Soja segue recuando na Bolsa de Chicago nesta 4ª feira com clima favorável nos EUA

Publicado em 06/07/2016 08:44

O movimento negativo continua sobre os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago e, nesta quarta-feira (6), perdiam de 12 a 14,25 pontos nos principais vencimentos, por volta das 8h10 (horário de Brasília). O mercado climático norte-americano segue no foco dos traders internacionais e, com isso, somente o contrato julho/16 ainda era negociado acima dos US$ 11,00 por bushel. 

As últimas previsões climáticas seguem indicando boas chuvas para o Meio-Oeste norte-americano e esse tem sido, segundo explicam analistas internacionais, além das boas precipitações que chegaram à região no último final de semana, além de temperaturas que estão abaixo do normal para o período em toda a extensão dos Estados Unidos.

Chuvas nos EUA para os próximos 6 a 10 dias - Fonte: NOAA

Chuvas nos EUA para os próximos 6 a 10 dias - Fonte: NOAA

Temperaturas nos EUA para os próximos 6 a 10 dias - Fonte: NOAA

Temperaturas nos EUA para os próximos 6 a 10 dias - Fonte: NOAA

"Não podemos dizer que toda queda já está no preço. Temos, sazonalmente, um período de queda pré colheita, quando a safra americana estiver definida e o mercado começa realmente a vender a safra. E essa sazonalidade sempre acontece, o que difere é o momento. No ano passado, tivemos um pouco antes desse período, depois da segunda quinzena de maio, o mercado só caiu. Neste ano, temos que acompanhar e o que ainda deixa o mercado preocupado, olha o clima para frente, é o mês de agosto, quando os mapas indicam temperaturas acima do normal e chuvas abaixo do normal", explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities. "E isso é o que ainda pode gerar alguma volatilidade ou até trazer a soja às máximas que vimos na semana passada", completa. 

Ainda segundo Vanin, na sequência dessa turbulência do mercado climático e passada a colheita norte-americana, o mercado volta novamente seus olhos para a demanda. "E sabemos que a demanda nesta temporada 2016/17 é bem grande, uma porque a China está comprando bastante, está surpreendendo - na temporada 2015/16 também, com quatro ou cinco revisões para cima ao longo do ano - e nessa próxima também deve surpreender. Assim, nos números devemos ver uma redução no estoque global", afirma o analista da Agrinvest. "Mas, o mercado tem momentos e o momento hoje não é o de olhar para a demana, mas olhar para a oferta e o tamanho da produção americana, e se o clima permanecer favorável, o mercado vai cair. E em um segundo momento, olhar para a demanda e aí o mercado pode passar por uma recuperação", conclui.  

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Soja: Chuvas nos EUA e dados do financeiro pesam e cotações despencam nesta 3ª feira na CBOT

Por Fernanda Custódio

As principais posições da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta terça-feira (5) com forte queda. Os contratos da oleaginosa fecharam o dia com perdas de até 60,25 pontos, bem perto do limite de queda, que é de 65 pontos no caso da commodity. No total, os vencimentos acumularam desvalorizações de quase 5%. O contrato julho/16 era cotado a US$ 11,17 por bushel, enquanto o novembro/16 era negociado a US$ 10,77 por bushel. E as posições mais distantes perderam o patamar de US$ 11 por bushel.

De acordo com informações do noticiário internacional, as informações vindas do mercado financeiro e as previsões de chuvas no Meio-Oeste dos EUA pesaram sobre as cotações da soja. "Tivemos algumas preocupações em relação à economia da China e qual será o impacto da possível saída do Reino Unido da Zona do Euro. E os fundos especulativos têm grande posições compradas nas commodities, mas quando temos uma aversão ao risco, eles acabam liquidando suas posições, o que também ajuda a pressionar negativamente as cotações", afirma o consultor de mercado da FCStone, Glauco Monte.

No caso do clima, chuvas foram registradas em algumas localidades do Meio-Oeste do país no final de semana prolongado. "As precipitações ocorreram com menor intensidade do que o previsto. Porém, temos a atualização dos mapas climáticos, que indicam um volume maior de chuvas nos próximos 7 dias", disse a analista de mercado da Labhoro Corretora, Andrea Cordeiro.

Ainda segundo dados reportados pela corretora, no final de semana, os estados de Kansas e Missouri, as chuvas ficaram próximas de 100 mm. Algumas localidades de Indiana e o centro sul de Illinois receberam precipitações ao redor de 50 mm. Por outro lado, áreas importantes como Iowa não receberam chuvas. Já nos próximos 7 dias, o NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - indica maior volume de chuvas na região. Alguns estados como Minnesota, Wisconsin, Iowa, Missouri  e Illinois podem ter precipitações acumuladas entre 50 mm até 75 mm.

"Não acabou o risco de problema com o clima na safra dos EUA, estamos no período de mercado climático, conhecido por grande volatilidade. Se voltarmos a ter indicações de tempo seco, os preços podem recuperar parte das perdas", completa Monte.

Outro fator que, segundo os analistas, também contribuiu para as perdas desta terça-feira foi o relatório de embarques semanais, do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Na semana encerrada no dia 30 de junho, os embarques de soja nos EUA ficaram em 191,426 mil toneladas. Na semana anterior, os números ficaram em 295,816 mil toneladas. Já as apostas dos investidores giravam entre 200 mil a 400 mil toneladas da oleaginosa. No acumulado da temporada, os embarques do grão somam 44.454,692 milhões de toneladas, frente as 48.109,838 milhões de toneladas da temporada anterior.

Os investidores ainda aguardam o relatório de acompanhamento de safras do departamento. O órgão norte-americano atualiza no final da tarde de hoje os números das condições das lavouras de soja no país. Até a semana anterior, cerca de 72% das plantações estão em boas ou excelentes condições.

Mercado interno

Apesar da alta do dólar, a queda em Chicago acabou pressionando as cotações da oleaginosa nos portos brasileiros. Em Paranaguá, o preço disponível caiu 4,21%, com a saca de soja a R$ 91,00, já o futuro ficou em R$ 84,00 a saca e perda de 6,67%. No terminal de Rio Grande, o valor disponível recuou para R$ 88,00 a saca, com perda de 5,38%. O preço futuro ficou em R$ 84,10 a saca e desvalorização de 6,56%.

No mercado interno, as cotações também recuaram em algumas praças, conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas. Em Jataí (GO), o valor caiu para R$ 72,50 a saca, com queda de 4,61%. Nas praças de Londrina e Ubiratã, ambas no Paraná, a desvalorização foi de 1,89%, com a saca da oleaginosa a R$ 78,00.

Em recente entrevista ao Notícias Agrícolas, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, disse que "a recente queda do dólar acabou afastando os vendedores". No caso da safra velha, cerca de 18% da produção ainda precisa ser negociada, já da nova temporada, em torno de 35 milhões de toneladas comercializadas antecipadamente.

Dólar

Já o dólar subiu 1,11% nesta terça-feira e fechou o pregão a R$ 3,3010 na venda. De acordo com a agência Reuters, a movimentação positiva é decorrente de uma nova onda de mau humor nos mercados globais diante da decisão do Reino Unido em deixar a Zona do Euro. E mais uma vez, o Banco Central atuou no mercado para sustentar as cotações.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Cácio Ribeiro de Paula Bela Vista de Goiás - GO

    SOJA: Ainda falta muita agua pra passar sob a ponte.... Agora uma duvida permanece: como as cotacoes continuam despencando, se no relatorio publicado ontem SOBRE AS CONDIÇÕES DAS LAVORAS AMERICANAS (05/07) indicou queda de 2 pontos no indice BOAS A EXCELENTES?? Ha poucos dias, queda de 1 ponto resultou em altas expressivas!! Alguem pode explicar? Lembrando que qualquer argumentacao pouco consistente tem como implicacao direta a PURA ESPECULACAO...

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Pois bem Sr. Cássio, vou explicar o que já expliquei aqui uma dúzia de vezes. A China está em uma situação dificil com o governo tentando de todas as formas manter a estabilidade no crescimento economico, a meta deles era de 7% ao ano. Uma das formas de tentar reativar a economia é por meio das exportações, para isso recorrem à desvalorizações cambiais, que encarecem a importação, exatamente o que aconteceu no Brasil. Isso causa inflação, e os agentes economicos que não são bobos, projetam a redução do crescimento da importação de grãos por parte da China, devido à queda do poder aquisitivo da população que a desvalorização provoca. Passe a observar, cada desvalorização do Yuan é acompanhada de queda das bolsas e das commodities. O Brasil é um país extremamente afetado pela politica monetária da China.

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    • Cácio Ribeiro de Paula Bela Vista de Goiás - GO

      Caro Rodrigo, pode ser que seu argumento seja efetivo DAQUI PRA FRENTE, mas se olharmos para o passado recente veremos que as noticias sobre MENOR CRESCIMENTO ECONOMICO, DESVALORIZACAO CAMBIAL, e coisas do genero, tiveram como resultado, no que se refere as importacoes de soja, AUMENTO DESTAS, e nao REDUCAO!!

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Prezado Cácio, escrevi "redução do crescimento da importação dos grãos", e não redução das importações.

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    • Carla Mendes Campinas - SP

      Sr. Cácio, obrigada pelo apontamento! Elaboramos hoje uma matéria sobre o clima nos Estados Unidos com muitos detalhes e algumas análises, acredito que possa trazer alguns esclarecimentos. Segue o link:http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/clima/175976-eua-chuvas-continuam-chegando-ao-corn-belt-e-volumes-sao-elevados.html

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    • Cácio Ribeiro de Paula Bela Vista de Goiás - GO

      Ok, Carla. Muito obrigado!!

      Ja li e reli a materia.

      A VERDADE e'

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    • Cácio Ribeiro de Paula Bela Vista de Goiás - GO

      CONTINUA...

      A VERDADE e' que AS VERDADES SAO RELATIVAS.

      E nao se pode negar a interferencia de "elementos ocultos" tentando relativizar mais rapidamente tais VERDADES.

      De novo, muito obrigado pela sua atencao.

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      Caro Cácio, confirmando suas afirmações: a desvalorização acumulada da moeda chinesa (YUAN) neste ano de 2016 é de 5,5%, até esta data. O crescimento da renda da população chinesa deste ano supera os 10%, enquanto que a inflação está abaixo de 2%. O superavit da balança comercial chinesa tem sido maior que 60 bilhões de dólares mensais, enquanto que os EUA tem mantido o deficit mensal ao redor de 41 bilhões de dólares. As exportações de soja brasileira estão 9,9% acima do ano passado e cerca de 76% da soja brasileira deste ano tem como destino China. Com a queda dos preços das commodities em 2015, a China economizou mais de 30 bilhões de dólares nas importações de commodities agrícolas e a soma da importação de todas as commodities, incluindo petróleo, alcançou a soma de 640 bilhões de dólares. Muito boas suas observações. Abraços.

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