Soja encontra força nos embarques do EUA e amplia ganhos na CBOT; no Brasil, dólar limita ganhos nesta 2ª

Publicado em 05/10/2015 13:15

Na sessão desta segunda-feira (5), os futuros da soja seguem operando em campo positivo na Bolsa de Chicago e vinham ampliando suas altas no início da tarde e, por volta das 13h (horário de Brasília), os principais vencimentos subiam entre US$ 9,25 e 11 pontos. Assim, o contrato novembro/15 já superava os US$ 8,80 e o maio/16 os US$ 8,90 por bushel. 

Segundo relataram analistas internacionais, o avanço do mercado foi estimulado pelo último boletim de embarques semanais de grãos trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) com números bastante fortes para a soja. 

O total superou o volume de 1 milhão de toneladas e superou as expectaivas do mercado, as quais variavam de 440 mil a 600 mil toneladas. No acumulado do ano comercial, os embarques da oleaginosa já totalizam 2.563,533 milhões de toneladas, acima dos 2.504,340 milhões do mesmo período da temporada anterior. 

Por outro lado, o dólar voltou a recuar no Brasil nesta segunda-feira frente ao real e limita os ganhos da soja no mercado brasileiro. No porto de Paranaguá, inclusive, as cotações apresentavam uma baixa em relação ao fechamento da última sexta-feira. Assim, o produto disponível era negociado a R$ 82,00 por saca, com baixa de 1,20% e o futuro, R$ 81,00, perdendo 2,4%. Já em Rio Grande, porém, as cotações subiam, respectivamente, 0,36% e 0,24%, para R$ 84,30 e R$ 82,30 por saca. 

Mercado Internacional

O mercado vinha em um movimento de recuperação depois das baixas da sessão anterior, porém, ainda encontrava suporte, segundo analistas internacionais, na atualização das últimas previsões climáticas para o Meio-Oeste dos EUA. 

"Os futuros dos grãos trabalham em alta neste início de semana com preocupações climáticas em áreas chave de produção nos três continentes", diz o analista do portal internacional Farm Futures, Bryce Knorr. "Além disso, os traders estão ainda iniciando seu posicionamento antes da chegada do novo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chega na sexta-feira (9)", completa. 

No Brasil, o plantio da nova safra já foi iniciado nos dois principais estados produtores. Porém, segundo explicou o analista de mercado Flávio França Junior, da França Junior Consultoria, esse é um fator que deve conquistar ainda mais peso e espaço a partir de novembro, com a colheita quase concluída nos EUA  e o plantio já mais avançado nos EUA. 

Em Mato Grosso, os produtores locais ainda enfrentam chuvas irregulares, pouco frequentes e de volume ainda limitado. As condições, que trazem bastante cautela ao produtor, chegam após um longo período de estiagem no estado e que devem se manter ainda durante esta semana.  Em Goiás e no Triângulo Mineiro, os sojicultores ainda esperam por chuvas mais expressivas para dar início à semeadura da nova temporada. 

Já no Paraná, os trabalhos de campo se desenvolvem de forma mais significativa dada as melhores condições climática, bem como acontece no sul de Mato Grosso do Sul.

Ao mesmo tempo, os traders seguem bastantes atentos às novas informações sobre a safra 2015/16 dos EUA que chegam nesta segunda-feira. O USDA traz seu novo reporte semanal de acompanhamento de safras com a atualização da área colhida e as condições das lavouras às 17h (Brasília), após o fechamento do pregão. 

"Os produtores estão focados na soja para os trabalhos de colheita e as expectativas do Farm Futures é de que o índice de área colhida chegue em 40% nesta semana, com uma manutenção das condições das lavouras", afirma Knorr. 

Mercado Técnico

Segundo analistas ouvidos pelo site internacional Agrimoney, os fundos de investimento iniciaram a semana com uma aposta mais positiva sobre as commodities agrícolas de uma forma geral nesta segunda-feira, fazendo algumas compras para a cobertura de posições no curto prazo. 

No complexo de grãos e oleaginosas, os fundos de investimentos cobriram cerca de 20 mil posições em futuros do óleo de soja negociados na Bolsa de Chicago, encorajados pelas precoupações com o impacto de uma seca na produção de palma e, consequentemente de seu derivado, em regiões produtoras importantes do Sudeste da Ásia. 

"Em relação ao clima, participantes da Globoil India conference realizada na semana passada, mantiveram sentimento altista para os óleos vegetais em decorrência do El Niño e queda na produtividade dos campos nos dois maiores produtores e exportadores globais de óleo de palma, Indonésia e Malásia. Ambos devem sofrer redução pela queda das precipitações e clima mais quente. A Indonésia deverá ter redução de 5% na produção para 31 a 31,5 milhões de toneladasem 2016, e a Malásia com uma redução de 1 milhão de tons para 19 milhões em 2016", informaram os analistas de mercado da Agrinvest Commodities em seu blog nesta segunda-feira. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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