Soja: Mercado em Chicago fecha com leves altas nesta 5ª; preços no Brasil têm dia misto

Publicado em 22/09/2016 19:48

Apesar da estabilidade e de oscilar durante todos os dias dos dois lados da tabela, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago encerraram a sessão desta quinta-feira (22) em campo positivo na Bolsa de Chicago. Foram pequenos ganhos de pouco mais de 1 ponto entre os principais vencimentos, com o mercado ainda encontrando suporte nas informações de clima nos EUA e da demanda, nesse momento, forte pelo grão norte-americano. 

Assim, o vencimento novembro/16, referência para a safra dos Estados Unidos, fechou os negócios valendo US$ 9,76 por bushel, enquanto o maio/17, indicativo para a safra do Brasil, ficou com US$ 9,91. 

"O mercado de grãos deve um dia misto nesta quinta, com apenas uma pequena movimentação de preços ocorrendo na soja, no milho e também no trigo, na medida em que a colheita nos EUA avança nas áreas em que as chuvas intensas não chegam. Tempestadas e algumas rápidas inundações foram reportadas em partes do norte de Iowa e sul de Minnesota. Além disso, há previsões de chuvas para os próximos dias", relata o analista internacional Bob Burgdorfer, do portal Farm Futures. 

E para este final de semana, novas tempestades podem renovar as ameaças de cheias em partes centrais do país, segundo informações do site norte-americano AccuWeather. 

"A menor de duas tempestadas deverão afetar as planícies do norte e do centro até regiões do alto Meio-Oeste já nesta quinta-feira", diz o meteorologista senior do portal, Alex Sosnowski. "Chuvas fortes irão se estender de partes de Iowa e Minnesota até Wisconsin. E algumas destas tempestades pode produzir granizo", completa. E nesta quarta, de acordo com o Serviço Nacional de Clima dos EUA, alguns tornados já foram registrados em Iowa, um dos maiores estados produtores de grãos dos EUA. 

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O fato, porém, já é conhecido e agora se sustenta mais sobre as especulações dos possíveis efeitos dos impactos desse quadro climático. Os riscos existem, porém, são ainda limitados, como explica o consultor de mercado Carlos Cogo. E o que ameniza e compensa esses atrasos iniciais, ainda segundo o consultor, é a força e a potência da safra de maquinários agrícolas dos EUA .  

"Isso faz parte do mercado climático. Enquanto existir o risco, vai existir a precificação do risco. Então, enquanto não se concluir 100% da colheita e áreas estiverem expostas a algum tipo de quebra por excesso de umidade, interrupção de colheita ou grãos ardidos, qualquer tipo de prejuízo, ele vai sendo precificado", explica. 

Na outra ponta, fortes e boas novas vindas da demanda. Além das vendas para exportação dos EUA registrarem um bom acumulado na safra 2016/17 que já supera em 34% as vendas do mesmo período da temporada anterior, novas vendas foram anunciadas nesta quinta-feira, sendo o terceiro consecutivo nesta semana. 

A primeira, de 120 mil toneladas do grão, tem como destino a China. O órgão ainda reportou a venda de 151 mil toneladas da oleaginosa para destinos desconhecidos. Na sequência, o departamento divulgou a venda de 120 mil toneladas do grão de origem opcional, que pode ser dos EUA ou outros países exportadores. Todos os volumes negociados deverão ser entregues na temporada 2016/17.

Mercado Brasileiro

A quinta-feira para o mercado da soja no Brasil não marcou um comportamento padrão para as cotações tanto no interior do país, como nos principais portos de exportação. Os preços, porém, mais uma vez não puderam contar com um estímulo muito forte de boa parte de seus componentes de formação, uma vez que em Chicago a commodity fechou com apenas leves ganhos, enquanto o dólar frente ao real, depois da despencada de ontem, subiu apenas 0,45% para terminar o dia nos R$ 3,2258. 

No Brasil, o economista chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, avalia a possibilidade de novas depreciações do câmbio nos próximos dias, ainda refletindo a decisão do Federal Reserve de manter a taxa de juros nos EUA entre 0,25% e 0,50%. Para Vieira, o câmbio continuará testando "o suporte do dólar de R$ 3,18", e caso ocorra o rompimento então poderemos ver quedas mais expressivas, buscando um novo suporte em R$ 3,11. 

Nos links a seguir, veja mais sobre o dólar, os impactos da ação do FED e do câmbio no agronegócio na entrevista do economista na íntegra e no editorial do Notícias Agrícolas. 

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Assim, as praças do Sul e do Centro-Oeste do Brasil terminaram o dia cedendo entre 0,93% e 5%, com referências para o mercado disponível variando entre R$ 67,00 e R$ 76,00 por saca. Já no estado de São Paulo, os preços subiram de forma expressiva em alguns municípios - entre 5,8% e 8,5% - para alcançarem valores de até R$ 77,00. 

No porto de Rio Grande, alta somente para a soja da safra nova, que subiu 0,13% para R$ 78,50 por saca, enquanto no disponível o preço caiu 0,65% para R$ 77,00. Em Paranaguá, em ambos os casos houve valorização, com alta de 1,27% no disponível, para R$ 80,00, e de 0,64% no mercado futuro, para R$ 78,50 por saca. Em Santos, R$ 81,50 e em Imbituba, R$ 80,50, no disponível. 

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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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