Grãos: Mercado volta a subir em Chicago na manhã desta 4ª feira
Após encerrarem a sessão de ontem em queda, os futuros da soja e do milho voltaram a operar em campo positivo nesta quarta-feira (23) na Bolsa de Chicago. No mercado da soja, por volta das 8h (horário de Brasília), as posições mais negociadas subiam entre 6,25 e 7,25 pontos, com os contratos novembro/13 e janeiro/14 acima dos US$ 13 por bushel. Já no milho, os ganhos eram de pouco mais de 4 pontos e, o trigo, que também trabalhava em alta, subia entre 3 e 6,50 pontos nos principais vencimentos.
O mercado internacional de grãos, principalmente soja e milho, atua observando, de um lado, o avanço da colheita nos Estados Unidos, que depende de boas condições de clima para avançar e, ao mesmo tempo, a boa demanda chinesa, com foco na oleaginosa. Além dos trabalhos de colheita, os investidores especulam ainda sobre a produtividade da nova safra dos EUA e uma possível melhora em importantes estados produtores do país.
Assim, os analistas e investidores esperam, portanto, pelo novo relatório mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga no dia 8 de novembro, com números de área, produtividade, estoques, demanda e produção. Os dados deverão dar uma direção melhor definida para o mercado.
Já no mercado do trigo, as altas são justificadas também pelos problemas climáticos pelos quais passam a Argentina e a Rússia, que são dois dos principais produtores mundiais do grão. A nação sulamericana sofre com uma intensa seca e a produção já começa a ser reduzida, o que deve fazer com que a demanda se volte, cada vez mais, para o produto dos EUA.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira (22):
Possível aumento de produtividade nos EUA pressiona soja e milho
Na sessão regular desta terça-feira (22), a soja fechou os negócios com ligeiro recuo. O mercado trabalhou durante todo o pregão do lado negativo da tabela, porém, chegou a registrar perdas bem mais expressivas do que as baixas de 1 a 4 ponto no fechamento dos principais vencimentos. Assim, o contrato novembro/13, referência para a safra norte-americana, conseguiu retomar o patamar dos US$ 13 por bushel.
O mercado, segundo analistas, sentiu a pressão da evolução da colhieta nos Estados Unidos, mostrada pelo relatório de acompanhamento de safra que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou nesta segunda (21). De acordo com o boletim, até o último domingo, 63% da área norte-americana já havia sido colhida.
Além disso, segundo explicou o analista de mercado Vinícius Ito, da Jefferies Corretora, o sentimento do mercado é de que a produtividade poderá ser maior do que o que vinha sendo estimado anteriormente. Enquanto as últimas projeções falavam em algo em torno de 46,72 sacas por hectares (41,2 bushel/acre), há algumas expectativas entre 47,62 e 48,2 scs/ha (entre 42 e 42,5 bushels/acre). Entretanto, ainda não há números oficiais e estes só deverão ser divulgados no relatório mensal de oferta e demanda a ser divulgado no dia 8 de novembro.
O milho, de acordo com os analistas, também foi pressionado nesta terça-feira por essa perspectiva de melhor rendimento. Apesar de o atraso na colheita ser bastante significativo - até o último domingo (20) atingiu apenas 39% -, o mercado observou também o índice de lavouras em boas ou excelentes condições reportado pelo USDA que ficou em 60%.
"O mercado olha essa situação como uma possibilidade de ter uma produtividade maior do que o que vinha sendo estimado. Então, houve um fator altista e uma baixista, o que fez com que um anulasse o outro", explicou Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, o que faz com que o mercado se mantenha na estabilidade.
Entretanto, os investidores ainda estão atentos à uma possível incidência de geadas e até mesmo de neve em estados produtores importantes, o que poderia causar perdas nos campos norte-americanos.
Entretanto, ainda no caso da soja, o mercado não deverá registrar movimentos muito intensos e contínuos de queda. A demanda chinesa pela soja norte-americana vem se mostrando bastante firme e aquecida, o que é o principal fator de sustentação para os preços. Ao mesmo tempo, de acordo com Ito, o mercado físico nos Estados Unidos também está aquecido, com os compradores ativos e os produtores estão segurando a soja em busca de valores melhores para efetivarem suas vendas.
"Os prêmios nos EUA estão altos, com a safra atrasando a indústria, e os embarcadores para exportação brigam pelo grão, com mercado por lá bastante comercializado e com pouca venda de produtores. Isso nos leva a crer em melhores preços em um futuro próximo", acredita Mauricio Correa, analista do SIM Consult.