Soja: Nova baixa forte em Chicago pressiona preços no interior e portos do Brasil nesta 4ª feira

Publicado em 20/07/2016 17:26

Nesta quarta-feira (20), os preços da soja voltaram a despencar na Bolsa de Chicago e tiraram ainda mais a força dos negócios no Brasil, que ainda são pontuais e feitos com poucos volumes. Como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os atuais negócios ainda voltam-se para a conclusão de operações já iniciadas e não para novas. 

Afinal, os preços não são atrativos como há algumas semanas, o mercado internacional apresenta forte volatilidade - típica desse momento - e o câmbio também limita  um avanço das cotações internamente. Por outro lado, alguns patamares ainda são mantidos com o suporte vindo dos prêmios fortes pagos pela soja nacional. Em Paranaguá, por exemplo, as primeiras posições de entrega têm prêmios de US$ 1,90 oferecidos acima dos valores praticados em Chicago. 

Nos portos, os preços voltaram a ceder nesta quarta e, no disponível, a soja foi a R$ 84,00 em Paranaguá e a R$ 81,70 em Rio Grande, perdendo, respectivamente, 2,33% e 2,16%. Já para o mercado futuro, baixa de 0,61% no terminal paraense - para R$ 81,00 - e de 1,59% no gaúcho, para R$ 80,50 por saca. 

Ao mesmo tempo, o dólar registrou um novo dia de perdas frente ao real para trabalhar próximo dos R$ 3,25, se distanciando cada vez mais dos R$ 3,30, o que também contribui para uma formação mais baixa dos preços no Brasil. Algumas indefinições políticas e econômicas internas pesam sobre o andamento dos negócios, enquanto os traders dividem suas atenções com as inúmeras questões que chegam ainda do cenário macroeconômico internacional. 

"Daqui para frente, devemos ver o dólar caindo um pouco mais, com alguns momentos de recuperação, porém, o cenário todo é contra o dólar, ou seja, os EUA devem demorar mais para subir os juros e, aqui no Brasil, o Copom deve manter as taxas. É muito dinheiro sem uma remuneração descente, e o Brasil é um prato cheio para isso, principalmente agora, com menor risco político", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities. 

Assim, o mercado, como explica o executivo, o momento é de revisar suas contas, aproveitar os melhores momentos, ou aproveitar melhores oportunidades de negócios que poderiam chegar entre os meses de outubro e novembro. 

Com essa conjuntura, os preços da soja já exibem baixas também no interior do país, as quais superaram 1% nesta quarta-feira entre as principais praças de comercialização. 

Em Panambi/RS, a saca perdeu 1,28% para R$ 74,04; em Londrina/PR, 1,34% para R$ 73,50; em Campo Novo do Parecis/MT, 2,67% para R$ 73,00 e em Barretos/SP, o recuo foi ainda mais severo - de 13,93% - levando o preço a R$ 63,43 por saca. A exceção ficou por conta de São Gabriel do Oeste/MS, com alta de 1,33% para R$ 76,00 e Sorriso/MT, com ganho de 0,66% para fechar o dia com R$ 76,50 a saca. 

No link abaixo, confira as cotações completas desta quarta-feira:

>> MERCADO DA SOJA

Bolsa de Chicago

No mercado internacional, os futuros da oleaginosa seguem refletindo com clareza a volatilidade causada pelo auge do mercado climático norte-americano. O mercado começou o dia operado com estabilidade, testou alguma ligeira recuperação, depois passou a cair e foi intensificando suas baixas para encerrar o pregão perdendo 17 e 19 pontos entre as principais posições negociadas. 

O vencimento novembro/16, que é referência para a nova safra norte-americana, terminou valendo US$ 10,09 por bushel, enquanto o primeiro contrato - o agosto/16 - fechou os negócios com US$ 10,27. 

Ainda como explica Eduardo Vanin, uma junção de fatores pesou sobre as cotações da soja nesta sessão de quarta, entre eles as previsões de clima menos preocupantes e mais favoráveis para o Meio-Oeste americano nos próximos dias, a falta de anúncios novos de compras por parte da China e o recuo dos prêmios pagos para o produto norte-americano nos últimos dias.

"Hoje temos um clima bem quente nos EUA, acompanhado de chuvas, mas para a semana que vem, temperaturas mais amenas, também acompanhadas de chuvas. Se isso se confirmar, teremos boas condições de lavouras e, os atuais índices de produtividade já se mostram melhores do que no ano passado", diz. "E isso pega o mercado na contramão, fundos bastante comprados em um cenário em que não há risco de quebra", completa. 

Na sequência, após a entrada da safra, voltam ao foco do mercado os números da demanda, ainda de acordo com o analista da Agrinvest, principalmente sobre as informações que chegarem da China. "O médio e longo prazo mostram que a demanda é crescente e deve absorver essa safra americana, e qualquer problema na safra sulamericana vai deixar o mercado, de novo, apertado", diz.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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