Paraná publica portaria proibindo o cultivo da safrinha de soja

Publicado em 08/10/2015 07:45

Segundo maior produtor nacional de soja, o Paraná adotou uma medida ousada para tentar barrar a proliferação da ferrugem asiática nas lavouras. Em portaria publicada nesta quarta-feira, estabeleceu um período específico para o plantio da cultura que, na prática, proíbe a segunda safra dentro do mesmo ciclo de verão.

Quem descumprir a norma, corre o risco de punições que vão desde uma simples advertência até destruição da plantação e multa.

Diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Kroetz, fala não em proibição, mas em "calendarização do plantio". Ficou estipulado que a semeadura da soja deve ocorrer de 16 de setembro a 31 de dezembro, com vazio sanitário de 15 de junho a 15 de setembro.

A produção de uma segunda colheita, fora da janela determinada, favoreceu o aparecimento da ferrugem, doença causada por fungo. E o uso intensivo de fungicidas começou a causar a perda da eficiência.

– Essa solicitação é da área técnica. Em alguns casos, os fungicidas não estão mais funcionando. Há produtos que tinham 85% de ação e hoje não têm nem 20% – alerta Kroetz.

Claro que em regiões onde há a safrinha, a medida, que passa a valer a partir do ciclo 2016/2017, preocupa. Entidades do setor, no entanto, manifestaram apoio.

A opção, segundo Kroetz, foi garantir a qualidade da produção da primeira safra, plantada em mais de 5 milhões de hectares, em detrimento daquela colhida em 132 mil hectares na segunda.

No Rio Grande do Sul, muitos produtores também têm antecipado o plantio de milho para conseguir fazer uma segunda safra, no mesmo ciclo, de soja. É uma oportunidade de ampliar os rendimentos. Mas os riscos também são grandes, já que o cultivo é feito no limite do calendário e, muitas vezes, fora dele, quando o produtor fica sem as garantias do período oficial.

Leia a notícia na íntegra no site Zero Hora.

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Fonte:
Zero Hora

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1 comentário

  • Geovani Salvetti Ubiratã - PR

    Mais uma injustiça feita com o agricultor paranaense..., soja guacha no milho safrinha, nas beiras da BR e em patios de cooperativas sem tratamento, carregada de doenças, isso pode??... Quem perde não é só o agricultor paranaense mas todas as cidades, o comércio, a indústria do Estado, com mais esse corte de renda -- que era uma boa opção... Falavam tanto mal do Paraguai e hoje é o melhor país pra se trabalhar e viver..., lá se pode produzir sem empecilhos e tem mais segurança que o Brasil...

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    • Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR

      O que eles queriam? Que fungicidas funcionassem hoje da mesma maneira que funcionavam 10 anos atrás? Em nenhuma cultura isso acontece. As pragas e doenças vão ganhando resistencia e novos produtos vão sendo lançados. De que outra maneira os fabricantes de insumos iriam ganhar rios de dinheiro? Se a calda bordalesa funcionasse seria ótimo, mas não funciona. No final das contas é o judiciário que vai dizer se alguma agência tem o poder de proibir algum plantio de plantas lícitas. Parem de tentar justificar esta palhaçada. A razão de tudo isso é impedir a produção de sementes próprias, pois não tem como guardar semente boa se colher em fevereiro. Simplesmente se não tiver refrigeração ela não nasce em setembro. Não vai adiantar nada. Paraguai vai continuar plantando safrinha, os paranaenses vão plantar soja na última semana de dezembro numa pequena área para salvar sementes, produtores da minha região vão continuar a plantar soja dia 15/09 e colher no ínicio de janeiro, exportando esporos de ferrugem para o sul do Paraná, Santa Catarina, RGDS, etc... Estas áreas serão para a ferrugem como a soja safrinha é para nós, uma segunda chance do fungo. E os produtos vão funcionar sim.

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    • Carlos Massayuki Sekine Ubiratã - PR

      Existe mais um agravante nessa história. O Paraná colheu esse ano uma produção recorde de milho safrinha mesmo com a perda de área para a soja safrinha. Não foi diferente na região de Ubiratã-PR. Com a proibição da soja, o milho safrinha retornará com força, retomando a área que ocupava 2 ou 3 anos atrás. Se combinarmos a área plantada em 2013 com a produtividade obtida em 2015, não sei onde teremos secadores, silos e caminhões para tamanha produção. E os preços? Onde vão parar?

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      CUIDADO QUE "OS XERIFES" DA ADAPAR VÃO SAIR À CAMPO !!!

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Geovani, vou emitir aqui uma opinião a respeito dos politicos, autoridades, representantes de entidades, grandes corporações, que são a oligarquia que manda no Estado. Começo dizendo que aqui, o desprezo pelo conhecimento é uma coisa monstruosa, e em sua ampla maioria, desses citados acima, possuem além do desprezo, uma inveja mortal daqueles que conhecem as coisas como realmente são, os que estudam, que sabem, e fazem tudo, desde a junção em grupos, em matilhas, prontos a isolar qualquer um que lhes desafie e contra os quais não possuem argumentos. Como gosto da lógica, da verdade, gostaria de assistir, nesse barafunda de discussões, a opinião de alguém como Ricardo Silveiro Balardin. Para falar a verdade, chega a ser aborrecido falar dos interesses oligopolisticos das grandes empresas nacionais e internacionais e sua simbiose com todos esses acima citados. Mais que ficar bem na fita, sabemos que rola um pixuleco, e esses lixos, os pixulequeiros são a elite social, politica e economica do Brasil. Os verdadeiros palpiterios, os que trocam todo o conhecimento, toda a verdade, por vantagens pessoais sem valor algum, por pura emulação.

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    • André Borsa Boa Esperança do iguaçu - PR

      Infelizmente mais uma derota pra nós produtores paranaense.Eu mesmo cheguei a produzir na safrinha passada em algumas áreas 50 sacas de soja por hectare.Certamente uma renda extra muito importante pra manter a propriedade que deixara de existir

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    • R L Guerrero Maringá - PR

      Vamos levar isso pra justiça? [email protected]

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