Desaceleração Chinesa pode melhorar competitividade do açúcar australiano

Publicado em 10/02/2016 15:24
Terceiro maior exportador líquido de açúcar, Austrália encontra fôlego ao reduzir os custos de produção

Apesar do real ter se desvalorizado mais do que a maioria das moedas dos demais países industrializados, o câmbio de outro importante exportador de açúcar também sofreu nos últimos anos: a Austrália. “Mesmo tendo uma das economias mais avançadas do mundo, a moeda deste país insular se desvalorizou mais e apresentou maior volatilidade do que outros concorrentes muito menos desenvolvidos, como Índia e Tailândia”, indica o analista da INTL FCStone, João Paulo Botelho.

A desaceleração da moeda australiana – influenciada pelo ritmo do crescimento econômico na China – pode ter impacto baixista sobre as cotações do adoçante, ao reduzir os custos de produção aferidos em dólares americanos. “Com a redução de seus custos em relação aos seus competidores asiáticos, os exportadores australianos devem procurar aumentar sua participação em importantes mercados importadores da região”, afirma Botelho.

Assim como no caso do Brasil, o gigante asiático é o principal parceiro comercial da Austrália, importando deste principalmente matérias-primas, como minério de ferro, carvão, cobre e alumínio. A dependência da Austrália em relação ao mercado chinês, entretanto, é muito mais acentuada que no caso do Brasil.

“Na média dos últimos doze meses, 32,4% das exportações australianas foram para a China, enquanto no caso brasileiro apenas 17,1% se destinaram ao gigante asiático”, destaca.

Açúcar - FCStone

Fonte: Bloomberg; Elaboração: INTL FCStone

Nada indica que o dólar australiano deixará de ser afetado pelo crescimento da China e pelo preço do minério de ferro, que devem continuar pressionando a taxa de câmbio. No momento, porém, as movimentações têm acompanhado também as especulações em torno de cada reunião do banco central do país (Reserve Bank of Australia, RBA).

Nos últimos anos, a autoridade monetária cortou a taxa básica de juros de 4,75% para 2% para evitar a deflação e estimular a economia em meio à queda na demanda chinesa, que levou ao fim do boom da mineração. Com isso, apesar da inflação ainda estar dentro da meta e do desemprego estar em queda, a continuidade da desaceleração na China combinada à crescente instabilidade no mercado financeiro vem levando a maioria dos economistas a acreditar que o RBA deve voltar a diminuir os juros nos próximos meses, o que pode ajudar a desvalorizar ainda mais a moeda do país.

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Fonte:
INTL FCStone

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