Soja: Apoiado pelos números dos embarques dos EUA, mercado opera em campo positivo na CBOT

Publicado em 26/01/2015 13:54

No início da tarde desta segunda-feira (26), o mercado internacional da soja parece tentar reverter seu movimento de ligeiras baixas registrado mais cedo e volta a operar em campo positivo. Assim, os principais vencimentos subiam entre 2,75 e 5,25 pontos entre os principais vencimentos, por volta das 14h30 (horário de Brasília), com o março/15 valendo US$ 9,78 por bushel. 

Segundo analistas, o mercado passa por um momento de transição agora e, sem novas notícias fortes que possam provocar um movimento mais expressivo das cotações, deve continuar passando por esses ajustes, observando as informações leves que chegam dia a dia. Uma delas são os boletins semanais trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), como o divulgado nesta segunda com os números dos embarque semanais acima das expectativas. 

Os EUA embarcaram, na semana encerrada no dia 22 de janeiro, 1.522,036 milhão de toneladas de soja, enquanto as projeções do mercado variavam entre 1,28 milhão e 1,47 milhão de toneladas. Na semana anterior, o total foi de 1.521,831 milhão. Já foram embarcadas, ainda segundo o boletim, 35.715,085 milhões de toneladas no acumulado do ano comercial, enquanto o estimado pelo USDA para toda a temporada é de que sejam exportadas 48,17 milhões de toneladas. No ano comercial anterior, o total no acumulado era de 30.343,370 milhões. 

Segundo explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, informações como estas - ou como as das vendas para exportação nos EUA atualizadas todas às quintas-feiras - tem trazido alguma movimentação em uma época típica de "um mercado mais fraco nesse finalzinho de janeiro e início de fevereiro". 

Além disso, ainda segundo o consultor, com quase toda a safra norte-americana já comercializada, há um processo de migração dos compradores do mercado dos EUA para os exportadores da América do Sul, o que estimula os investidores a também trabalharem com esse fato de uma forma negativa. "Os investidores trabalham com essa lógica e não enxergam que a demanda continua forte e aquecida", diz. 

O consultor da Brandalizze Consulting e demais analistas afirmam ainda que o mercado segue atento ainda às informações vindas da macroeconomia, principalmente às oriundas da Zona do Euro, onde a moeda local registra seu menor nível 11 anos, motivada, entre outros fatores, pela formação de um novo governo na Grécia. O presidente eleito é conhecido por esse contra políticas de austeridade e assim, "investidores parecem estar dispostos a realizar lucros após o impressionante rali de sexta-feira em antecipação à formação de um novo governo e sua retórica contra os credores internacionais da Grécia", disse o analista do Eurobank Equities Nikos Koskoletos. 

Clima no Brasil - As notícias sobre as adversidades climáticas no Brasil parecem perder força nesse início da semana, com a chegada de chuvas em algumas regiões produtoras. Apesar disso, os relatos vindos do campo ainda sinalizam uma preocupação grande por parte dos produtores mas, ao mesmo tempo, o mercado global ainda trabalha com números de uma safra cheia no país, na casa de 95 milhões de toneladas, segundo explica Vlamir Brandalizze. 

Em Guaíra, no Paraná, a colheita já alcança cerca de 40% da área plantada e a produtividade média é indicada em apenas 30 sacas por hectare. Na cidade, uma das mais importantes na produção de soja do estado, as precipitações seguem irregulares e o calor ainda é intenso. 

Em Mato Grosso, na região de Tangará da Serra, o rendimento das lavouras de soja também se mostra bastante irregular por conta do clima adverso. E a preocupação dos produtores locais agora é com a chuva prevista para 15 de fevereiro, que poderia atrasar o desenvolvimento da colheita. 

A Faeg (Federação de Agricultura do Estado de Goiás) já sinaliza perdas bilionárias por conta das chuvas irregulares. Segundo números da instituição, as perdas na safra de soja já se aproximam de 15%, ou 1,4 milhão de toneladas a menos na colheita goiana da temporada 2014/15. 

>> Seca: Faeg estima prejuízos de R$ 1.2 bilhão em Goiás

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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