Soja: em Chicago, mercado ainda tem pouca movimentação

Publicado em 24/04/2014 07:46

Nesta quinta-feira (24), o mercado internacional da soja registra mais um pregão de pouca movimentação na Bolsa de Chicago. Ainda de lado, as cotações caíam pouco menos de 1 ponto nos principais vencimentos, por volta das 7h50 (horário de Brasília), na Bolsa de Chicago. O contrato julho/14, o mais negociado, era cotado a US$ 14,64 por bushel. 

Este é um momento bastante técnico para o mercado da soja no cenário internacional, segundo explicam analistas. Os negócios vêm sendo influenciados, principalmente, pela atuação dos fundos de investimentos, os quais, em parte, tem deixado suas posições mais próximas para comprar outras de mais longo prazo. Assim, provocam as chamadas realizações de lucro e pressionam ligeiramente os preços em um momento em que os fundamentos permanecem indicando uma tendência de alta para a soja. 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

CBOT: Com sessão técnica, soja fecha o dia em campo misto

Os futuros da soja, nesta quarta-feira (23), caminharam de lado durante toda a sessão regular e fecharam o dia em campo misto na Bolsa de Chicago. Os vencimentos maio e julho perderam, respectivamente, 11,25 e 6 pontos, e fecharam o dia cotados a US$ 14,68 e US$ 14,64 por bushel. Por outro lado, o contrato agosto subiu 3,25 pontos, e encerrou o pregão a US$ 14,00, enquanto o setembro fechou valendo US$ 12,85, com alta de 7,25 pontos. 

A justificativa para essa pressão nos vencimentos mais próximos e ganhos nos mais distantes é o movimento chamado de rolagem de posições, segundo explicou Vinícius Ito, analista de mercado da Jefferies Corretora. De acordo com o analista, os fundos de investimento, que têm grande participação no mercado de commodities nesse mês de abril, estão vendendo parte de suas posições em contratos mais curto e recomprando nos mais distantes. 

Paralelamente, ainda entre os movimentos técnicos, os primeiros vencimentos recuam também diante de uma necessidade de correção dos preços depois das últimas e fortes altas que vinham sendo registradas, com a soja chegando a bater nos melhores valores em 10 meses na semana passada. 

Essa volatilidade acentuada sentida pelo mercado agora em abril já vinha sendo antecipada pelos analistas e consultores de mercado, no entanto, a situação do quadro de oferta e demanda preocupante nos Estados Unidos mantém uma base de sustentação para os preços. Há escassez de produto no país frente á uma demanda ainda forte pela commodity. Nesta quinta-feira (24), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza seus números de exportações, os quais já indicam, para o acumulado do ano safra, mais de 44 milhões de toneladas contra a última projeção do órgão de 43 milhões de toneladas. 

Com isso, fica cada vez mais evidente a necessidade das importações de soja pelos Estados Unidos e já há a confirmação de cerca de três navios sendo direcionados da América do Sul para os Estados Unidos. Esse número, porém, pode chegar a 15, o que daria em torno de 900 mil toneladas, contra a projeção do USDA de importações de 1,77 milhão de toneladas. O momento, ainda segundo Vinícius Ito, é favorável para as importações, uma vez que os prêmios norte-americanos estão 70 centavos de dólar acima dos preços praticado em Chicago enquanto no Brasil estão entre 40 e 50 centavos abaixo. 

Porém, apesar dessas compras norte-americanas estarem se confirmando, os volumes já comprometidos são insuficientes para suprir o atual déficit de soja dos Estados Unidos. "Há de 2 a 4 navios confirmados, mas o governo norte-americano já está trabalhando com a necessidade de importação de soja de quase 2 milhões de toneladas para o ano comercial, ou seja, ainda não dá pra dizer que a situação esteja aliviada nos EUA até o final da temporada". 

Outra informação que chegou ao mercado foi a de que  China estaria bem abastecida nesse momento e, assim, faria um leilão de 3 milhões de toneladas de seus estoques de soja para o mercado interno chinês, com o objetivo ainda de valorizar o produtor local. Segundo o analista, essa é uma prática comum e usual na nação asiática. "Esses leilões a China faz sempre, é até uma estratégia de suporte para os produtores locais. Mas, nesse atual momento, uma notícia como essa acaba influenciando o mercado de uma forma negativa".   

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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