Soja intensifica perdas em Chicago nesta 2ª feira com aversão ao risco e dólar em alta

Publicado em 23/05/2016 13:22

Os futuros da soja negociado na Bolsa de Chicago vêm intensificando suas baixas na sessão desta segunda-feira (23) e iniciam a semana em meio a um mercado agitado. Os principais vencimentos, por volta das 13h (horário de Brasília), recuavam entre 17,50 e 18,50 pontos, assim o vencimento julho/16 - o mais negociado do momento - era negociado a US$ 10,56 por bushel, e o novembro - referência para a safra norte-americana - valia US$ 10,31. 

Como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, essas baixas refletem mais um movimento dos fundos investidores, que liquidam parte de suas posições diante de um financeiro menos favorável e que estimula uma maior aversão ao risco. "Esse é um mercado de fundos e não de físico", diz . 

A possibilidade de um aumento da taxa de juros nos EUA - que puxa o dólar para cima - e mais a baixa superior a 1% do petróleo também refletem esse cenário e pesa sobre as cotações. Ainda de acordo com Brandalizze, esse movimento não indica, no entanto, uma reversão de tendência para os preços da oleaginosa. 

Somente frente ao real, o dólar, nesta segunda-feira, subia 1,66% e era negociado a R$ 3,577, reduzindo a competitividade dos produtos negociados nas bolsas norte-americanas e pesando sobre as commodities de uma forma geral. Além disso, a cena política - que tem no centro, neste início de semana, o ministro do Planejamento, Romero Jucá e gravações que indicam que ele estaria agindo para conter o avanço da Operação Lava Jato - ganha peso novamente no Brasil e também motiva essa alta da moeda americana. 

"A política continua falando mais alto do que a economia. A oposição vai cair matando no Congresso e existe a possibilidade concreta de (Jucá) ser afastado. Perder um soldado já na largada seria muito ruim para a credibilidade desse governo, ainda mais por acusações de obstrução de Justiça", disse à agência Reuters um operador da corretora Ativa Arlindo Sá. 

Em Nova York, o petróleo recuava quase 1,5% e já trabalhava abaixo dos US$ 48,00 por barril. "O dinheiro está fluindo para ativos mais seguros e os investidores estão deixando aqueles que são mais arriscados, como ações e commodities", relata o analista internacional Bryce Knorr, do portal Farm Futures. 

Entre os fundamentos, melhores condições de clima nos EUA que podem favorecer os trabalhos de plantio da nova safra também acaba sendo um fator de pressão sobre as cotações neste início de semana. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza, às 17h (horário de Brasília), seu boletim semanal de acompanhamento de safras, após o fechamento do mercado, porém, as especulações já se iniciam. A projeção dos traders é de que o plantio da oleaginosa já esteja concluído em 56% da área. 

Complementando o quadro negativo para os preços vieram os números baixos e aquém das expectativas dos embarques semanais de soja reportados hoje pelo USDA. 

Os EUA embarcaram, na semana encerrada em 23 de maio, 77,372 mil toneladas de soja, contra 211,056 mil da semana anterior. As projeções dos traders, porém, variavam de 80 mil a 240 mil toneladas. No acumulado da temporada 2015/16, os embarques norte-americanos de soja já somam 43.209,230 milhões de toneladas, abaixo das 46.881,989 milhões do mesmo período do ano comercial anterior. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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