Soja perde os US$ 10/bushel nas posições mais longas nesta 6ª, precificando a grande safra dos EUA

Publicado em 22/07/2016 08:08

Amargando um novo dia de forte queda na Bolsa de Chicago, os futuros da soja perdiam mais de 18 pontos na manhã desta sexta-feira (22), levando as posições mais distante a perderem o patamar dos US$ 10,00 por bushel. Por volta das 7h50 (horário de Brasília), o vencimento novembro/16, que é referência para a nova safra americana, era negociado a US$ 9,92, enquanto o janeiro/17 tinha US$ 9,93 por bushel. 

O mercado internacional segue precificando as perspectivas de uma grande produção vinda dos Estados Unidos, segundo explicam os analistas, projetada para superar as 105 milhões de toneladas. Além disso, há ainda as previsões de temperaturas mais amenas para as próximas semanas, as quais poderiam amenizar os efeitos do calor intenso que ocorre durante o final desta semana no Meio-Oeste dos Estados Unidos, além de mais chuvas que também são esperadas. 

"Pode haver algum stress sobre as plantas, mas não  que dure o suficiente para provocar uma baixa na produção", diz o analisttaTerry Reilly, da consultoria Futures International ao Agrimoney. 

Ao mesmo tempo, o mercado internacional devolve as pequenas altas registradas na sessão anterior, quando os preços subiram diante de bons números das vendas semanais para exportação norte-americanas. 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja tem dia de volatilidade na Bolsa de Chicago, mas fecha a 5ª feira em campo positivo

O mercado internacional da soja fechou a sessão desta quinta-feira (21) em alta, após mais um dia de presente volatilidade. As posições mais negociadas fecharam os negócios com ganhos variando entre 3,50 e 5,50 pontos, com o novembro/16, que é referência para a nova safra dos EUA, valendos US$ 10,12 por bushel. 

Segundo explica o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, o pequeno avanço registrado pelos preços neste pregão encontrou sustentação nos bons números das vendas semanais para exportação trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), com um volume acima das expectativas para o grão e farelo. 

O reporte informou que, na semana encerrada em 14 de julho, as vendas semanais de soja totalizaram 1.326,6 milhões de toneladas, contra expectativas de 800 mil a 1,2 milhão de toneladas. Da safra 2015/16 foram 325 mil toneladas, 11% a menos do que na semana anterior, com a maior parte destinada à China. Já da safra 2016/17, foram vendidas 1.001,6 milhão de toneladas. 

Entre os derivados de soja, o USDA informou as vendas de farelo em 210,6 mil toneladas - frente expectativas de 60 mil a 200 mil toneladas - sendo 150,4 mil da safra velha e mais 60,2 mil da safra nova. Os principais compradores, neste caso, foram o Peru e destinos não revelados, respectivamente. 

Apesar disso, Motter chama atenção para a relação entre as vendas e os embarques norte-americanos neste momento. "As vendas estão acima do registrado no ano passado, porém, os embarques norte-americanos estão atrasados em relação à temporada anterior em um volume significativo - em cerca de 3,6 milhões de toneladas - e o fato de embarcar menos agora faz com que os estoques, lá na frente, não fiquem tão ajustados como se espera agora, embora haja os compromissos de venda", explica. 

Ainda como fator de sustentação para as pequenas altas desta quinta, o analista indica alguns movimentos de compra de posições por parte dos fundos de investimento após as baixas severas das últimas semanas. "O mercado já caiu muito e está em suas mínimas de dois meses e meio", diz Motter. 

Ao mesmo tempo, porém, o mercado climático norte-americano segue se desenvolvendo e está próximo de seu auge para a soja, já que agosto é o mês determinante para a cultura nos Estados Unidos. E as perspectiva, até esse momento, é de uma grande safra 2016/17, podendo passar de 105 milhões de toneladas.  Até o último domingo (17), 71% dos campos norte-americanos estavam em boas ou excelentes condições, de acordo com informações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Novos números chegam na próxima segunda-feira (25). 

Enquanto a definição ainda está um pouco distante, o mercado trabalha com as previsões climáticas indicando um calor ainda muito intenso para os próximos dias, com temperaturas ultrapassando os 40ºC no Corn Belt, enquanto para a próxima semana os indicativos já são de uma cenário com temperaturas mais amenas. As chuvas, apesar de estarem abaixo da média, chegam de forma adequeada à favorecer o desenvolvimento da nova safra americana. "E por conta do clima, ainda espero muita volatilidade para esse mercado pela frente", conclui Camilo Motter. 

Mercado Nacional

Com as cotações positivas em Chicago e o dólar que, no final do dia intensificou suas altas e subiu mais de 1% frente ao real, os preços da soja subiram nos portos do Brasil nesta quinta. Em Paranaguá, 1,19% de ganho para R$ 85,00 por saca, no disponível, enquanto em Rio Grande a alta foi de 1,22% para R$ 82,70. Já no mercado futuro, com soja a ser embarcada entre abril e maio de 2017, os avanços foram de, respectivamente, 1,23% a 0,99%, para R$ 82,00 e R$ 81,30 por saca. 

Em contrapartida, no interior do país, nas praças onde as cotações não permaneceram estáveis, recuaram. Em Sorriso/MT, baixa de 1,96% para R$ 75,000; em Ubiratã/PR, 1,36% para R$ 72,50 e Panambi/RS, R$ 73,02, caindo 1,38%. 

Clique no  link abaixo e confira as cotações desta quinta-feira na íntegra:

>> Mercado da Soja

Os negócios, entretanto, permanecem acontecendo de forma pontual, com os produtores aproveitando para vender o que há de remanescente da safra 2015/16 de forma parcelada, nas melhores oportunidades de negócios. Boa parte desses bons momentos que surgem para os sojicultores brasileiros vêm da relação ajustada de oferta e demanda que já vem sendo registrada no Brasil, dada a baixa disponibilidade de produto,  e dos prêmios fortes que são pagos nos terminais de exportação - superando os US$ 2,00 por bushel acima dos preços de Chicago - e no interior brasileiro, especialmente, como explicam analistas e consultores, nas regiões onde a atividade industrial de processamento da oleaginosa é mais forte e busca matéria-prima com maior pressão. 

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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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