Soja: Na CBOT, mercado busca recuperação na manhã desta 5ª feira

Publicado em 28/08/2014 08:32 e atualizado em 28/08/2014 09:02

Após encerrar o pregão anterior em campo misto, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com leves ganhos na manhã desta quinta-feira (28). Por volta das 8h23 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam altas entre 2,75 e 5,00 pontos. O vencimento setembro/14 era cotado a US$ 10,88 por bushel.

O mercado busca uma recuperação depois das perdas recentes registradas no mercado internacional. As cotações da oleaginosa são pressionadas pela expectativa de grande safra nos EUA, estimada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em quase 104 milhões de toneladas.

A projeção é reflexo das condições climáticas que permanecem favoráveis no país. De acordo com informações reportadas pelo site de notícias internacional DTN Progressive Farmer, há previsões de chuvas de intensidade moderada e forte para essa quinta-feira.

As precipitações devem ocorrer, especialmente no leste de Nebraska, Oeste de Iowa, leste de Dakota do Sul e sudoeste de Minnesota. Além disso, o mercado também aguarda os números de vendas para exportação, que serão reportados hoje pelo USDA.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja fecha em queda em Chicago e mercado segue travado no Brasil

Por Carla Mendes

O mercado da soja trabalhou e fechou o dia sem uma direção bem definida nesta quarta-feira (27). Na Bolsa de Chicago, os preços terminaram a sessão regular em campo misto, com o setembro subindo mais de 10 pontos e terminando os negócios a US$ 10,85 por bushel, enquanto as demais posições recuaram pouco mais de 3 pontos. Já no Brasil, o preço da saca recuou 0,79% e fechou em R$ 62,50 no Porto de Paranaguá, enquanto em Rio Grande houve um aumento de 1,59% para R$ 64,00. 

A referência para os negócios é agora o vencimento novembro/14 tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil e, nesta quarta, encerrou o dia cotado a US$ 10,23/bushel. O mercado continua sendo pressionado pela grande safra que deve chegar dos Estados Unidos nesta temporada 2014/15, estimada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em quase 104 milhões de toneladas. 

Outro fator que vem pressionando as cotações em Chicago é o recuo dos basis (prêmios) nos Estados Unidos. "Tivemos valores recordes no mercado americando, mas nesta terça-feira (26), em algumas localidades, caíram quase US$ 0,70 por bushel. O valor atual, para o Golfo, é de US$ 2,65 sobre Chicago", explica o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest. 

As esmagadoras norte-americanas, em sua maioria, já se mostram bem abastecidas, tendo realizado suas compras com mais antecedência tentando garantir sua cobertura diante de estoques muito apertados e, ao mesmo tempo, algumas indústrias já aguardam pela oferta da nova safra, ainda de acordo com o analista.

"Não temos notícias animadoras que possam motivar uma nova alta em Chicago. Teríamos que observar um clima adverso por lá, como alguma geada precoce. Mas, até então, você tem a demanda em um ritmo normal de consumo, sem grandes disparadas, o clima favorável e a expectativa de uma safra de 104 milhões de toneladas", diz. 

No Brasil, a demanda para exportações também se mostra em um ritmo menos acelerado, bem como a demanda interna. O esmagamento de soja no país também vem reduzindo seu ritmo e as vendas externas da temporada 2013/14 já se mostram quase concluídas. O cenário, portanto, é o da comercialização de soja travada no Brasil. 

Enquanto nos melhores momentos da temporada a saca da soja era negociada a R$ 70,00, os preços nos portos, agora, oscilam entre R$ 63,00 e R$ 64,00 nessa semana. A baixa, segundo analistas, é resultado de uma menor referência em Chicago, um ligeiro recuo dos prêmios e mais uma desvalorização do dólar frente ao real. A moeda norte-americana, nesta quarta-feira, fechou em queda, após quatro sessões consecutivas de alta. O dólar caiu 0,82% e ficou em R$ 2,24. 

Dessa forma, apesar de um reduzido ritmo de negócios sendo observado no país, o produtor brasileiro deve estar aos novos momentos de repiques de preços e encará-los como valiosas oportunidades de comercialização para o produtor que ainda conta com estoques remanescentes da temporada 2013/14. 

"A partir de agora, do final de agosto, o contrato de referência para o mercado spot brasileiro passa a ser o novembro/14 e temos os vencimentos mais distantes - a partir de janeiro/15 - mais caros do que do que o novembro, então, temos essa transição do mercado. Isso quer dizer que o produtor tem que aproveitar rallies de alta, vender o que tem de estoque remanescente de soja. Não compensa manter a soja armazenada, já que daqui pra frente o ritmo de exportações é menor e há também uma diminuição no ritmo de esmagamento da soja no país", explica o analista de mercado da Agrinvest, Marcos Araújo. 

Segundo informações apuradas pelo Notícias Agrícolas, quase todas as tradings já se abasteceram e fecharam seu quado para esse ano comercial.  Nos repiques de preços observado nas últimas semanas, onde a soja chegou a ser negociada nos patamares de R$ 70,00 por saca, as empresas conseguiram concluir suas compras e isso também acabou esfriando ainda mais o ritmo dos negócios nesse momento, principalmente nas exportações. 

Por outro lado, na ponta compradora, uma notícia positiva. Segundo informações do noticiário internacional, os estoques de soja nos portos da China caíram, em um mês, 500 mil toneladas, passando de 7,3 milhões para 6,8 milhões de toneladas. 

"De certa forma, esse é um movimento normal para essa época do ano, pois como há agora esse período de entressafra, essa soja que estão nos portos têm que migrar para as indústrias para que possa ocorrer o esmagamento e abre espaço nos portos", diz Araújo. Ainda de acordo com o analista, o consumo mundial de soja vem registrando um crescimento de cerca de 4,2% ao ano, então, essa é uma notícia positiva, "com uma demanda crescente que garanta os preços de soja". 

Clima nos EUA

Nas principais regiões produtoras dos Estados Unidos o clima permanece favorável. Há chuvas sendo registradas e previstas para quase todo o Meio-Oeste americano e, para essa semana, são esperada precipitações nas áreas onde o clima vinha se mostrando mais seco nos últimos dias, segundo informações do site norte-americano Farm Futures. 

De acordo com um instituto meteorológico dos EUA, o World Weather, de Kansas, as chuvas das próximas duas semanas irão contribuir para os níveis de umidade do solo, enquanto as temperaturas mais amenas favorecimento o enchimento dos grãos. Até o último domingo (24), 70% das lavouras de soja, de acordo com informações do USDA, estavam em boas ou excelentes condições, melhor classificação dos campos desde 1992.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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