Banco Central mantém taxa básica de juros em 14,25%

Publicado em 25/11/2015 20:11
Dos oito integrantes do colegiado, seis votaram pela manutenção da taxa. Decisão era amplamente esperada pelo mercado
Edifício sede do Banco Central em Brasília
Edifício sede do Banco Central em Brasília(Ueslei Marcelino/Reuters/VEJA)

O Banco Central (BC) manteve nesta quarta-feira a taxa básica de juros em 14,25% ao ano pela terceira vez seguida, em decisão não unânime. Foi a primeira decisão dividida do Comitê de Política Monetária (Copom) desde outubro de 2014, um sinal de que um futuro aumento na Selic pode vir mais cedo que o esperado. Dos oito integrantes do colegiado, seis votaram pela manutenção da taxa, enquanto os diretores Sidnei Marques e Tony Volpon votaram pela elevação da taxa em 0,5 ponto percentual, para 14,75%. Pesquisa da Reuters mostrou que 49 dos 50 economistas consultados previam que a Selic ficaria inalterada, no maior patamar desde 2006.

Para a economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara, a falta de unanimidade é sinal de que o BC poderá subir os juros já no início do ano que vem. Anteriormente ela previa que isso ocorreria em março. "Como as projeções de inflação começam a passar do teto da meta em 2016, o BC se vê instado a agir. É uma sinalização de que pode ser que a primeira alta venha em janeiro", afirmou ela.

Em lacônico comunicado, o BC se limitou a dizer que "avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu manter a taxa Selic por seis votos a favor e dois votos pela elevação do juro. Suprimiu, com isso, trecho do comunicado anterior em que assinalava que BC seguia entendendo que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, era necessária para a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante da política monetária.

O economista-chefe da Haitong, Jankiel Santos, também avaliou que a decisão dividida indica um nível de preocupação maior da autoridade monetária com o cenário de inflação. "Se antes ele (BC) insistia e a gente tinha essa percepção de uma dificuldade bastante grande de aumento da taxa de juro, hoje essa sinalização é completamente contrária ao que a gente tinha. Já podemos ver no início de 2016 aumento de taxa de juro de novo", disse.

Diante das turbulências no cenário fiscal e político, o BC havia desistido na reunião de outubro de levar a inflação para o centro da meta no final de 2016, estendendo esse prazo para 2017 e elevando o tom em seu discurso, indicando que poderia voltar a subir a Selic se entendesse necessário, mesmo diante da fraqueza econômica.

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(Com agência Reuters)

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Fonte:
Reuters + VEJA

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