Em véspera de feriado, soja foca o clima no Brasil e exibe alta de mais de 10 pts na CBOT

Publicado em 25/11/2015 11:40

Durante o pregão desta quarta-feira (25), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a trabalhar em campo positivo. Por volta das 15h13 (horário de Brasília), as principais posições da oleaginosa exibiam ganhos de mais de 10 pontos. O vencimento janeiro/16 era cotado a US$ 8,75 por bushel, com alta de 11,75 pontos e após ter iniciado o dia a US$ 8,66 por bushel.

Segundo informações do consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado encontrou suporte nas novas informações sobre o clima no Sul do Brasil. "O excesso de chuvas têm pode comprometer o rendimento das lavouras. E, também hoje os investidores estão tentando se proteger frente ao feriado do Dia de Ação de Graças, comemorado nesta quinta-feira (26) nos EUA", explica.

Na região de Londrina (PR), as chuvas acumuladas em novembro já superam os 400 mm. De acordo com o presidente do Sindicato rural do município, Narciso Pissinati, a perspectiva é de quebra de 20% na produtividade das lavouras. E o clima mais úmido favorece o aparecimento de doenças.

Além disso, o anúncio da venda de 190 mil toneladas de soja para destinos desconhecidos contribuem para o tom positivo nas negociações. O volume negociado deverá ser entregue na temporada 2015/16. As informações foram divulgadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

Nos últimos dias, as cotações trabalharam de maneira técnica, respeitando o intervalo de US$ 8,50 a US$ 8,65 por bushel, conforme explicam os analistas. "O mercado esperava algum tipo de reação devido ao clima na América do Sul, até porque agora a colheita americana já passou e os investidores apostavam que o mercado iria começar a reagir, mas não estamos vendo isso. E um dos principais fatores é a ausência de maior interesse de compra", explica o analista de mercado da Cerealpar, Steve Cachia.

Além disso, o analista sinaliza que do lado fundamental, a oferta será maior do que a demanda. "Mesmo tendo uma demanda crescente. E também temos outros fatores que contribuem como o geopolítico, depois dos atentados na França o dinheiro especulativo entraram em postura de aversão ao risco e as commodities agrícolas sofreram. Os investidores se retraíram diante da incerteza em relação ao que vai acontecer", completa.

Já na América do Sul, a perspectiva de que o novo presidente da Argentina, Maurício Macri, reduza as taxas de exportação da soja por três meses, já a partir de dezembro ainda ronda o mercado. A projeção é que haja ainda 11 milhões de toneladas do grão nas mãos dos agricultores.

"Acreditamos que as mudanças irão acontecer de maneira gradual e cada produtor argentino terá a sua estratégia. Porém, é fato que o Brasil terá um competidor forte com a redução das tarifas para exportação no país", pondera Cachia.

Enquanto isso, o clima no Brasil permanece sendo observado pelos participantes do mercado. "Com certeza o clima é um fator de especulação, acredito que o mercado internacional ainda não olhou de perto a situação", afirma o analista.

No país, o plantio da soja está caminhando de maneira mais lenta e há muitas preocupações, principalmente no Centro-Oeste com as áreas que terão que ser replantadas. Cenário decorrente do clima adverso, as chuvas permanecem irregulares. Em contrapartida, os produtores do Sul do país sofrem com o excesso de umidade, que além de gerar apreensão em relação ao rendimento das plantações, é um ambiente propício ao aparecimento de doenças.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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