMANN (no blog de Augusto Nunes, de veja.com)

Onde está Kátia? 

Não faz muito tempo, os ruralistas eram comandados por uma guerreira, a senadora Kátia Abreu, ativa, articulada, boa de briga, tenaz defensora dos produtores agrícolas, antipetista de comer lula frita pelo prazer da mastigação. Kátia era do DEM, seguiu Gilberto Kassab no PSD, desentendeu-se com ele, hoje está no PMDB, ganhou um Ministério, virou amiga de infância da presidente Dilma.

No momento em que o governo ameaça os caminhoneiros que fecharem estradas enquanto permite que o MST feche o que quiser, quando quiser, cadê Kátia Abreu? Kátia está mais muda do que tucano quando tem de tomar uma decisão. Fora o cargo, que é que mudou da ruralista do DEM para a ministra de Dilma?

Fonte de renda

A ministra Kátia Abreu pode ter afrouxado no combate, mas as investigações sobre o MST (organização que o ex-presidente Lula chamou de “o exército de Stedile”, referindo-se ao chefe do grupo) devem se intensificar.

O presidente da CPI do Incra e da Funai, deputado Alceu Moreira, do PMDB gaúcho, prometeu mapear todo o dinheiro público que abastece o MST. Moreira tem o apoio do vice da CPI, deputado Luiz Carlos Heinze, do PP gaúcho. Quem paga as manifestações e movimentações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra pelo país?

Em nome da Pátria

Pátria Educadora, lembra? Pois é: o material escolar chega a pagar perto de 50% de impostos. Houve uma tímida tentativa de dar desconto aos professores na compra de livros didáticos. Dilma vetou aquilo que deve considerar um escandaloso privilégio. E o Congresso aprovou o veto.

Quer estudar? Gaste!

O amigo secreto

O deputado federal Paulo Teixeira, do PT paulista, foi interrogado pelo juiz Sérgio Moro, por videoconferência, na condição de testemunha de defesa do ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto. Moro pediu explicações a Teixeira sobre como um depósito da empreiteira Engevix, de R$ 190 mil, surgiu na contabilidade de sua campanha de 2014. Teixeira garantiu que o depósito foi um engano, porque não conhecia a empreiteira, mas que não era possível desfazer a doação.

Esperamos que o juiz seja compreensivo: quantos de nós não recebem centenas de milhares de reais na conta sem nem saber quem é que os botou lá?

Sim, não, talvez

No encontro da Fundação Ulysses Guimarães, o PMDB decidiu que seus diretórios estaduais se unirão às manifestações populares contra Dilma; que a cúpula federal fará críticas à política econômica de Dilma; e que, para manter o equilíbrio, o partido não desistirá de cargo nenhum no governo.

Ninguém é de ferro.

 

Companheiro é companheiro

Nada pode ser mais autenticamente petista: o 3° Congresso da Juventude do PT, que se iniciou na sexta, em Brasília, com presença e discurso do maior ícone petista, o ex-presidente Lula, e transmissão ao vivo pela Agência PT de Notícias.

E qual a posição oficial deste congresso oficial petista? Apoio total a José Dirceu, que já cumpriu pena por seu papel no Mensalão, que está preso preventivamente, pela acusação de receber propina, por ordem do juiz Sérgio Moro. José Dirceu é chamado, no encontro do PT, de Guerreiro da Democracia e Guerreiro do Povo Brasileiro. Os jovens petistas manifestam apoio também, em cartazes, a José Genoino, Delúbio Soares e José Paulo Cunha, condenados à prisão por participar do Mensalão, e João Vaccari Neto, que cumpre pena de 15 anos por corrupção. Mas estes estão um degrau abaixo de Dirceu, já que não são chamados de Guerreiros da Democracia, mas apenas de Guerreiros do Povo Brasileiro.

Agora já não se trata de desvio de conduta de dirigentes partidários, à revelia do partido: o PT os apoia formalmente, embora condenados por corrupção. E o ex-presidente Lula, líder maior do PT, confirma com sua presença esta posição.

Chama a atenção, neste 3º Congresso da Juventude do PT, a discriminação contra alguns condenados, que não mereceram ser chamados de Guerreiro do Povo Brasileiro e nem são lembrados, como o deputado federal André Vargas, condenado a 14 anos por corrupção. Ou Henrique Pizzolatto, que fugiu para a Itália e, depois de longa disputa judicial, cumpre 12 anos no Presídio da Papuda.

 

Editorial do Estadão: A arte de sofismar

Publicado no Estadão

Luiz Inácio Lula da Silva é realmente um prodígio na nem sempre delicada arte de sofismar, que os dicionários definem como o exercício de “raciocínio vicioso, aparentemente correto e concebido com a intenção de induzir em erro”. Haverá quem prefira substituir o verbo sofismar por outro mais contundente: mentir. Qualquer dos verbos cai como uma luva para definir o desempenho de Lula em entrevista televisiva de 40 minutos concedida ao jornalista Roberto D’Ávila, na qual se definiu como “o mais republicano dos presidentes que este país já teve” e negou categoricamente que esteja tentando de algum modo interferir no governo Dilma, nem mesmo no que diz respeito ao ministro Joaquim Levy, ao ajuste fiscal e à política econômica, porque “um ex-presidente tem que ter muito cuidado para não dar palpite”.

 

Lula serviu-se de um rombudo argumento para dar um puxão de orelha nas centenas de milhares de brasileiros que votaram em Dilma e hoje se voltam contra ela. É como se fosse o caso de “um pai cujo filho está doente, com febre, mas em vez de cuidar dele prefere jogá-lo fora”. Quer dizer: Dilma está “doente, com febre”, mas ninguém se dispõe a ajudá-la. Nem ele próprio, que garantiu mais de uma vez: “Não dou palpite no governo”. Não corou um minuto. Não empalideceu jamais.

O ex-presidente não perdeu nenhuma oportunidade para discorrer sobre as “extraordinárias conquistas” dos governos petistas, durante os quais “o trabalhador, a classe média, os empresários, os banqueiros, todos ganharam”. Pressionado pelo entrevistador, admitiu, apenas implicitamente, que hoje o país enfrenta uma crise econômica que ameaça comprometer as conquistas sociais. Mas explicou que essa crise é devida a dois fatores sobre os quais o governo petista não tem responsabilidade. O primeiro é a crise financeira internacional provocada por capitalistas “irresponsáveis”.

O segundo responsável pela atual crise econômica, segundo Lula, é a “grave crise política”. Mergulhado nessa crise, o Congresso Nacional, “com total apoio da Imprensa”, se tem recusado a aprovar as medidas propostas pelo governo para botar suas contas em ordem. Essa esfarrapadíssima desculpa omite o fato de que, após eficiente toma lá dá cá – única providência que a elite palaciana consegue concluir com sucesso –, os parlamentares acabaram aprovando praticamente todo o pacote de medidas de interesse do Planalto. Mais grave, no entanto, é Lula fingir que a “grave crise política” não foi criada pelo próprio governo petista, a começar pela desastrada tentativa de impedir a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara. Pois foi exatamente para tentar corrigir grosseiros erros políticos praticados por Dilma que Lula, que jura que não dá palpites, a convenceu a trocar os coordenadores políticos do governo, tirando da Casa Civil e das Relações Institucionais dois ministros nos quais ela confiava e os substituindo por outros que a ele são fiéis.

Mas foi no capítulo da corrupção que Lula se mostrou um verdadeiro artista. Começou, em tom dramático, definindo-se como um político de formação moral rígida e reputação absolutamente ilibada: “Só tenho um valor na minha vida, não são dois, apenas um: vergonha na cara, o que aprendi com uma mãe analfabeta”. Em relação ao escândalo da Petrobras – que lhe causou “um susto” –, saiu-se pela tangente afirmando que sempre foi favorável à investigação, repudiando apenas o “vazamento seletivo” de delações premiadas, e lançando a responsabilidade da esbórnia sobre “antigos funcionários” da estatal, que estavam lá “há muito tempo”. Tentando afastar qualquer suspeita sobre eventual envolvimento seu na devastação da empresa, garantiu, em seu melhor estilo palanqueiro: “Duvido, duvido muito, que algum empresário possa afirmar ter conversado comigo qualquer coisa que não fosse possível de ser concretizada em qualquer lugar do mundo”.

Trata-se de argumento que funciona para quem tem fé inabalável na retidão moral de quem o enuncia. Mais ou menos como a garantia que deu em 2005, de que não sabia da existência do mensalão: “Eu me sinto traído por práticas inaceitáveis, das quais nunca tive conhecimento”. Depois de ter sido reeleito no ano seguinte, mudou o discurso partindo, como de hábito, do princípio de que o brasileiro é idiota: “O processo do mensalão é uma farsa”. Certamente, um dia dirá o mesmo sobre o petrolão.

 

Oliver: Os meninos do Brasil

VLADY OLIVER

Enquanto a Europa discute o que fazer com seus jihadistas, o Brasil sequer discute o que fazer com sua juventude transviada que se agrupa em hordas sob a bandeirinha do PT para cacarejar e gritar palavras de ordem em homenagem aos seus guerreiros, forrados de grana na cueca. É um espanto.

 

Evidente que aquela e esta agremiação criminosa deveriam ser proscritas. Mais evidente ainda a comoção que causará, com o resto da lama que ainda falta boiar no território destes alegres milicianos do atraso e do barbarismo, que desnudarão ainda mais dejetos que os que já contabilizamos.

Talvez a existência de um Cunha explique a existência de um Lula, pois para a roubalheira ser completa sempre é necessário quem furte as galinhas e quem abra a porta da granja. Neste quesito, talvez a única verdade consumada pela vigarice é que eles só fazem aquilo que todos já fizeram ou ainda fazem, só que com muito mais audácia, desprendimento e irresponsabilidade. Para muitos, parecem qualidades insofismáveis. Para o todo, no entanto, os prontuários dessas entidades só os credencia para as dependências da polícia.

Eu sempre me pergunto o que fazer do espólio moral que essa gente vai deixar por aqui. O que será dos “meninos do Brasil” entregues à própria sorte de terem que pensar com as próprias cabeças? Não bastasse a índole alvejada, a ideologia torta, a burrice faraônica e a ignorância rombuda que todos exibem faceiros em suas agitações frenéticas de bandeirinhas tortas, o culto à pobrice como estética do manco vai fazendo uma escola perigosa para o país.

As barragens não caem sozinhas, meus caros. Elas precisam de um longo processo de solapamento, devidamente descaracterizado como movimento importante, que um dia será o estopim de uma tragédia anunciada. Eu começo a acreditar que esses políticos simplesmente não se dão conta de com que forças estão mexendo. Dançam uma dancinha esquisita, no alto do vertedouro de suas ideologias pilantras, acreditando cegamente que a estrutura jamais virá abaixo, soterrando-os num amontoado de dejetos.

Eu já disse aqui mesmo – e muita gente não me interpretou corretamente – que não é a quadrilha desse mamulengo que vai me fazer sair daqui. É a herança maldita, deixada por todos estes grupamentos, que condenou inexoravelmente o país a ser um quintal de si mesmo, onde suas muambas vão sendo negociadas a céu aberto para fabricar os novos cretinos que almejam nos governar em seguida.

O reinado de Lulão, Marinão, Macedão, Dilmão e contramão não termina nunca. Ele é uma extensão do nosso cérebro, da nossa finitude marreta, da nossa malemolência e da nossa simpática apatia. Ele é o produto certo, para o consumidor certo que cultivamos por aqui. Uma lástima.

 

O mito da concertação, por VINICIUS MOTA (FOLHA)

SÃO PAULO - No início dos anos 1980, ativou-se em círculos de centro-esquerda a expectativa de união entre duas vanguardas, ambas sobretudo paulistas, que derrotavam a ditadura: o novo sindicalismo, de um lado, e a elite de profissionais liberais, empresários e intelectuais em torno do MDB, do outro.

Essas correntes acabaram trilhando vias divergentes. Fortaleceram-se como polos autônomos, atraíram a massa menos distinta de lideranças tradicionais e disputaram os postos mais cobiçados da política. Entrechocaram-se quase o tempo todo ao longo de 40 anos de democratização.

Nostálgicos da concertação jamais atingida, entretanto, sempre estiveram por aí. A pretexto de desatar o nó político que faz a economia fibrilar, acalentam agora a ideia da aproximação entre setores do PT e do PSDB. Um encontro entre os ex-presidentes Fernando Henrique e Lula da Silva prefigura-se, em algumas dessas especulações, como uma espécie de refundação da Nova República.

Petistas e tucanos teriam feito mais pelo desenvolvimento político, institucional, social e econômico brasileiro se tivessem, à maneira chilena, selado um pacto de longo prazo entre si no início dos anos 1990? A coalizão talvez houvesse obtido vários mandatos sucessivos na Presidência da República e nos mais importantes governos estaduais e municipais, mas à custa de quê?

O notável amadurecimento de instituições de controle do abuso de poder, como o Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal, o Ministério Público e os tribunais de contas teria sido o mesmo num ambiente de amistosa distensão político-partidária?

Há extensa evidência histórica de que a resposta é negativa. PT e PSDB beneficiaram o Brasil ao confrontarem-se. Talvez a sociedade é que, agora, comece a transbordar do esquema centro-progressita configurado pelo somatório das duas legendas. Nenhuma conversa entre Lula e FHC vai equacionar esse problema.

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Fonte:
Blog Augusto Nunes( veja.com)

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2 comentários

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Antes de saber que se tratava apenas de retórica vagabunda, tinha alguma simpatia por Kátia Abreu. Não por algo importante ou relevante que essa senhora tenha feito, talvez apenas por ela dizer algumas palavras que soavam como um desabafo pessoal. Não tinhamos informações, era crível. Hoje não. Hoje sei que essa senhora é a incorporação da falsidade e desonestidade...

    Kátia Abreu é uma neurótica, uma velha adolescente deslumbrada com o poder, o que, ela deve imaginar, disfarça sua feiura fisica e moral. Kátia Abreu, assim como Blairo Maggi, sempre foram companheiros dos companheiros, no melhor estilo Lulista ("usa e joga fora"). Essa gente só sabe ganhar dinheiro se for pendurada no governo, nas tetas do BNDES, nos descaminhos da grilagem de terras, e na associação com criminosos. Sim, por que o PT é um partido criminoso. Não há mais remédios nos hospitais, nem leitos, falta material nas escolas da pátria educadora, mas os empresários amigos, os que não estão presos ou sendo investigados, assim como o funcionalismo público, tendo sua expressão máxima no judiciário, estão firmes e fortes, inclusive na garantia da impunidade dos bandidos. Lula e seus partidários foram para a Europa e Asia, dizer aos europeus e asiáticos que os brasileiros são um povo desprezivel, que não quer que os pobres comam, viagem e vivam bem. Foram lá dizer que a imprensa, a elite, a oposição, não valem nada, e que a única coisa que presta no País é o PT... Com o dinheiro roubado da petrobrás e de todas as estatais. Lula não roubou apenas o Brasil, Lula roubou a esperança e dignidade dos brasileiros.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Rodrigo só essas palavras: "uma velha adolescente deslumbrada" valeu o dia..."PARABÉNS" !!!

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  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Essa "criatura" foi moldada com barro ou com dejetos?

    Ela tem um "dom" parecido com a do Rei Midas:

    TUDO QUE ELE TOCAVA VIRAVA OURO !

    Quanto a ela ... TUDO QUE ELA TOCA VIRA M&#*@ !

    Também a gente vai exigir o quê? O seu "criador" não é nenhum "Aleijadinho", é sim um "aleijado mental" que por infelicidade do povo brasileiro, ainda está solto e, por ser um psicopata não para de causar dano à sociedade.

    JUIZ SÉRGIO MORO, POR FAVOR: ACELERE AS INVESTIGAÇÕES, PRENDA LOGO ESSE PSICOPATA !!!

    Ah! Para aqueles que não entenderam, a "criatura" é a "PRESIDENTA" !!!

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