Em Chicago, soja foca fundamentos e registra mais um dia de altas

Publicado em 16/04/2014 12:18 e atualizado em 16/04/2014 14:23

A soja dá continuidade às expressivas altas no mercado internacional e registra importantes patamares de preços na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (16). Os ganhos das posições mais negociadas variavam de 6,75 e 14,50 pontos na sessão regular, por volta de 12h08 (horário de Brasília). O contrato maio/14 era negociado a US$ 15,14 por bushel, enquanto o julho também já superava a casa dos US$ 15. 

Os fundamentos seguem mostrando sua força, uma vez que confirmam  o expressivo ajuste no quadro de oferta e demanda, principalmente nos Estados Unidos. A escassez no país já é clara e conhecida e tem sido o principal fator de suporte para as cotações, uma vez que a demanda pelo produto americana, seja interna ou para exportação, se mantém aquecida. 

Nesta quarta-feira, o Escritório Nacional de Estatísticas da China informou que o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 7,4% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior e ficou ligeiramente acima das expectativas do mercado. Essas notícias também poderiam oferecer algum estímulo ao mercado da oleaginosa, uma vez que a demanda chinesa por alimentos tem estado bastante aquecida e não dá sinais de desaquecimento. 

O consumo de carnes, leite e ovos tem crescido expressivamente e, ao mesmo tempo, aumenta-se a necessidade dos componentes da ração animal como o farelo de soja e o milho. Assim, nesta quarta, as cotações do farelo também registram altas em Chicago, uma vez que a demanda por esse subproduto também se mostra bastante acentuada. Segundo os números divulgados ontem pelo Nopa (Associação Nacional de Processadores de Óleos Vegetais) trouxeram os números para março bem acima do esperado pelos analistas. 

Diante disso, as análises gráficas indicam que o mercado de soja, no vencimento maio, continua carregando o objetivo de buscar superar níveis próximos aos US$ 15,30 e então alcançar os US$ 16,00 por bushel. Afinal, ainda de acordo com analistas, segue com o mercado o papel de racionar essa demanda por meio de preços mais altos para a oleaginosa frente à essa escassez e à força da demanda. 

Milho: Especulações sobre o clima nos EUA pressiona preços em Chicago

Por Fernanda Custódio

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho operam do lado negativo da tabela nesta quarta-feira (16). As cotações do cereal têm oscilado bastante durante o pregão e, por volta das 11h50 (horário de Brasília), as principais posições da commodity registravam perdas entre 3,25 e 4,00 pontos. O vencimento maio/14 era negociado a US$ 4,99 por bushel.

Apesar dos fundamentos positivos no mercado de milho, as notícias de clima para os Estados Unidos têm ganhado força desde a semana anterior e trazido volatilidade aos preços do cereal. Para essa semana, os sites internacionais de meteorologia indicaram clima frio e até mesmo a ocorrência de neve, para algumas regiões do Meio-Oeste norte-americano. A previsão impulsionou os preços em Chicago, no início da semana.

Contudo, parte dos investidores do mercado acredita que apesar do frio, a evolução do plantio da safra 2014/15 dos EUA não deve ser afetada. Até o dia 13 de abril, a área semeada no país já alcançava 3%, segundo informações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

O percentual é maior do que o obtido no mesmo período do ano passado, de 2%. A média dos últimos cinco anos é de 6%, porém, os analistas destacam que os produtores norte-americanos conseguem plantar a safra em ritmo acelerado, em função da tecnologia empregada. 

Por outro lado, além do cenário fundamental, as análises gráficas também apontam para tendência positiva aos preços do cereal. No médio e longo prazo, a perspectiva é altista para as cotações do cereal. A expectativa é que o milho ultrapasse a barreira de US$ 5,20 por bushel, para buscar o patamar de US$ 5,60 por bushel.

Mercado interno

As cotações do milho no mercado interno brasileiro permanecem estáveis e os negócios são lentos. Nesta quarta-feira, a saca do grão é negociada a R$ 23,00 em Ubiratã (PR), conforme informações da Coagru e em R$ 25,00 em Não-me-toque (RS), segundo dados da Cotrijal. Já em Campinas (SP) CIF, o valor da saca é de R$ 32,00, enquanto que em Mineiros (GO), a saca é negociada a R$ 24,00. No MT, em Lucas do Rio Verde, o preço é de R$ 20,00.  

A colheita da safra de verão está quase no final e as expectativas iniciais indicam para um número menor do que o estimado pela Conab (Companhia Nacional do Abastecimento), de 31.515,3 toneladas. A redução na produção, que deve ser mais acentuada em SP e MG, é decorrente do recuo na área cultivada, já que, os produtores optaram por cultivar culturas mais rentáveis, como é o caso da soja, mas também pelas altas temperaturas registradas e ausência de chuvas. 

A mesma situação aconteceu com a safrinha brasileira. Frente aos baixos preços observados na safra anterior, especialmente no Centro-Oeste, os produtores já sinalizavam uma redução n área destinada ao cereal. Além disso, em importantes regiões produtoras, houve uma diminuição nos investimentos em tecnologia. Sem contar, que boa parte da segunda safra foi cultivada fora da janela ideal de plantio devido ao clima irregular.

No Paraná, cerca de 93% das lavouras estão em boas condições, segundo informações do Deral (Departamento de Economia Rural). No entanto, a comercialização da safrinha segue bem lenta, em torno de 2%, na primeira safra o percentual negociado é de 33%. Já no MT, a safrinha deverá apresentar uma redução de 32% frente ao colhido no ano passado e somar 15,34 milhões de toneladas nessa safra. O volume negociado também continua abaixo do registrado no ano anterior, visto que o preço de venda está elevado, conforme dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).

Diante dessa situação, os agricultores já esperam uma redução no rendimento das plantações. E com essas incertezas, o produtor que ainda tem o milho disponível para comercialização segura o produto à espera de preços mais altos. 

Segundo analistas, a tendência para os preços do milho no mercado interno é positiva e a tendência é que as cotações permaneçam em patamares mais altos do que os registrados no ciclo anterior. Paralelo a esse quadro, os estoques da Conab são de 1,8 milhão de toneladas e há uma previsão de elevação na demanda do setor de ração, entre 5% a 10%. 

Já na BMF&Bovespa, os futuros do milho trabalham com volatilidade nesta quara-feira, a exemplo da Bolsa de Chicago. Assim como no mercado interno, as negociações também estão lentas. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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