Com nova semana positiva em Chicago, preços no BR sobem até 7%; negócios da nova safra crescem

Publicado em 06/05/2016 17:22

A semana, mais uma vez, foi de intensa volatilidade para o mercado da soja na Bolsa de Chicago. Somente na sessão desta sexta-feira (6), os preços terminaram o dia com quase 30 pontos de alta nas principais posições, com o contrato agosto/16 encerrando os negócios de volta à casa dos US$ 10,40 por bushel. Na semana, os ganhos foram mais tímidos e variaram, entre as posições mais negociadas, de 0,495 a 1,01%. 

Essa forte e intensa movimentação dos preços foi, novamente, motivada por um conjunto de fatores que segue no radar dos traders que atuam na CBOT, segundo explica o diretor de commodities da FCStone, Glauco Monte. Entre eles, a nova - e ainda muito incerta - safra dos Estados Unidos, a conclusão da safra da América do Sul, o andamento do dólar e a demanda. 

Sobre a oferta, o analista diz ainda que "não há um problema efetivo". Afinal, como ele explica, as perdas estão sendo contabilizadas na América do Sul, porém, os estoques de passagem dos Estados Unidos são elevados e poderiam, mesmo que momentâneamente, limitar o potencial de avanço dos preços. Ainda assim, por outro lado, poderia atrair mais exportações por parte dos EUA e contribuir para o comportamento altista dos futuros da oleaginosa. 

"Poderia haver mais demanda direcionada aos Estados Unidos, também pela questão cambial, que voltou a deixar o país mais competitivo", acredita Monte. Nesta semana, os números das vendas semanais norte-americanas foram fortes e superaram as expectativas do mercado ao somarem mais de 1,2 milhão de toneladas. Para analistas internacionais, o principal fator para esse aumento das vendas nos EUA é, justamente, o severo problema pelo qual passa a temporada 2015/16 da Argentina. 

Ainda de acordo com o executivo, essa volatilidade do mercado deve permanecer por algum tempo, uma vez que o mercado tem, pela frente, ainda muito o que observar, principalmente sobre a safra dos Estados Unidos. "Há muito o que acontecer", diz. As primeiras perspectivas vinham indicando uma redução na área de plantio dos EUA, o que ainda não foi completamente confirmado. 

No entanto, na próxima terça-feira (10), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz um novo reporte mensal de oferta e demanda e, nesse caso, com as primeiras informações sobre a safra norte-americana 2016/17. Para Glauco Monte, o boletim exige maios atenção em duas frentes: os ajustes que serão feitos pelo USDA nas safras da América do Sul, especialmente na Argentina, e essa nova temporada dos EUA.  

"E nesta sexta-feira houve muita cobertura de posições por parte dos fundos diante da espera por esse relatório, que vai começar a dar o tom do mercado a partir de agora", explica o direto da FCStone.  

Mercado Brasileiro

No Brasil, os preços, por mais uma semana, acompanharam os ganhos em Chicago e também encerraram os negócios acumulando bons ganhos. No interior do país, as altas passaram de 7% em alguns das principais praças de comercialização, enquanto nos portos, os valores subiram mais de 2%. Dessa forma, o ritmo de vendas, mais uma vez, foi significativo, como relatam os analistas. 

Nas praças do Sul do país, as altas variaram entre 1,25% - como em Ponta Grossa/PR, para R$ 81,00 por saca, - a 2,86% para R$ 72,00 em Ubiratã e Londrina, ambas no Paraná. Em Sorriso, Mato Grosso, ganho de 4,48% para R$ 70,00 por saca; em Campo Novo do Parecis e Tangará da Serra, também em MT, ganhos de 6,25% para R$ 68,00.

No porto de Rio Grande, a soja disponível terminou a semana com R$ 83,50 por saca, subindo 4,11%, já o produto da nova safra, com embarque em março/17 foi a R$ 87,00, com alta acumulada de 2,35%. No terminal de Paranaguá, os últimos valores foram de R$ 84,00 e R$ 85,50 por saca, com variações positivas de 2,44% e 1,18%, respectivamente. 

Glauco Monte explica ainda que o maior volume de negócios que acontece neste momento entre os produtores brasileiros refere-se à safra 2016/17. A relação de troca, com os preços em Chicago já bem acima dos US$ 10,00 por bushel, se mostra ainda bastante favorável e trazendo garantia de renda ao produtor brasileiro, que busca, portanto, já adquirir parte de seus insumos. O custo de produção, afinal, é crescente. 

Já para o produto disponível, a orientação de analistas e consultores de mercado é de que as operações sejam mais parceladas. O mercado interno deverá passar, novamente, por uma escassez de oferta, já que além da demanda nacional aquecida, as exportações brasileiras seguem acontecendo em ritmo recorde, o que poderia trazer ainda mais suporte aos preços. 

Entretanto, o diretor da FCStone afirma também que muito da formação deverá depender, como sempre acontece, da condição dessa relação entre oferta e demanda de cada praça de comercialização. Assim, o importante é continuar acompanhamento o andamento das cotações, a demanda e as contas de cada propriedade. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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