Soja: Mercado recua nesta 5ª feira com movimento técnico e após altas consecutivas

Publicado em 03/12/2015 07:34

Após três sessões consecutivas de ganhos expressivos, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram a recuar nesta quinta-feira (3) na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos perdiam, por volta das 8h10 (horário de Brasília), pouco mais de 4 pontos, com o maio/16 cotado a US$ 8,97 por bushel. 

Já antecipando a chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no próximo dia 9 de dezembro e o momento mais calmo - típico do final de ano - o mercado perde força em um movimento técnico. 

Ao mesmo tempo, os fundamentos seguem presente entre os negociadores, principalmente a irregularidade climática no Brasil, que preocupa os produtores e trava as vendas no país, e as novas informações que podem chegar sobre as retenciones na Argentina. 

Além disso, o departamento norte-americano atualiza, ainda nesta quinta, seus números sobre as vendas semanais da oleaginosa e seus derivados. 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Demanda dá suporte e soja consolida 3º dia consecutivo de ganhos em Chicago

Por Fernanda Custódio

Após uma sessão volátil, as cotações da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a quarta-feira (2) em campo positivo. Ao longo do dia, as principais posições da oleaginosa testaram os dois lados da tabela, porém, finalizaram em alta pelo 3º dia consecutivo e ganhos entre 3,00 e 4,00 pontos. O vencimento janeiro/16 era negociado a US$ 8,92 por bushel e o contrato maio/16 retomou o nível dos US$ 9,00 por bushel, cotado a US$ 9,01 por bushel.

De acordo com informações do site internacional Farm Futures, o mercado encontrou suporte no anúncio da venda de 124 mil toneladas de soja para destinos desconhecidos. O volume negociado deverá ser entregue na temporada 2015/16. As informações foram divulgadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quarta-feira.

E com a finalização da safra americana, os investidores permanecem com as atenções voltadas ao cenário na América do Sul. Para o Brasil, o andamento do clima ainda é observado pelos participantes do mercado. Isso porque, as chuvas continuam irregulares na faixa central do país, o que tem gerado preocupações em relação à finalização dos trabalhos nos campos e também com os casos de replantio.

Na contramão desse cenário, os produtores do Sul do país ressaltam as apreensões com o excesso de chuvas. Em muitas regiões, as precipitações excessivas e o tempo nublado têm comprometido o desenvolvimento das plantas. Sem contar que, o clima úmido é favorável o aparecimento das doenças, principalmente a ferrugem asiática. Segundo dados do Consórcio Antiferrugem, de junho a novembro, foram detectados 20 focos da doença em todo o país.

Ainda assim, um dos consultores agrícolas mais respeitados, Michael Cordonnier, manteve a sua estimativa para safra 2015/16 de soja do Brasil em 100 milhões de toneladas. "Eu tenho acompanhado as informações sobre a possibilidade de redução na estimativa da safra de soja brasileira devido ao clima, especialmente na região central do país. Mas, como todos nós sabemos, é preciso esperar para ver como o tempo irá se desenvolver durante o período de enchimento de grãos antes de fazer um julgamento final sobre a cultura", disse Cordonnier.

Até a última semana, pouco mais de 80% da área prevista para essa temporada havia sido semeada. O percentual ainda está abaixo da média dos últimos cinco anos, de 86%. Paralelamente, na Argentina o foco é em relação à retirada das tarifas de exportação para o grão, uma promessa feita pelo novo presidente do país, Maurício Macri. Há rumores no mercado de que a medida poderia ser colocada em prática já a partir do mês de dezembro.

Mercado interno

O movimento positivo em Chicago acabou compensando a queda do dólar e sustentou os preços da soja praticados nos portos brasileiros. Nesta quarta-feira, a saca disponível em Paranaguá subiu 0,62%, para 81,50, já a saca para entrega em maio/16 era negociada a R$ 78,50 e alta de 1,29%. No terminal de Rio Grande, a saca disponível chegou a R$ 82,50, com valorização de 1,85%. Já a saca para entrega futura ficou em R$ 81,50. Por outro lado, o valor praticado em São Gabriel do Oeste (MS) exibiu queda de 1,39%, com a saca a R$ 71,00. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.

Por sua vez, a moeda norte-americana fechou a quarta-feira cotada a R$ 3,8355 na venda, com queda de 0,50%. Na máxima da sessão, o câmbio tocou o nível de R$ 3,8765. Segundo informações reportadas pela agência Reuters, o câmbio foi pressionado pelo discurso da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, acompanhar as perspectivas de que o banco central americano irá elevar a taxa de juros no país ainda esse mês.

Contudo, os analistas ainda destacam que os negócios têm acontecido de maneira bem pontual e os produtores estão voltados aos trabalhos nos campos. Ainda hoje, a Safras & Mercado reportou que cerca de 46% da produção 2015/16  já foi negociada antecipadamente até o último dia 1 de dezembro. O percentual está bem acima do registrado no mesmo período do ano anterior, de 24% e da média dos últimos anos, de 35%.

O volume comprometido chega a 46,012 milhões de toneladas, de uma safra projetada em 100,538 milhões de toneladas. O estado de Goiás é o mais adiantado com a negociação, com cerca de 56% da produção estimada já travada. Em segundo lugar está a Bahia, com 55% da safra comercializada e, em terceiro lugar o Mato Grosso, com 52% negociado.

Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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