Aprosoja aponta tendência de queda de produtividade na safra de soja 15/16 em MT

Publicado em 27/11/2015 08:36
Na Reuters

logo mini reuters noticias

SÃO PAULO (Reuters) - O Estado de Mato Grosso, que responde por cerca de 30 por cento da safra de soja do Brasil, o maior exportador global da oleaginosa, está enfrentando um atípico clima irregular na temporada 2015/16 que deve prejudicar as produtividades, afirmou o presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja-MT), Ricardo Tomczyk.

"Tradicionalmente, temos tido um tempo estável nos últimos anos, mas a situação nesta safra é diferente. Tivemos um início de plantio com problemas climáticos.", afirmou ele, em entrevista à Reuters, durante jantar em comemoração aos 50 anos da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), na noite de quinta-feira, em São Paulo.

"Falta ainda cerca de 10 por cento da área para plantar, estamos atrasados e devemos ter bastante replantio (de áreas afetadas pelo tempo seco)", completou Tomczyk.

Ele disse que o município de Sorriso (MT), o maior produtor de soja do Brasil, é um exemplo dos problemas.

Sorriso vai ter que replantar 8 por cento da área, o que impacta na produtividade, pois muitas lavouras não serão plantadas no melhor momento, segundo o presidente da associação estadual.

"Já condenou boa parte da produtividade", comentou ele, ressaltando que o viés para a produtividade média no Estado é de baixa. Ele não fez uma estimativa exata.

O replantio também eleva custos em uma safra com margens de produção mais fracas.

(Por Roberto Samora)

 

Chuvas irregulares ameaçam produtividade da soja no Centro-Oeste, dizem produtores

Por Gustavo Bonato

SÃO PAULO (Reuters) - Após um período conturbado de plantio, a irregularidade das chuvas do Centro-Oeste começa a despertar temores sobre a produtividade da safra 2015/16 de soja, em meio ao fenômeno climático El Niño mais forte da história.

O El Niño contribuiu para um atraso na chegada das chuvas em Estados como Mato Grosso e Goiás, impedindo um plantio acelerado no início oficial da temporada. Quando as precipitações começaram com mais intensidade, no fim de outubro, foram marcadas por intervalos desiguais e uma má distribuição geográfica.

"Dentro da minha propriedade, tem áreas onde não chove há 15 dias e outras onde choveu três vezes nesse período. Tem muitas 'manchas'. É absurdo o quanto a chuva está desparelha", relatou o agricultor Antônio Galvan, de Sinop (MT), onde é presidente do Sindicato Rural.

Segundo ele, já é certo que a região no entorno de Sinop não conseguirá repetir a produtividade de 51 a 52 sacas de soja por hectare registrada em 2014/15.

"A tendência desse ano é ser pior, e não se sabe o que tem pela frente (em relação ao clima)", disse o agricultor, evitando fazer estimativas de produtividade.

A tendência para os próximos dias é de manutenção das chuvas irregulares no Centro-Oeste, segundo a Somar Meteorologia.

"Não há previsão de chuvas generalizadas e nem tão pouco em bons volumes para a faixa oeste e central do Mato Grosso nesses próximos dias. As chuvas só deverão chegar a essas regiões entre sábado e domingo. Até lá até podem ocorrer algumas pancadas de chuvas, mas serão muito isoladas", afirmou nesta quarta-feira em boletim o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Somar.

Embora atrasado ante os últimos anos, o plantio de soja já está praticamente encerrado no Centro-Oeste, segundo levantamento mais recente da consultoria AgRural: 89 por cento concluído em Mato Grosso, 72 por cento em Goiás e 98 por cento em Mato Grosso do Sul.

Isso significa que as sementes em muitas áreas ainda estão começando a germinar, e a falta de chuvas pode reduzir o número de plantas que sobrevivem, elevando o risco de lavouras menos populosas e, portanto, menos produtivas.

Em Goiás, o plantio começou atrasado em outubro, foi interrompido novamente em meados de novembro e só começou a ser retomado nos últimos dias, tudo em função da falta de chuvas, segundo da Federação de Agricultura de Goiás (Faeg).

"A falta de chuvas em novembro afetou algumas lavouras plantadas mais cedo, que não tiveram replantio, mas terá perda de estande (população por metro quadrado)", destacou o consultor técnico da Faeg/Senar Goiás, Cristiano Palavro.

De maneira geral, a irregularidade de chuvas em Goiás chega a ser boa notícia, já que as últimas duas safras foram de seca generalizada e muitas perdas de produtividade.

"Na normalidade ruim que a gente estava vivendo, esse clima tende a ser um pouco melhor", afirmou Palavro.

Já na região de Sapezal, um dos maiores municípios produtores de soja do Brasil em extensão, no oeste de Mato Grosso, a irregularidade preocupa bastante.

"Realmente a coisa está bem complicada. Aqui as chuvas são esparsas. Quem tem sorte ganha uma chuva de 10 a 20 milímetros. Faz 30 dias que não temos uma chuva boa", afirmou o presidente do Sindicato Rural, José Guarino Fernandes.

Segundo ele, muitas áreas estão com soja de baixa estatura --uma consequência do desenvolvimento com pouca disponibilidade de água no solo--, mas muitos produtores optaram por não realizar o replantio, porque não haveria janela de tempo para uma posterior segunda safra de milho ou algodão.

Outra consequência do clima adverso é que os fertilizantes jogados não conseguem infiltrar na terra, por falta de chuvas, afirmou Fernandes, destacando outra ameaça à produtividade.

 

Transportar milho de Sorriso (MT) a Santos (SP) fica mais caro, aponta Imea

O ano parece se distanciar dessa realidade no tocante ao frete. A análise é do Instituto Mato-grossense de Economia  Agropecuária (Imea) que no último boletim, aponta  após o preço do frete no trecho Sorriso-Santos atingir a maior cotação do ano em meados de agosto, esse valor pouco reduziu desde então”.

De acordo com Instituto, na última semana, esse valor voltou a bater o recorde do ano, ficando em R$ 315,00/t. “Desta forma, percebe-se que o mercado de fretes encontra-se extremamente pressionado no Estado, já que fatores como a diminuição na oferta de caminhões, início da cobrança dos pedágios, especulações sobre possíveis fechamentos de rodovias têm inflado o preço do frete no Estado, o que acaba afetando negativamente o preço do cereal pago ao produtor”.

Leia a notícia na íntegra no site Só Notícias.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Reuters + Só Notícias

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário