Soja segue recuando na Bolsa de Chicago nesta 3ª feira; mercado ainda espera pelo USDA

Publicado em 08/12/2015 06:42

Às vésperas do novo boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e depois de recuar quase 20 pontos na sessão anterior, osm futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago mais uma vez operam do lado negativo da tabela nesta terça-feira (8). Perto das 7h20 (horário de Brasília), as cotações perdiam pouco mais de 4 pontos entre as posições mais negociadas, com o janeiro/16 valendo US$ 8,77 por bushel, enquanto o maio/16 ia a US$ 8,93. 

Segundo explicam os analistas, o mercado internacional da soja se mantém bastante técnico e lateralizado, ou seja, precisando de novas e consistentes notícias para definir conseguir romper alguns patamares. Assim, os preços seguem operando dentro de uma faixa de US$ 8,50 a US$ 9,00 por bushel. 

Amanhã chega o novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e as expectativas são, algumas, de aumento dos estoques finais de soja mundiais e norte-americanos e, por outro lado, outras projetam um corte na safra 2015/16 dos Estados Unidos. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja acompanha liquidação no financeiro e fecha com forte baixa em Chicago nesta 2ª feira

Nesta segunda-feira (7), os preços do petróleo despencaram para bater nas mínimas em quase sete anos e pressionaram o mercado financeiro e as commodoties de uma forma geral. O dia foi negativo para quase todos os índices e produtos e os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago não ficaram de fora desse cenário. 

No encerramento do dia, os vencimentos mais negociados da oleaginosa registraram baixas que superavam os 19 pontos, com a primeira posição - janeiro/16 - cotada a US$ 8,85 por bushel, enquanto o maio/16, referência para a safra brasileira, fechou com US$ 8,95. Somente o contrato julho/16, entre os principais, sustentou o patamar dos US$ 9,00. 

Segundo explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, "o dia foi de uma forte liquidação técnica. O mercado foi muito técnico e todo o financeiro liquidou nesta segunda-feira". Ao lado da baixa das commodities liderada  pelo petróleo, afinal, veio o dólar avançando sobre diversas moedas e pesando sobre os negócios. "As especulações sobre os juros nos Estados unidos também influenciaram", completa Brandalizze. 

A divisa norte-americana encerrou o dia com alta de 0,53% frente ao real, cotado em R$ 3,7589, após bater na máxima de R$ 3,7794 na sessão. "O dólar está em alta lá fora, é natural que o mercado faça algum ajuste. Na semana passada (o dólar) tinha caído muito e temos Fed em poucos dias", disse o o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado à agência de notícias Reuters. 

Clima no Brasil

Ao mesmo tempo, o mercado internacional contou ainda com as notícias de chuvas dos últimos dias no Brasil chegando à importantes regiões produtoras também pressionando o mercado. "A notícia que chega lá é de que o plantio está fluindo bem por aqui, isso também é negativo para o mercado", diz o consultor. 

Entretanto, a semana começa com previsões mostrando a formação de um novo bloqueio atmosférico sobre o Brasil Central a partir do dia 10 de dezembro e se estendendo até, pelo menos, dia 16, segundo informou o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos. 

"As chuvas ficarão mais concentradas sobre a faixa leste e sul do Brasil nesse período. Somente por volta do dia 15 é que há previsão para chuvas no Mato Grosso e demais regiões da faixa norte, mas mesmo assim, serão de baixa intensidade e muito localizadas. E com esse bloqueio atmosférico, culturas como soja, poderão voltar a sentir os efeitos negativos dos baixos índices de umidade e potencializar as perdas que já são grandes em algumas regiões", explica Santos em seu boletim desta segunda-feira (7). 

Leia mais:

>> Novo bloqueio limita chuvas a partir do dia 10 no Brasil Central, diz agrometeorologista

Como relatou Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, muitas informações fora do Brasil dão conta de mais chuvas nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil. 
"Porém, parece que eles estão vendo melhores nuvens pelas fotos de satélites, mas, na realidade, nuvens nem sempre resultam em chuvas. Por isso, acredito que podemos ter, por aí, uma boa razã para o mercado retomar as altas no decorrer", explica. "O pano de fundo para a formação do preço é o clima na América do Sul, notadamente o Brasil", completa. 

Novo boletim do USDA

Ao mesmo tempo, as liquidações de posição se acentuam na medida em que os investidores aguardam pelo novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que sai na quarta-feira, dia 9 de dezembro. 

As expectativas para o reporte, como sempre acontece, são bastante divergentes. Alguns sites internacionais como o Farm Futures não esperam revisões muito expressivas para os números deste mês. Por outro lado, alguns consultores e traders, ainda como explica Camilo Motter, apostam em estoques ligeiramente mais altos tanto para os EUA quanto para o mundo. 

"A última semana foi dedicada a altas, o mercado atingiu o melhor patamar em dois meses. Então, os traders resolveram vender", diz o analista. 

Mercado Brasileiro

Com o cenário bastante agitado no mercado internacional, o dia foi de falta de direção para os preços no Brasil. Enquanto o dólar, após sessões consecutivas de baixa, subiu frente ao real, as amargas baixas registradas em Chicago, como tradicionalmente acontece, acabaram neutralizando o ganho do câmbio. 

Assim, em Paranaguá, a soja disponível fechou estável nos R$ 80,00 por saca, enquanto subiu 2,26% para o produto futuro, que encerrou o dia com R$ 77,00. Já no porto de Rio Grande, o último preço para o produto da safra velha foi de R$ 78,00, com baixa de 3,11%, enquanto o da safra nova manteve os R$ 77,00. 

No entanto, ainda segundo explica Vlamir Brandalizze, quase não há negócios sendo efetivados no Brasil. "Já há quase 50% da nova safra brasileira negociada e, da velha, há pouquíssimo volume ainda restante, que os produtores devem preferir vender em janeiro do ano que vem", diz. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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