Soja tem novo rally nesta 3ª na CBOT e Brasil já acumula bons ganhos e ritmo forte de negócios

Publicado em 26/04/2016 16:58

Os preços da soja voltaram a subir nesta terça-feira (26) na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa, nas posições mais negociadas, fecharam o dia com ganhos de 12,75 a 17,50 pontos. Dessa forma, o maio/16, que ainda é referência para a safra do Brasil, encerrou o dia cotado a US$ 10,17, enquanto o julho/16 foi a US$ 10,26 e o agosto/16 a US$ 10,27 por bushel. 

A atuação dos fundos de investimento no mercado futuro norte-americano continua puxando as cotações da oleaginosa na CBOT e permitindo que o mercado vá, pouco a pouco, se consolidando em patamares mais elevados. Somente nos primeiros 20 dias de abril, os contratos maio e agosto subiram mais de 9%, refletindo um dos mais fortes movimentos de fluxo de dinheiro para a soja e demais commodities agrícolas. 

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Ainda do lado técnico do mercado, como explicam analistas internacionais, os preços encontraram estímulo e suporte em uma nova baixa do dólar. Além de recuar frente ao real, a moeda norte-americana caiu 0,3% também diante de uma cesta de principais moedas internacionais, segundo reportou o portal Agrimoney, o que trouxe, portanto, mais competitividade aos produtos negociados nas bolsas norte-americanas. 

Ao lado dessa baixa do dólar, dia de alta para os futuros do petróleo no cenário internacional. A commodity fechou com um ganho de mais de 35 em Nova York e passou dos US$ 44,00 por barril, ajudando a complementar o terreno positivo para as commodities agrícolas de uma forma geral. 

Fundamentos 

Entre os fundamentos ainda predominam as especulações climáticas. As perdas na Argentina por conta de condições de extrema umidade já estão consolidadas e a qualidade dos grãos de soja é perdida dia a dia. Porém, as últimas previsões indicam que, nos próximos dez dias, pode haver uma janela de tempo mais seco, promovendo alguma possibilidade de avanço da colheita.

"A expectativa de quebra de produção e atrasos de embarques têm dado suporte ao forte rally dos últimos dias, porém traders consideram que tais fatores já estão precificados. O atraso na colheita e deterioração do grão,  tem reduzido a velocidade dos embarques de soja e farelo", explicam analistas da Agrinvest Commodities.

No Brasil, situação inversa. A safra das regiões Norte e Nordeste, principalmente da área conhecida como Matopiba - Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia -  passaram meses sem a quantidade adequada de água e, como relata o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a baixa deve chegar a 2 milhões de toneladas nessa conclusão de ciclo. Traders internacionais têm um consenso, como explica o consultor, de que a safra do Brasil nesta temporada deva se concluir com algo entre 98 e 98,5 milhões de toneladas. 

Nesta semana, o cenário climático no Brasil começou a mudar em função do término de um bloqueio atmosférico que estava sobre a região Central do país, promovendo essa estiagem. "As chuvas tão esperadas chegaram e estão chegando à diversas localidades das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste", afirma Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista. 

Há ainda, no front dos fundamentos, o aquecimento da demanda internacional, principalmente por parte da China e da melhora das margens de esmagamento no país. "A forte recuperação das margens na China tem dado sustentação às compras. Para embarques mais curtos, importadores chineses têm dado preferência para América do Sul e para safra nova dos EUA. A forte recuperação dos preços do farelo e óleo de soja no mercado doméstico chinês tem contribuído para as margens de esmagamento", completa a Agrinvest. 

Mercado Nacional

Em linhas gerais, a terça-feira foi mais um dia positivo também para o mercado brasileiro da soja. Apesar do recuo em algumas das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas - como Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em Mato Grosso - a maior parte delas fechou os negócios em campo positivo. Em Ponta Grossa, no Paraná, por exemplo, o valor da saca subiu 2,60% para R$ 79,00, em São Gabriel do Oeste/MS, ganho de 1,52% para R$ 67,00 e de 0,88% em Jataí/GO, para R$ 62,75. 

Assim, os negócios no Brasil vêm registrando, portanto, um início de semana agitado e com bom ritmo. "A semana começou com forte movimento de vendas da soja da safra atual e também da safra nova. Muitos fechamentos estão acontecendo nos portos", relata Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

Nesta terça, em Rio Grande, a soja disponível fechou o dia com R$ 81,50 por saca e alta de 2,13%, enquanto em Paranaguá, o último valor foi de R$ 82,50, estável. Já para o mercado futuro, embarque março/17, os preços foram de, respectivamente, R$ 85,50 e R$ 85,50 por saca. 

Ainda segundo Brandalizze, as exportações brasileiras, em abril, têm potencial para alcançar o recorde histórico de 10 milhões de toneladas. Nos primeiros 15 dias úteis do mês, os embarques nacionais já somam 7,53 milhões de toneladas, contra o total de 6,55 milhões de toneladas em todo abril de 2015. 

E esse movimento se confirma mesmo com o dólar, já há algumas semanas, atuando em patamares mais baixos. O recuo da divisa vem sendo, portanto, compensado pelos melhores patamares praticados em Chicago. Nesta terça, a moeda americana fechou o dia com 0,83% de baixa, cotado a R$ 3,5191. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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