Soja: Mercado realiza lucros em Chicago nesta 4ª feira após duas sessões de fortes altas

Publicado em 29/06/2016 07:54

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, nesta quarta-feira (29), têm algumas baixas na Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas perdiam, por volta das 7h30 (horário de Brasília), entre 7,25 e 9,25 pontos, levando o novembro a US$ 11,11 por bushel. 

O movimento negativo vem com uma realização de lucros após as duas últimas sessões em que a commodity subiu de forma muito significativa, permitindo uma recuperação de mais de 30 centavos de dólar em relação à semana anterior. A correção chega mesmo diante de fundamentos ainda fortes e à espera de novos números que o USDA divulga nesta semana. 

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos atualiza seu números dos estoques trimestrais de grão, com posição em 1º de junho, e também a área de plantio, o que vai confirmar a migração ou não da soja para o milho ou vice-versa. Os reportes chegam nesta quinta-feira, 30 de junho. As especulações crescem e o mercado já observa com atenção as expectativas para os dados. 

Entre as demais commodities, o movimento é de recuperação depois das últimas baixas, principalmente nos números do petróleo, que lideraram o recuo nas sessões anteriores. Em Nova York, a commodity subia mais de 1% para, novamente, superar os US$ 48,00 por barril. 

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Soja tem segundo dia consecutivo de altas na CBOT com clima nos EUA e demanda forte nesta 3ª

Nesta terça-feira (28), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta pelo segundo dia consecutivo e, mais uma vez, com ganhos de dois dígitos. Os principais contratos subiram entre 14,75 e 17,75 pontos, com o vencimento novembro/16, referência para a safra dos Estados Unidos, terminou o dia cotado a US$ 11,19 por bushel. 

Os fundamentos permanecem no foco, bem como a espera por dois novos e importantes boletins que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz ainda nesta semana. Ambos chegam no próximo dia 30 e informam sobre os estoques trimestrais americanos em 1º de junho e o outro sobre a área de plantio da temporada 2016/17. 

Entretanto, a atenção dos traders e dos investidores se voltam com mais intensidade nesse momento às condições de clima nos Estados Unidos e a uma demanda mais forte pela soja americana neste momento, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

Embora neste momento a nova safra se desenvolva bem no Meio-Oeste dos Estados Unidos - com 72% das lavouras em boas ou excelentes condições, de acordo com os últimos números do USDA - previsões mais alongadas indicam que, no final de julho, as chuvas podem ficar mais escassas e comprometer o início do enchimento de grãos no país. Agosto, afinal, é o mês determinante para a cultura no Corn Belt. 

E são essas especulações que acentuam a volatilidade e o nervosismo no mercado de grãos nestas últimas sessões, de acordo com analistas e consultores de mercado. O padrão, portanto, deverá se estender pelas próximas semanas até que a safra 2016/17 dos EUA esteja definida. 

Ao mesmo tempo, ainda de acordo com Brandalizze, a menor oferta de soja no Brasil e os preços elevados e sustentandos têm provocado uma migração da demanda para o mercado norte-americano, onde inclusive os prêmios são mais baixos do que os ofertados pela oleaginosa brasileira. 

O movimento, que já trouxe uma venda nova nesta segunda-feira anunciada pelo USDA, tem sido outro importante pilar de sustentação para as cotações no mercado internacional. Essa maior demanda, afinal, já poderia impactar nos estoques americanos não só os estoques da safra 2015/16 como também da 2016/17. 

Entretanto, os números de área que chegam no dia 30 poderiam limitar essas altas caso confirmem uma migração dos produtores americanos do milho para a soja, ou vice-versa. Para a analista de mercado Andrea Cordeiro, da Labhoro Corretora, o mercado já especula sobre isso e busca precificar, aos poucos, esse movimento. 

Mercado Nacional

Na contrapartida de mais um dia de forte alta em Chicago, o dólar despencou frente ao real, caiu 2,61% para fechar, pela primeira vez em quase um ano, na casa dos R$ 3,30. A moeda americana encerrou  dia cotada a R$ 3,3060, depois de bater na mínima do dia dos R$ 3,2998. 

"Houve uma melhora substancial do humor lá fora, o mercado está muito satisfeito com o tom adotado pelo BC nas comunicações de hoje", resumiu o operador da corretora B&T Marcos Trabbold à agência de notícias Reuters.

Essa queda pesou sobre a formação dos preços no Brasil, principalmente nos portos. A soja disponível foi a R$ 94,50 em Paranaguá e R$ 91,00 em Rio Grande, com perdas de, respectivamente, 1,56% e 0,33%. No mercado futuro, R$ 87,00 no terminal paranaense, caindo 1,14%, e R$ 86,50 no gaúcho, com baixa de 1,70%. 

Com exceção de algumas praças do Paraná, os preços da soja praticados no interior do Brasil subiram mais uma vez nesta terça-feira, acompanhando o movimento da CBOT e estimulados ainda pela relação ajustada de oferta e demanda instalada no país. Assim, as cotações terminaram os negócios com altas que chegaram a passar dos 3%. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Clesio Rezende Rondonópolis - MT

    Os relatórios do USDA, saem hoje ou amanhã ? No texto fala do dia 29/06 porém mais abaixo fala dia 30/06.

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    • Carla Mendes Campinas - SP

      Clesio, bom dia! Me desculpe, foi um erro de digitação. O dia correto é 30 de junho, nesta quinta-feira. Obrigada!

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    • Rodrigo Antonio Noro Ipiranga do norte - MT

      tomara que melhore o preço futuro para vender e travar os custos em reais

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