Possível proibição do plantio de safrinha de soja no PR causa reação

Publicado em 30/09/2015 10:50

O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, e o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Afonso Kroetz, participaram nesta terça-feira (29) de audiência pública na Assembleia Legislativa, sobre a necessidade de adotar medidas restritivas para o plantio de soja safrinha no Paraná.

As medidas são recomendadas pela pesquisa para conter o avanço da ferrugem asiática, cujo controle está seriamente ameaçado pela resistência dos fungos que provocam a doença e pela ineficiência dos fungicidas disponíveis no mercado. Segundo o secretário Ortigara, o avanço da doença pode provocar, no curto prazo, danos econômicos e comprometer o futuro da soja plantada no Paraná e no Brasil.

A decisão será divulgada mediante portaria da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), nos próximos dias.

PRORROGAÇÃO - A audiência pública foi aberta pelo presidente da Alep, Ademar Traiano, que julgou importante a sua realização, atendendo ao clamor dos produtores do Sudoeste do Estado, que pediram o adiamento de uma possível proibição do plantio.

Participaram da audiência pública os dirigentes da Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), que se alinharam às recomendações da pesquisa, que orienta a eliminação do plantio da soja safrinha no Paraná, medida que já foi adotada nos estados do Mato Grosso e Goiás.

SEM PLANTA VIVA - A pesquisa, liderada pela Embrapa Soja, recomenda que o plantio de soja seja feito no período definido pelo zoneamento agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que vai de 21 de setembro a 31 de dezembro do mesmo ano. Após o período de colheita, que se estende até o mês de maio, a recomendação é que não haja mais nenhum tipo de planta viva de soja no solo, nem mesmo aquelas que nascem na beira das estradas.

A pesquisa argumenta que o fungo desenvolveu mecanismos de resistência e que os fungicidas disponíveis no mercado perderam sua eficiência para o combate. E mais, que não há, no âmbito da pesquisa, novas moléculas de fungicidas previstas para serem liberados nos próximos oito anos.

PREOCUPAÇÃO - A audiência pública na Assembleia Legislativa foi realizada a pedido dos dirigentes da Cooperativa Mista São Cristóvão – Camisc, de Mariópolis, região Sudoeste do Estado. O presidente da cooperativa, Nelson De Bortoli manifestou sua preocupação com a possibilidade de proibição da soja safrinha. Ele alegou que os municípios de Mariópolis e de Clevelândia dependem do plantio dessa cultura, que é a alternativa mais viável economicamente para os produtores na região no período da safrinha.

Os agricultores, disse De Bortoli, já fizeram a compra dos insumos para a lavoura no início de 2016 e que será um grande prejuízo não contar com essa atividade a partir do próximo ano.

Os representantes da Faep e da Ocepar se manifestaram a favor da proibição do plantio, uma vez que a soja representa um patrimônio econômico construído pelo conjunto de agricultores paranaenses e que não podem ir contra a pesquisa, se ela está alertando sobre os prejuízos que esse plantio podem impor no curto prazo.

“Toda vez que fomos contra a pesquisa levamos prejuízos”, disse Nelson Costa, superintendente da Ocepar. A mesma posição foi adotada por Pedro Loyola, chefe do departamento técnico e e econômico da Faep.

CONSENSO - O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, acenou com a possibilidade de se adotar um caminho de consenso entre as partes e proibir o plantio da soja safrinha a partir de janeiro de 2017. “A partir desse prazo, o vazio sanitário no Estado deverá ser estendido”, afirmou.

Ao invés de vigorar entre junho e setembro, deverá ser antecipado para o mês de maio. O vazio sanitário, adotado para conter o avanço da ferrugem asiática, foi estabelecido pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento em 2007.

“Nossos esforços são para que os agricultores adotem as boas práticas de cultivo e elas recomendam a necessidade de reduzir a aplicação de agrotóxicos”.

Ortigara ressaltou que vem sendo alertado pelos órgãos de pesquisa sobre a ineficiência dos fungicidas diante do aumento da resistência dos fungos, que se multiplicam de forma rápida e podem colocar em risco as lavouras.

O presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz, alertou os produtores que a ferrugem asiática já provoca custos acima de US$ 2 bilhões por ano no Brasil, com o uso de fungicidas. A medida restritiva, se adotada, tem a finalidade de interromper o ciclo do fungo e diminuir o custo da aplicação de fungicidas, disse.

Kroetz destacou que foi alertado pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) que nos próximos 10 anos não terá produto novo para conter o avanço do fungo.“Não há novas moléculas sendo pesquisadas pela indústria”, disse.

No Congresso Brasileiro de Soja, realizado este ano, em Florianópolis, a informações que circulou é que nos próximos 8 anos não há expectativa de lançamento de novas moléculas de fungicidas no mercado.

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Fonte:
Secretária de Agricultura Paraná

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5 comentários

  • Luiz Antonio Lorenzoni Campo Novo do Parecis - MT

    Esta discussão em torno da proibição da safrinha de soja em Mato Grosso vem desde 2013, culminando agora com a publicação no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso (que circulou dia 30 de setembro/2015) da Instrução Normativa Conjunta SEDEC/INDEA-(MT nº 02/2015), que alterou a IN 001/2015, então a principal diretriz para a realização do Vazio Sanitário. A normativa foi definida "considerando a necessidade de prevenção e controle fitossanitário da ferrugem asiática e também a perda de eficiência e de reduzida disponibilidade de fungicidas (Ingredientes Ativos) que controlam a doença". A instrução normativa também levou em conta "as condições edafo-climáticas de Mato Grosso e o poder competitivo do modelo agrícola mato-grossense", diz a nota.

    Por curiosidade, leiam a Instrução Normativa do Mato Grosso, depois leiam a minha opinião em uma discussão com membros da Comissão de Defesa Vegetal do Mato Grosso em 2013. Não precisava ser nenhum bidú para saber qual a real intenção da proibição. No Paraná, o desfecho já é "fava contada". O lobby é poderoso.

    Bem, então lá vamos nós emitirmos também uma opinião, e para variar, contrária à maioria: Proibir o plantio de "soja safrinha" é a mais fácil e cômoda posição... e penso que está, sim, logo ali na frente, a mais perversa das consequências para toda a cadeia do agronegócio. Diria: "sabe-se como começa a proibição, mas não se sabe como termina".... Hoje proibiríamos o plantio da soja safrinha, amanhã do algodão? Do milho? Ou do girassol? A proibição da "soja safrinha" seria apenas de soja sobre soja, ou de soja sobre arroz ou milho? Neste caso, qual o "argumento técnico"? Tudo indica que a "ideia luminosa" será proibir o plantio de soja após dezembro e/ou antecipar o vazio sanitário.

    Em minha opinião as duas hipóteses são autoritárias, de pouca eficácia e tecnicamente duvidosas. Senão vejamos: como produtores podem plantar arroz ou milho superprecoce, colher em dezembro e plantar soja??/, tecnicamente isso é possível, mas com a proibição de plantio em dezembro essa possibilidade deixa de existir. Antecipando-se o vazio sanitário - imaginemos de 15/06 para 15/05 -, mas não se proibindo o plantio após dezembro, há a possibilidade de plantio de soja até início de janeiro e colher antes de 15/05. Solução: antecipar ainda mais o início do vazio sanitário.

    Tudo indica que os "deuses do olimpo" proporão proibir o plantio de soja após dezembro e antecipar o vazio sanitário. Mas isso repercutirá em toda as culturas de safrinha. Tecnicamente, recomenda-se controlar as plantas daninhas ou tigüeras quando estas causem um dano igual ou maior ao seu custo de controle, exceto em caso de medida fitossanitária (que seria o caso). Assim, aumentaríamos imediatamente o custo de todas as culturas cultivadas em resteva de soja.

    Como os controles dificilmente atingem eficiência de 100%, o produtor passaria a ter alto risco de multa ou destruição de cultivos -- o que acarretaria sérios prejuízos ao produtor, a cadeia do agronegócio e ao Estado. A ocorrência da ferrugem tem mais de 10 anos, é obvio que as moléculas apresentem resistência, ou melhor, tenham selecionados indivíduos resistentes, mas estas mesmas moléculas muitas vezes são usadas nas culturas de safrinha de algodão, milho, girassol e feijão com plantas tigüeras de soja, portanto a indução continuará...

    Com estes argumentos, não tardará que, com o intuito de "salvar a soja", estaremos também proibindo todas as safrinhas em resteva de soja. Em outras palavras, para "salvar a soja" mataremos os produtores. Não existe solução simples para problemas complexos. E na minha opinião, a proibição é a medida mais simples... Portanto, concluo que, em minha opinião, no Mato Grosso, a real intenção da proibição da safrinha de soja era dificultar o agricultor salvar semente... Conseguiraram.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Com a palavra a APROSOJA do MT...Doutor Guerra..aquele que é cheio das portarias...e não sabe resolver soja guacha com DNIT...ou seja só na lombo dos coitado em seus colegas de governo federal ele desaparece...é facil trabalhar assim...e olha que no MT o vice governador é PRODUTOR...o senador é PRODUTOR...e dizem que a aprosoja é atuante...mas pelo visto em desfavor do produtor...

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Luiz Antonio Lorenzoni...parabéns pelas suas colocações...acordem produtores do MT...deixem de votar nos pelegos...e os homi das poratrias cobrem mais trabalho e peçam para deixar as poesias e viajadas na maionese para os poetas..

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    • Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR

      Não haverá proibição de outras safrinhas pelo simples fato de que os agricultores não guardam sementes de milho e algodão. Eu já fiz minha escolha. Reservei uma pequena área que vou plantar no final de dezembro, para salvar sementes. Nesta área vou fazer 06 aplicações do mesmo fungicida. Nas áreas de verão, que já plantei, vou fazer aplicações com o mesmo fungicida todas as vezes que precisar. A Embrapa já passou a lista dos produtos que funcionam, Elatus, Orkestra e Fox. Vou caprichar para ter uma super ferrugem, que irá reduzir a produção nacional em 40%. Aí venderemos soja a US$ 24,00. Será uma beleza, não acham? Peço a este site e ao Canal Rural que parem de fazer propaganda de fungicidas que não funcionam. Segundo estudos publicados pela Embrapa, Approach Prima não controla nem 40% e o Unizeb é água de batata. Nem 05 aplicações fazem diferença. Não sou eu que estou dizendo. É pesquisador da Embrapa. Estes meios de comunicação podem ser processados por propaganda enganosa.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Qual pesquisador da embrapa!!!!

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    • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR

      Também ouvi isso de pesquisador da embrapa. Fitopatologistas Este discurso está na boca de muita gente. Mostram slides que somente tres produtos são eficazes, Elatus, Orkestra e Fox. Na reunião que estava foi perguntado do Unizeb, se não seria uma boa solução. Disseram que testaram até 5 aplicações e nada adiantou. Não adianta espernear meu povo. Vão proibir e pronto. Vamos imaginar agora uma maneira de se adaptar. Exemplo: plantio de soja super precoce em setembro, com espaçamento reduzido, pra colher em final de dezembro. Já tem gente testando, com espaçamento de 17cm, 25cm e 34cm.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Não se entreguem....já diziam os gaúchos..aqueles que desenvolveram o oeste de SC...o Paraná...MS...MT..E por aí a fora...NÃO TÁ MORTO QUEM PELEIA...

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  • Leolirio Dionisio Poletti Vila Nova-Toledo - PR

    E da tecnologia INOX ninguém fala nada???!!

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    • Paulo Gilberto Lunardelli CAMPINA DA LAGOA - PR

      Muito bem lembrado, a tecnologia INOX é resistente a ferrugem, acabaram-se os problemas, se o problema for a ferrugem, está aí a solução. Há poucos dias eu estava conversando com um representante comercial que atua no Paraguai, vendendo produtos para nutrição de plantas, ele me relatou que no País visinho em algumas regiões mais a centro norte, estão fazendo 5 (cinco) safras de soja a cada 2 (dois) anos, em média duas safras e meia por ano. Agora me pergunto o Paraguai tem divisas secas com o Mato Grosso do Sul, inclusive nas áreas de soja, com o Paraná apenas o rio Paraná é o divisor, vai adiantar proibir a soja safrinha do nosso Estado?

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Deixemos de ser trouxas...não aceitem estes engessamentos...deixem os GUERA da vida lá no MT...estão engessando até pedra ferro...se não plantar acabam-se os problemas...

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      He! He! (risos). Numa outra mensagem, citei: As vantagens econômicas obtidas com as incorporações são o aumento da eficiência, pela redução de custos e, ainda, pelo incremento da competitividade e participação no mercado. O esquema permite a montagem de oligopólios, possibilitando lucros adicionais através de preços ou "conluio".

      Em outras palavras, não há qualquer impedimento para a formação de cartéis, acertos sobre prática de preços e operações de vendas casadas (adubos, defensivos e sementes).

      Até os Rhizobium presentes nos solos brasileiros sabem que as tradings têm em seus portfólios adubos, defensivos e sementes. O progresso tecnológico "galopa a olhos vistos", mas as empresas que são verdadeiros oligopólios, não têm a "intenção" de libertar seus cativos (produtores rurais) do consumo de seus produtos (agroquímicos) que, provavelmente são os que têm dado os maiores lucros. Não se esqueçam que o Brasil é o maior consumidor mundial de agroquímicos. Seria interessante o Sr. João Batista entrevistar uma pessoa que mostrasse os custos variáveis de: sementes, adubos, agroquímicos, no custo das implantações das culturas das commodities soja, milho, algodão, trigo e arroz. Aí os produtores podem, a partir desses dados, "enxergar" qual o caminho que devem trilhar.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      No trigo a EMBRAPA já conseguiu cultivares com resistência a algumas doenças das folhas e, segundo os especialistas o trigo é uma especie muito mais difícil de se obter resultados, pois sua espécie é tetraploide. No caso a soja e o milho não possuem essa particularidade.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      ERRATA: O trigo tetraplóide é o trigo durum, da espécie Triticum turgidum e, abrange uma área plantada mundialmente em torno de 10%. O trigo, que é plantado nos 90% da área restante é o Triticum aestivum, cujo genoma é hexaplóide, com uma particularidade, apresenta três genomas distintos. É só para informar corretamente, mas as dificuldades de se obter cultivares resistentes, segundo consta, é uma realidade.

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  • Paulo Gilberto Lunardelli CAMPINA DA LAGOA - PR

    Em poucos lugares no mundo consegue-se fazer "três safras de grãos anuais sem necessidade de irrigação". Em Campina da Lagoa estamos fazendo desde os anos de 2013, 2014 e 2015. No ano de 2015 conseguimos de média por alqueire 160 sacas soja verão, 100 sacas de soja safrinha e 85 a 90 sacas de trigo, "sem necessidade de irrigação". Portanto, essa possível proibição é no minimo absurda. No Sudoeste do Panará, onde estão as principais sementeiras do Paraná, já adotam a safrinha de soja há mais de 20 anos..., com essa medida, iremos prejudicar a produção de sementes no Estado do Paraná.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      no Brasil sempre ouvi dizer que tem lei que pega e outra que nao pega----Conclusao

      procurem ignora-la-----Sera' simplesmente mais uma que nao vai pegar.

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  • R L Guerrero Maringá - PR

    Questionando o vazio sanitário no Paraná:

    1. Não houve ainda um levantamento de quantos hospedeiros naturais existem nas matas do Estado para o fungo da ferrugem. Conhecendo, porém, a diversidade de leguminosas presentes nas matas ciliares do Paraná e o comportamento típico dos fungos, é mais do que provável que hajam várias espécies que permitem a multiplicação do fungo o ano todo. Somente se a pesquisa comprovar que esta hipótese não procede o vazio sanitário começará a fazer qualquer sentido técnico.

    2. A taxa da exponencial de multiplicação do fungo é tão grande, que basta uma única planta desenvolver uma única colônia até a plena multiplicação de esporos que todo esforço de vazio sanitário se torna inútil na área circundante. Isso vale para os pés de soja que cresçam dentro ou fora do tempo de proibição. Lavouras de soja safrinha bem controladas representam ameaça menor do que uma lavoura de ciclo normal que sofra descuido e manifeste a doença.

    3. Em nossa observação de campo não temos visto soja voluntária desenvolvendo ferrugem, mas oídio sim. Friso que outros colegas podem ter observações diferentes.

    4. A resistência do fungo aos fungicidas presentes no mercado é parcial e tem sido controlada. E como as pesquisas ocorrem em segredo e em vários países, usar a afirmação da ANDEF é ato de desinformação deliberada.

    5. É bom lembrar que a ADAPAR é um flagelo para a agricultura paranaense, nos proibindo, limitando, onerando e perseguindo de formas que não acontecem em nenhum outro Estado da Federação. Seu cerne ideológico é a única explicação para esta atitude, logo, tudo que venha desta agência merece ponderações profundas antes de ser aceito. A ADAPAR já passou da hora de sofrer uma CPI que esclareça quem são seus integrantes, qual ideologia professam e quais suas reais intenções. Apoiar o progresso da agricultura paranaense, com certeza, não é mesmo!

    6. Quando o Sr. Norberto Ortigara (alguém já tinha ouvido dele falar antes??) afirma que: "Nossos esforços são para que os agricultores adotem as boas práticas de cultivo e elas recomendam a necessidade de reduzir a aplicação de agrotóxicos", ele valida a tese anterior: a ADAPAR e a SEAB jogam no time adversário. Dois conceitos saltam aos olhos em sua frase: não importa o desenvolvimento da agricultura, mas a limitação do uso de agroquímicos; e este cavalheiro é dos que chamam agroquímicos de agrotóxicos.

    Ora, a quimiofobia é apenas outra fobia, tanto quanto a agorafobia, o medo de baratas ou o pavor de aviões. A diferença é que enquanto os portadores de outras fobias são indicados para tratamento de sua saúde mental, os que tem pavor de produtos da indústria química estão organizados politicamente e tem ampla presença na mídia e na academia. Nestes lugares já causam danos suficientes para a sociedade. Agora, permitir que quimiófobos venham ter controle sobre a agricultura do Paraná, é no mínimo temerário.

    7. Por fim, normas, restrições e proibições que pareçam ser muito bem-intencionadas, mas que na verdade não passam de atos de leve sabotagem, são táticas típicas do marxismo roedor. E o vazio sanitário foi adotado pelo Requião, o pai da aftosa paranaense e o bloqueador do Porto de Paranaguá para os transgênicos. Logo, vai ser preciso mais do que argumentos superficiais e lógica de boteco para me convencer de sua efetividade e benefício econômico.

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    • Gilberto Griss São Domingos - SC

      Concordo plenamente com o Sr. Guerrero, pois eu acho que um bom controle da ferrugem no momento, é bem mais eficaz que qquer.outra medida. Acho também que por traz desta medida de proibição da safrinha existem outras coisas camufladas.

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    • Rubenson Antônio Assinck Santa Bárbara do Sul - RS

      Também concordo com o Sr. Guerrero, e me faço uma pergunta. Quem é que vai arrancar a soja guacho na beira das estradas?

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Há alguns anos atras assisti uma palestrante da ADAPAR, discorrer sobre a atuação do órgão, achei que os técnicos que estão à campo, estão completamente despreparados, agem como se fossem "puliças", aquela força imbecil, praticando imbecilidades... SALVE-SE QUEM PUDER !!!

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    • Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR

      Participei de umas das reuniões sobre a ferrugem, em Cascavel. A questão do vazio sanitário quase não foi falada. Alega-se que o uso indiscriminado e repetitivo de fungicidas poderá causar o aparecimento de uma colônia de fungos resistentes. Afirmam que a eficiência dos fungicidas está caindo drasticamente. Não é o que vemos no campo. Se isso fosse verdade, a média de produtividade no Brasil e no Paraná estaria caindo e os agricultores estariam reclamando deste não controle. Foi dito que somente 3 fungicidas tem controle satisfatório. Agora dizem que são 5 . Disseram que não havia fungicidas novos para serem registrados. Indaguei porque nos ensaios do consórcio anti ferrugem dois novos produtos inéditos estavam sendo testados, com bons resultados , e se estes não seriam colocados no mercado. Pelo visto já estão colocando estes dois na lista dos que funcionam. Perguntei por que não cassavam o registro dos produtos , exceto 3 segundo eles, que tinham controle abaixo de 40%."Muito burocrático" disseram. Cassar nosso direito não é burocrático, afirmei. Se o problema é aplicações repetitivas de fungicidas, perguntei se iriam limitar as aplicações . Disseram que não. A prova cabal de que a normativa é encomenda [e o fato de produtores de feijão e milho verão não poderem plantar soja safrinha. Para eles, se plantará soja uma única vez no ano. Paraguai vai continuar a plantar safrinha e Santa Catarina e RGDS não terão vazio.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Marcelo..não deixem ENGESSAR..voce coloca bem...a produtividade dobrou de 75 até hoje...a área plantada aumentou violentamente...é CLARO que os problemas aumentam..para isto não precisa ser Dr...qualquer um sabe..mas os sábios de plantão misturado com arrogância de poder e turbinado a vitaminas eles falam..decidem..mas esquecem de olhar a ponta do nariz...e acabam engessando o produtor...

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      e falo mais sou técnico também e sei olhar tecnicamente...na dácada de 70 trabalhei na Emater e SC com pêssego..ameixa..nectarina..uva..maçã..e a maioria dos fungicidas da época existem até hoje...ora a ladainha já existia...ou uso intensivo vai acabar gerando resistência..mas se ainda existem de duas uma...ou os técnicos que autorizam estão recebendo vitamina ou ainda faz efeito...logo passado todo este tempo a BALELA continua..

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      balela técnica não gera renda..não paga conta...agora tecnologia séria e sem demagogia gera resultado e não besteirol continuado...

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  • claudio jose calgaro mangueirinha - PR

    ...excelente atitude, o Governo do Estado está tomando correta..., apoio 100% esta medida!!!!

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    • Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR

      Usam a deesculpa dos fungicidas para banir a prática de salvar as sementes. Isto sim é o que está em jogo. se os fungicidas estivessem perdendo eficiência no controle, a gritaria seria geral por parte dos agricultores e as perdas de produção já seriam enormes. Pura balela. os fungicidas estão funcionando muito bem. Mentira que não tem fungicida novo para registrar. Só na última rodada de testes do consórcio anti ferrugem, foram testados dois novos produtos, inéditos, um da BASF e outro da BAYER. Pode escrever, daqui um ano vamos ter novos produtos e este povo vai ficar com a cara no chão. Suas reputações serão jogadas no lixo. Da FAEP não espero nada diferente, depois que se alinhou com o pedágio, e a Ocepar faz o jogo de quem manda, ou seja, os multiplicadores de sementes e os cobradores de royalties. Vergonha. Mas não temam. Sabendo disso, os agricultores irão plantar um pedaço de lavoura de soja em dezembro, e aplicar o mesmo fungicida umas 6 vezes seguidas. Vamos ver se a ferrugem está mesmo fora de controle. Uma redução de uns 20% na produção nacional vai fazer um bem enorme aos preços.

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    • Paulo Gilberto Lunardelli CAMPINA DA LAGOA - PR

      Ficaremos nas mãos dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul para a produção de sementes. O Pessoal do sudoeste que produzem sementes há mais de 20 anos após o plantio de milho como ficarão? Essa medida é totalmente contraproducente.

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    • Paulo Gilberto Lunardelli CAMPINA DA LAGOA - PR

      No meu ponto de vista, os pés de soja que nascem no meio da lavoura de milho safrinha, é mais nocivo para propagação da ferrugem asiática, pois alí não há nenhum controle de ferrugem, bem como não há como destruí-lo no meio do milharal, permanecendo o tempo todo sem nenhum controle.

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    • Geovani Salvetti Ubiratã - PR

      O senhor Paulo tem toda razão, o milho safrinha ta cheio de soja guacho q ta cheio de doença e o soja safrinha é bem tratado,e é daí q sai sementes sadias e com vigor.Pra mim é mais um monopólio das cooperativas e da Monsanto, mais uma injustiça q pode ser feita com o agricultor brasileiro.Aonde q está a bancada ruralista?Será q foi comprada também?

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