Soja volta a subir em Chicago e maio/16 supera os US$ 9 nesta 3ª feira; no Brasil, preços estáveis

Publicado em 06/10/2015 11:36

A volatilidade no mercado internacional de grãos continua e a soja voltou a operar do lado positivo da tabela no pregão desta terça-feira (6) na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa, por volta das 11h20 (horário de Brasília), subiam mais de 7 pontos, levando o contrato maio/16, referência para a safra brasileira, a superar os US$ 9,00 por bushel. 

Segundo explicam analistas, os fundos de investimento voltam à ponta compradora do mercado buscando estar bem posicionados antes da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta sexta-feira, 9 de outubro. Os futuros do petróleo em Nova York também avançam nesta terça - quase 2% - e contribuem. 

"O atrativo do relatório está em torno dos numeros de produção dos EUA. Pessoalmente, não acredito em grandes alterações, talvez no milho haja algum ajuste negativo; na soja também pode haver. Mas, de maneira geral, as consultorias se renderam aos números do USDA, sobretudo na soja que havia mais disparidade.Todos viram que a safra estava em boa forma", explica Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais. 

Os ganhos, entretanto, chegam em um momento de plena colheita e reporte de bons índices de produtividade nos Estados Unidos. De acordo com o último reporte de acompanhamento de safras do USDA, que chegou no final da tarde desta segunda-feira (5), já havia 42% da área colhida nos EUA até o último domingo (4), e o índice de lavouras em boas ou excelentes condições no país subiu de 62% para 64%. 

Por outro lado, os novos dados se deparam com as boas novas vindas da demanda pela soja norte-americana e com a retração das vendas do produtor norte-americano observada neste momento. "Temos que lembrar que a demanda está se tornando um bela pano de fundo para sustentar os preços. Na verdade, a redução das preocupações com a demanda", diz Motter.

Ainda segundo o analista, a oferta tem de ser observa de diversos ângulos e um deles é, justamente, essa postura do produtor no curtíssimo prazo, "mesmo que ele esteja com o armazém cheio". "No curto e médio prazo, no entanto, a oferta está determinada e isto, no presente caso, é limitador de altas", completa.

Mercado Brasileiro

No Brasil, dia de estabilidade para as cotações. Os bons ganhos em Chicago são neutralizados pela terceira sessão de baixa do dólar frente ao real nesta terça-feira. Assim, Paranaguá mantém R$ 81,00 no disponível e R$ 82,00 no futuro e Rio Grande tem R$ 84,20 na soja da safra velha. No terminal gaúcho, sem referências de preços para o produto da safra nova neste início de tarde. 

O produtor brasileiro está muito atento ao andamento do câmbio e, com as boas oportunidades que foram criadas nos últimos meses em que a divisa chegou a superar os R$ 4,00, as vendas foram fortes e levaram o Brasil a comercializar cerca de 40% de sua nova safra antecipadamente, segundo mostrou um levantamento feito pela França Junior Consultoria. O volume é o segundo maior da história. 

Leia mais:

>> Soja: Com plantio recém iniciado, Brasil já tem 40% da safra 2015/16 vendida

Assim e diante de um quadro de extrema incerteza política e econômica no país, que reflete diretamente em incertezas sobre o caminho do câmbio daqui em diante, o sojicultor brasileiro volta a retrair-se um pouco mais. Hoje, a moeda americana perdia, por volta de 12h10 (Brasília), 1,82% e era cotada a R$ 3,834. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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