Soja: Com plantio dentro do esperado nos EUA, mercado tem ligeira alta nesta 3ª em Chicago

Publicado em 17/05/2016 07:56

Os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago operam com leveas altas na manhã desta terça-feira (17). As posições mais negociadas, por volta das 8h (horário de Brasília), subiam entre 3,50 e 4 pontos, com o agosto/16 já cotado a US$ 10,70 por bushel. O novembro/16, referência para a safra norte-americana, era negociado a US$ 10,58. 

O mercado retoma o movimento positivo após a rápida correção técnica registrada no pregão anterior e também avançam depois de serem considerados neutros os números trazidos ontem pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre o desenvolvimento da nova safra em seu reporte semanal de acompanhamento de safras. 

De acordo com o boletim, o plantio da oleaginosa já havia sido concluído em 36% da área até o último domingo (15), contra o número da semana anterior de 23%. Em 2015, neste mesmo período, porém, a semeadura já estava pronta em 41% e a média dos últimos cinco anos é de 32%. O USDA informou ainda que 10% das lavouras já emergiram, frente aos 11% do mesmo período do ano passado e dos 9% de média. 

O mercado da soja na CBOT, porém, ainda acompanha também as condições climáticas na América do Sul, onde se conclui a safra 2015/16 e onde, em determinados pontos importantes as lavouras de soja seguem perdendo qualidade em função de adversidades. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Semana começa com preços sustentados e poucos negócios no mercado brasileiro de soja

O primeiro dia "efetivo" do governo de Michel Temer como presidente da república, nesta segunda-feira (16), foi ainda de muita incerteza, cautela, mas de dólar em queda. A moeda norte-americana voltou a trabalhar abaixo dos R$ 3,50 e, mais uma vez, afugentou os produtores de soja de novos negócios neste início de semana, principalmente para a safra 2015/16, que sua comercialização bastante adiantada. 

"O mercado está esperando anúncios do novo governo. Até lá, deve ficar meio parado", resumiu o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano à agência de notícias Reuters sobre o andamento do dólar. Para o mercado brasileiro da soja, a situação não foi diferente. Afinal, o agronegócio brasileiro também espera os novos passos para entender como será impactado pela mudança. 

Segundo relata Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, a semana começa "devagar", portanto. "Há poucos vendedores atuando neste início de semana, principalmente com a soja disponível", diz. 

Assim, preços mais baixos ou estáveis para a oleaginosa nos portos brasileiros nesta segunda-feira. Em Paranaguá, o produto disponível terminou o dia cotado a R$ 86,00 por saca e perdendo 0,58%, enquanto em Rio Grande, a baixa foi mais intensa - de 1,17% - para R$ 84,50. Ao longo do dia, no terminal paranaense o preço foi a R$ 85,00. Já para o produto da nova safra - 2016/17 - estabilidade em R$ 88,00 em ambos os portos. 

A pressão do câmbio, no entanto, é limitada pela ainda forte e presente demanda mundial - e interna - pela soja brasileira. O consumo é crescente diante de uma safra que foi recentemente revisada para baixo tanto pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), para 99 milhões de toneladas, como pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para 96,9 milhões de toneladas. 

Assim, no interior do país, o ganho nas cotações é ainda mais expressivo e já superam as altas acumuladas na Bolsa de Chicago. Em algumas praças de comercialização, principalmente naquelas onde há uma maior concentração de indústrias processadoras e/ou de produção de biodiesel, os atuais valores, como explica Brandalizze, chegam a pagar melhor do que a exportação. 

"Na sexta-feira, 13, o Indicador CEPEA/ESALQ (média Paraná) atingiu R$ 81,57/saca de 60 kg, o maior patamar nominal desde setembro de 2012. Em termos reais, é o maior desde 14 de janeiro deste ano (valores foram atualizados pelo IGP-DI)", informou o Cepea em nota, nesta segunda-feira.

Na Bolsa de Chicago

Na sessão desta segunda-feira, os futuros da soja fecharam com oscilações limitadas na Bolsa de Chicago, após uma sessão de forte volatilidade. Enquanto os contratos julho/16 e agosto/16 terminaram os negócios recuando, respectivamente, 0,50 e 0,25 ponto - para US$ 10,64 e US$ 10,66 - o novembro/16, referência para a nova safra dos EUA, terminou o dia com US$ 10,55 por bushel, subindo 0,50 ponto, e o março/17 foi a US$ 10,34, com altade 4,25 pontos. 

O novo reporte semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sai somente depois do fechamento da CBOT, nesta segunda, porém, provocou especulação e, consequentemente, volatilidade nas cotações. A expectativa do mercado é de que o boletim aponte 39% da área já semeada no país, contra 23% da semana anterior. As condições atuais ainda não são as mais favoráveis por conta do excesso de chuvas em alguns pontos, mas ainda não causam uma preocupação grande. 

Área de Plantio - A Informa Economics revisou suas projeções para a área de plantio nos Estados Unidos, também nesta segunda, reduzindo os números do milho e aumentando os de março em relação ao seu reporte de março. A área estimada para a soja aumentou de 33,27 milhões para 33,59 milhões de hectares. A de milho, por outro lado, recuou de 37,88 milhões para 37,08 milhões de hectares. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), em seu reporte mensal de oferta e demanda divulgado no último dia 10, trouxe projeções de, respectivamente, 33,27 milhões e 37,88 milhões de hectares. 

Os preços da soja, na última semana, dispararam na Bolsa de Chicago e acentuaram as especulações sobre a área de plantio nos Estados Unidos nesta próxima temporada. Com cotações mais altas, os traders acreditavam que, pouco a pouco, seria possível ver um aumento do espaço destinado à oleaginosa em detrimento do cereal. 

Além disso, o clima na América do Sul, ainda de acordo com o consultor Vlamir Brandalizze, é outro fator de volatilidade e de atenção para os traders. Parte dos olhos do mercado estão voltados para seus impactos na conclusão da safra 2015/16, bem como para o seu escoamento. Na Argentina, alguns pontos ainda sofrem com o excesso de chuvas e perdas de qualidade das lavouras que não podem ser colhidas. 

Complementando o quadro de pouca movimentação para os preços neste primeiro pregão da semana estiveram os números dos embarques semanais de grãos dos Estados Unidos divulgados pelo USDA em um boletim nesta segunda. Os números ficaram dentro do esperado e não ajudaram a movimentar o mercado. 

Os EUA embarcaram 194,627 mil toneladas de soja e o volume ficou ligeiramente acima do regitrado na semana anterior e dentro das projeções dos traders, que oscilavam entre 80 mil e 240 mil toneladas. No acumulado do ano comercial 2015/16, os embarques de soja norte-americanos somam 43.116,794 milhões de toneladas, ainda abaixo das 46.579,796 milhões do mesmo período do ano anterior. 

Paralelamente, chegaram ainda a atualização do esmagamento de soja nos EUA, também dentro das expectativas do mercado. A NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA) informou, nesta segunda-feira (16), que foram processadas 4,02 milhões de toneladas em abril. O volume veio em linha com as expectativas do mercado, porém, abaixo do registrado em março, quando foram esmagadas 4,09 milhões de toneladas. Em relação a abril do ano passado, a baixa é de 1,8%. 

Segundo explicam analistas internacionais do portal Farm Futures, as plantas esmagadoras do país têm evitado ampliar seus volumes de processamento apesar das boas margens que vêm sendo registradas no país. A demanda por ração, afinal, que tem como principal componente o farelo de soja, vem crescendo de forma muito forte e expressiva em âmbito mundial, até mais do que a própria demanda por soja em grão. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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