Soja: Mercado em Chicago tem leve pressão na manhã desta 2ª feira; colheita nos EUA em 42%

Publicado em 06/10/2015 08:17

Na sessão desta terça-feira (6), o mercado da soja volta a operar com leves baixas na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos da oleaginosa perdiam entre 1,75 e 3,25 pontos, com o novembro/15, referência para a safra americana, cotado a US$ 8,81 por bushel. 

O foco principal dos traders se mantém sobre o desenvolvimento da colheita nos Estados Unidos que, segundo o último boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) já havia sido concluída em 42% da área até o último domingo. O número ficou ligeiramente acima do esperado pelo mercado - 40% - e começa a ser digerido neste pregão, já que foi reportado após o fechamento da sessão anterior. 

Entretanto, o mercado internacional ainda conta com alguns fatores de sustentação para as cotações, os quais têm mantido as posições mais negociadas ainda com um patamar de suporte entre US$ 8,50 e US$ 8,60 por bushel. 

Entre eles estão o consumo aquecido pelo produto norte-americano e, ao mesmo tempo, a postura do produtor dos EUA que evita novas grandes vendas neste momento, como explica o analista de mercado Flávio França Junior, ds França Junior Consultoria. O quadro contribui, portanto, para limitar baixas mais acentuadas na CBOT, mesmo que pontualmente. 

Ainda em seu último reporte, trazido nesta segunda-feira (5), o USDA aumentou o índice das lavouras de soja em boas ou excelentes condições no país de 62% para 64%. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda:

Soja fecha o dia com boas altas na CBOT frente à demanda forte e retração de vendas nos EUA

Nesta primeira sessão da semana, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o dia com bons ganhos. Entre as posições mais negociadas, a oleaginosa subiu de 9,25 a 10 pontos, levando o contrato referência para a safra dos EUA, a terminar os negócios com US$ 8,84 por bushel, enquanto o maio/16, referência para a safra do Brasil, ficou em US$ 8,95. 

Para o analista de mercado Flávio França Junior, da França Jr. Consultoria, o suporte para os preços da soja no mercado internacional tem dois principais fatores de suporte neste momento: a boa demanda pelo produto norte-americano e a retenção do produtor dos EUA neste momento. 

O boletim semanal de embarques de grãos trazido nesta segunda pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) chegou com números bastante fortes para a soja e surpreendeu os traders, já que serviram de combustível para o avanço do mercado na CBOT. 

Na semana que terminou em 1º de outubro, os embarques americanos somaram 1.122,669 milhão de toneladas, contra as 541,570 mil da semana anterior. O volume ficou bem acima das expectativas dos traders, que variavam de 440 mil a 600 mil toneladas. No acumulado do ano comercial, os embarques da oleaginosa já totalizam 2.563,533 milhões de toneladas, acima dos 2.504,340 milhões do mesmo período da temporada anterior. 

Apesar das baixas recentes, as cotações ainda testam seu suporte entre US$ 8,50 e US$ 8,70 nos últimos dias mesmo em tempos do auge da colheita nos Estados Unidos. Até o último domingo (27), os trabalhos, já haviam sido concluídos em 21% da área e as expectativas para o número dessa semana estão perto de 40%. Os dados serão atualizados nesta segunda e reportados pelo USDA às 17h (horário de Brasília). 

Entretanto, como explicou França Jr., notícias como estas de uma procura maior pela soja norte-americano e a postura atual do produtor dos EUA são sustentação neste momento neste quadro onde não só a colheita é acompanhada, mas principalmente os bons reportes de produtividade que chegam dos campos norte-americanos. 

"Se o produtor norte-americano estivesse vendendo normalmente, os preços estariam menores. Ele vai vender somente o que for necessário agora, mas não vai inundar o mercado com oferta. E essa postura defensiva vai continuar, já que o preço abaixo dos US$ 9,00 por bushel não é interessante para ele", diz. Ainda segundo o consultor, há pouco mais de 30% da nova safra de soja norte-americana já comercializada. 

E até outubro, o mercado deve trabalhar em cima dessas informações e, na sequência, passar a se focar mais na nova safra sulamericana, principalmente nas informações que partem do Brasil.  o plantio da nova safra já foi iniciado em alguns dos principais estados produtores. 

Em Mato Grosso, os produtores locais ainda enfrentam chuvas irregulares, pouco frequentes e de volume ainda limitado. As condições, que trazem bastante cautela ao produtor, chegam após um longo período de estiagem no estado e que devem se manter ainda durante esta semana.  Em Goiás e no Triângulo Mineiro, os sojicultores ainda esperam por chuvas mais expressivas para dar início à semeadura da nova temporada. 

Já no Paraná, os trabalhos de campo se desenvolvem de forma mais significativa dada as melhores condições climática, bem como acontece no sul de Mato Grosso do Sul.

Mercado Interno

E, focados em dar um bom ínício à temporada 2015/16, a semana dos produtores brasileiros começa mais focada nos trabalhos de campo do que na comercialização. Afinal, as vendas do último mês, de acordo com França Jr., foram bastante expressivas e os produtores esperam novas e melhores oportunidades para voltarem ao mercado. Assim, os negócios são pontuais e de volumes não tão grandes, como relataram analistas e consultores de mercado. 

Além disso, os preços no Brasil, nesta segunda-feira, tiveram seus ganhos limitados uma vez que, apesar dos ganhos expressivos em Chicago, o dólar voltou a recuar frente ao real. Neste pregão, a moeda norte-americana voltou à casa dos R$ 3,90, chegando a perder mais de 1% ao longo do dia. 

Com isso, no porto de Paranaguá, as cotações chegaram até mesmo a recuar em relação à última sexta-feira (2), com o produto disponível era negociado a R$ 82,00 por saca, com baixa de 1,20% e o futuro, R$ 81,00, perdendo 2,4%. Já em Rio Grande, alguma leve alta foi registrada. A soja disponível terminou o dia com R$ 84,20, subindo 0,24% e a futura a R$ 82,20, com alta de 0,12%. 

No interior do país, estabilidade na maior parte das principais praças de comercialização, com exceção, no entanto, de São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul, onde subiu 5,48% e foi a R$ 77,00 por saca. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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