Chicago: Soja opera em campo negativo na manhã desta sexta-feira

Publicado em 01/08/2014 07:54

Na manhã desta sexta-feira (1), os futuros da soja operam em terreno negativo na Bolsa de Chicago. O mercado segue observando a batalha entre a força e o crescimento da demanda mundial pela oleaginosa contra as boas expectativas para a nova safra dos Estados Unidos. Paralelamente, sente ainda a presença dos fundos e especuladores, que acentuam ainda mais a volatilidade dos negócios. 

Assim, depois de fechar a sessão anterior com ligeira alta, hoje, por volta das 7h40 (horário de Brasília), os principais vencimentos perdiam entre 2,25 e 10 pontos, com a posição novembro, referência para a safra norte-americana, valendo US$ 10,72 por bushel. 

Com a chegada de agosto, a produção de soja entra no mês mais importante para a cultura nos Estados Unidos. É nesse momento em que será definido o potencial de rendimento das lavouras e é, portanto, necessário excelentes condições de clima para que as primeiras projeções - de mais de 51 sacas por hectare - se confirmem. Dessa forma, os olhos do mercado se voltam ainda mais para o comportamento do clima no país e bem como ao desenvolvimento das plantas. 

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira (31):

Soja: Com ganhos na CBOT e alta do dólar, preços sobem no Brasil

Nesta quinta-feira (31), o mercado internacional da soja registrou uma sessão de altas e baixas, com uma significativa volatilidade permeando os negócios na Bolsa de Chicago. No entanto, os preços conseguiram encerrar o dia do lado positivo da tabela, à exceção do vencimento setembro, que fechou perdendo 2,50 pontos. 

Esses ganhos estimularam também um avanço dos preços nos portos brasileiros. Em Rio Grande, o ganho foi de 2,60% e o preço encerrou os negócios a R$ 67,20 por saca e, em Paranaguá, a valorização de 1,52% levou o preço a R$ 67,00 por saca. 

Os prêmios pagos nos portos do país estão nos melhores patamares em mais de quatro anos e também contribuem para uma melhora das cotações no mercado doméstico. Além disso, nesta quinta, o dólar registrou mais um dia de alta frente ao real, fechando o dia a R$ 2,2699, com alta de mais de 1% no dia e ganhos de 2,71% no mês. Durante a sessão, a moeda norte-americana chegou a superar os R$ 2,27. 

Ganhos em Chicago

Segundo explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a principal informação que motivou as altas na CBOT foi o boletim de exportações semanais que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou nesta quinta-feira trazendo bons números não para a soja em grão, mas também para farelo e óleo de soja. 

As exportações semanais norte-americanas de soja totalizaram 1.456,7 milhão de toneladas entre as safras nova e velha. As expectativas do mercado, no entanto, eram menores - 1,1 milhão de toneladas. De acordo com os números do USDA, foram 1.268,7 milhão de toneladas da temporada 2014/15 e 187,4 mil toneladas da 2013/14. Nos dois casos, a China foi o principal destinos das vendas norte-americanas. Só da nova temporada foram 770 mil toneladas na última semana. Na semana anterior, esses volumes foram de 2.451,1 milhões e 226,7 mil toneladas, respectivamente. 

Com esses números, o acumulado das vendas da safra velha chegam a 46.024 milhões de toneladas, frente à última estimativa do USDA para o período de 44.090 milhões de toneladas. A temporada, no entanto, só se encerra em cerca de 5 semanas. 

As exportações semanais de farelo de soja do país ficaram em 751,1 mil toneladas, contra 442,7 mil da semana anterior. Foram 43,7 mil da safra 2013/14 e 707,4 mil da safra nova. No caso do óleo de soja, as exportações foram de 32,8 mil toneladas, ficando bem acima do saldo semanal anterior, de apenas 2,9 mil toneladas. Foram vendidas 12,8 mil toneladas da safra 13/14 e mais 20 mil da safra 14/15. Na semana anterior, foi reportado somente um volume de 2,9 mil toneladas da safra velha. 

Para Brandalizze, o USDA terá que revisar para cima sua estimativa das exportações para esta temporada em seu próximo relatório diante dessa continuidade das vendas da safra velha e também dos embarques, ou seja, o que efetivamente sai do país para os importadores, para algo acima de 45 milhões de toneladas. 

E a boa notícia que também veio com o relatório é a forte presença da China nas compras. "Os chineses compraram da safra nova, na última semana, 770 mil toneladas de soja e já estão com mais de 16 milhões de toneladas já compradas da temporada nova, o que corresponde a 30% a mais do que no mesmo período do ano passado", diz o consultor.

O que limitou o avanço dos preços, no entanto, foram as boas condições de clima nos Estados Unidos, que vêm mantendo o bom desenvolvimento das lavouras norte-americanas e as expectativas de uma grande safra no país. A última projeção do departamento de agricultura dos EUA é de que sejam colhidas 103,42 milhões de toneladas na safra 2014/15. 

"A fase crítica (de clima) vai passando, a safra americana, provavelmente, será uma safra cheia, pode não atingir as 103 milhões de toneladas, mas vai andando perto de 100 milhões, é um bom número, mas o fator importante é que a demanda mundial vai puxar esse crescimento na produção dos Estados Unidos", explicou o consultor. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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