Pressionado por China, dólar sobe a R$ 4,0525, maior nível desde setembro

Publicado em 07/01/2016 16:03

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Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou no maior nível em relação ao real em mais de três meses nesta quinta-feira, em mais um dia marcado por intensas preocupações com a economia chinesa nos mercados globais após nova desvalorização do iuan derrubar as bolsas do país asiático.

O dólar avançou 0,77 por cento, a 4,0525 reais na venda, maior nível desde 29 de setembro (4,0591 reais). Na máxima desta sessão, a moeda norte-americana subiu mais de 1 por cento e atingiu 4,0745 reais.

O governo chinês permitiu que o iuan se desvalorizasse mais rapidamente, alimentando preocupações com a possibilidade de a segunda maior economia do mundo estar mais fraca que o esperado. Além disso, investidores temem que o gigante asiático possa provocar uma disputa de desvalorização cambial entre seus parceiros comerciais.

"As autoridades chinesas parecem perplexas e, com a falta de transparência, os mercados tendem a reagir com força a qualquer sinal de fraqueza", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

O tombo das ações chinesas ativou um mecanismo de "circuit breaker", suspendendo as negociações pelo resto do dia pela segunda vez nesta semana. Mais tarde, o governo chinês anunciou que deve suspender o mecanismo a partir de sexta-feira, o que contribuiu para tirar o dólar das máximas da sessão.

A China é um dos principais parceiros comerciais do Brasil e serve de referência para investidores em mercados emergentes. O peso mexicano atingiu sua nova mínima histórica em relação ao dólar.

"O tema deste início de ano é China, e o Brasil é particularmente vulnerável por causa da incerteza política", disse o operador de uma corretora nacional.

No mercado local, operadores continuaram buscando pistas sobre a estratégia do governo para lidar com a crise econômica. Muitos operadores entenderam a substituição de Joaquim Levy por Nelson Barbosa como ministro da Fazenda como um sinal de que o ajuste fiscal deve ser afrouxado.

Nesta manhã, o Banco Central realizou mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos. Até o momento, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 2,263 bilhão de dólares, ou cerca de 22 por cento do lote total, que corresponde a 10,431 bilhões de dólares.

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Fonte:
Reuters

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2 comentários

  • Joacir A. Stedile Passo Fundo - RS

    Não é a China quem provoca a desvalorização do real! É o desgoverno do PT!

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      O que vai quebrar o Brasil não é a desvalorização, pois ela só transfere dinheiro do bolso de uns para outros, dentro do Brasil. O que vai quebrar o Brasil é o déficit primário, que para quem não sabe que bicho é esse, é o gasto maior que a arrecadação por parte do governo, excluindo ainda os juros da divida pública.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Joacir, segue um artigo escrito por um ilustre comentarista econômico: http://noblat.oglobo.globo.com/geral/noticia/2016/01/nao-e-por-vontade.html

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Bom o artigo Sr. Rensi, foi o que senti quando li o artigo do economista, publicado aqui no Noticias Agricolas, de que não há crise na China. Proselitismo barato da ação governamental, ou seja, essa gente insiste que o governo pode trazer crescimento e desenvolvimento, politico, economico, cultural, social, o que seja. É o que o cachaceiro do Lula pregou tanto tempo por aqui, "basta vontade politica", e é o que os defensores de governos querem que as pessoas acreditem. Que quando "bem administrado", o governo pode fazer com que o País cresça, quando quer desenvolvimento, pode criar desenvolvimento, e quando quer "melhorar" a vida das pessoas, melhora a vida das pessoas. A verdade, no entanto, é que as pessoas melhoram, a grande maioria, pois aqui é preciso retirar os mamadores oficiais, através de seus próprios esforços. O que quero dizer é o seguinte, não importa o quanto o governo e seus capachos prejudiquem as pessoas, elas sempre darão um jeito de melhorar de vida, e essa tentativa insistente de roubar o mérito das pessoas é uma das coisas mais abjetas que nossos politicos, representantes e governantes fazem.

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  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    100 bilhões é o valor que o BC pagou a investidores pelas perdas cambiais. Não existe esse negócio de China permitir desvalorização, ela foi obrigada. A China está falida e os EUA também, só que os EUA tem o dólar como moeda de reserva mundial. A China vai quebrar o Brasil. Hoje foi um estouro de boiada nas bolsas, todas perderam bilhões de dólares, e onde foi parar esse dinheiro? Não estou falando de grandes empresários, estou falando de economias de aposentados, de trabalhadores, do dinheiro do FGTS e dos fundos financeiros administrados por agentes privados e estatais. É como um tubo de aspirador de pó sugando dinheiro, que vai parar nas mãos dos bilionários, dos funcionários públicos, ou somem nos porões dos governos. Ninguém se pergunta, se todo mundo está perdendo dinheiro, quem está ganhando? Para onde vai esse dinheiro que as pessoas estão retirando da bolsa? Nosso governo vai esperar a ação da petrobrás valer 1 real para vende-la. E a Vale do Rio Doce? Toda riqueza mineral está indo pelo ralo, e será comprada, agora sim, a preço de banana. E não há nada a fazer, todo o funcionalismo público apoia o governo corrupto, que está fazendo aquilo que dizia combater. Some o discurso ufanista e surge o realista, de que afinal os liberais tem razão? No Brasil o erro é premiado. Arrogantes, prepotentes, ufanistas, da terra das mil maravilhas!! O que digo eu, o que eu digo? Não há salvação para esse País com esses embusteiros, empulhadores, mentirosos, trapaceiros, ladrões, no comando do Brasil.

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