Soja fecha próxima da estabilidade na CBOT, mas preços sobem no interior e portos do BR

Publicado em 04/08/2015 17:47

O mercado internacional da soja está em compasso de espera pelo novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e, nesta terça-feira (4), fechou o dia bem próximo da estabilidade, com ganhos entre 3,75 e 6,75 pontos entre as posições mais negociadas. Por outro lado, um novo dia de alta do dólar frente ao real, trouxe novos ganhos para os preços da oleaginosa praticados no Brasil. 

A moeda norte-americana chegou a bater em R$ 3,48 nesta sessão e fez com que a cotação da soja futura em Rio Grande, ao longo do dia, chegasse a R$ 79,50 por saca. No final do dia, porém, a divisa fechou com alta de 0,28% a R$ 3,4642, perdendo um pouco de sua força, mas ainda em campo positivo, com os investidores aproveitando os avanços, que ao longo do dia passaram de 1%, para realizarem lucros.  "A cautela continua dominando o ambiente do câmbio interno", escreveu o operador da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik em nota a clientes e noticiada pela agência Reuters.

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Dessa forma, os preços no porto gaúcho ficaram em R$ 78,20 para a disponível - com alta de 0,26% - e em R$ 79,00 por saca para a futura, que subiu 0,38%. Já em Paranaguá, as altas foram ainda mais acentuadas, com 2,36% para o produto disponível - para R$ 78,00 - e 0,93% para o da safra nova, que ficou em R$ 76,30. No interior do Brasil, as cotações também avançaram em boa parte das principais praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas junto aos sindicatos rurais e cooperativas. Um dos destaques foi São Gabriel do Oeste/MS, onde o preço subiu quase 4% para R$ 65,50 por saca; em Não-Me-Toque/RS,  o valor já chega a R$ 66,00 e o ganho, nesta terça-feira, foi de 0,76%. 

Bolsa de Chicago e expectativas para o USDA

"Nós agora estamos, totalmente, no mercado de clima", diz o analista de mercado Fernando Pimentel, da consultoria Agrosecurity, justificando essa ainda muito presente volatilidade do mercado em Chicago e as especulações dos traders e de empresas privadas sobre a nova safra dos Estados Unidos. As expectativas que começam a ser divulgadas, portanto, já vêm sendo observadas para uma tentativa de direcionamento dos negócios. 

Ainda de acordo com o analista, os números que chegam da Informa Economics e da INTLFCStone nesses próximos dias são números que já poderiam trazer esse "juízo de valor" para o mercado sobre os números a serem trazidos pelo USDA no dia 12 agosto, próxima quarta-feira. Ao mesmo tempo, um dos mais importantes consultores de agronegócio do mundo, Michael Cordonnier, trouxe suas estimativas para a nova safra dos EUA e não mexeu na produtividade da soja. 

O rendimento esperado por ele é de 49,32 sacas por hectare (43,5 bushels por acre), mas ainda assim, o consultor tem um sentimento positivo sobre a cultura nos EUA, segundo noticiou o site internacional Pro Farmer. Cordonnier trouxe ainda suas expectativas para a produção norte-americana e, no caso da soja, elas variam de 89,9 milhões a 104,2 milhões de toneladas, com média de 97,4 milhões.

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Com isso, recebendo novas expectativas para o reporte do dia 12 e mais previsões de clima para o Meio-Oeste americano - além das influências pontuais do mercado financeiro, o mercado vem registrando sessões de baixas e, no dia seguinte, de ganhos com movimentos de recuperação, de forma mais frequente. 
Até lá, os traders podem contar com números semanais do reporte de acompanhamento de safras do departamento americano que mostrou, no final da tarde desta segunda-feira (3) apenas uma ligeira melhora nas lavouras do país. O número, após semanas consecutivas de manutenção, subiu 1 ponto percentual - apesar da significativa melhora climática no Corn Belt - passando de 62% para 63% em uma semana. 

Até o momento, as previsões de clima indicam condições mais favoráveis para o desenvolvimento da nova safra e, ainda segundo Fernando Pimentel, ao mesmo tempo em que isso vai acontecendo e a safra fica menos ameaçada nos EUA, as cotações vão cedendo, voltando a trabalhar na casa dos US$ 9,50 por bushel. E é esse patamar, ainda de acordo com o analista, que pode ser mantido até a chegada do relatório. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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