Motivada pela Ásia, oferta global de açúcar pode despencar em 2019/20

Publicado em 14/05/2019 10:55
Próxima safra deve gerar saldo negativo de 5,7 milhões de toneladas do adoçante, incentivado por cortes na produção indiana e tailandesa

Guiada por redução expressiva na produção de açúcar na Ásia, a safra 2019/20 (out-set) deve registrar déficit aproximado de 5,7 milhões de toneladas, segundo projeção calculada pela INTL FCStone, a primeira divulgação do grupo para a próxima temporada. A produção total de açúcar no mundo deve recuar 1,9% no ciclo 2019/20 em relação ao anterior, para 182,2 milhões de toneladas, enquanto é esperado aumento de 1% na demanda, estimada em 187,9 milhões de toneladas.

A menor disponibilidade em relação à demanda é, em grande parte, influenciada pela Ásia – especialmente por Índia e Tailândia. “Mesmo se o Brasil elevar ainda mais sua produção de açúcar na colheita de 2020, os impactos sobre o saldo global devem ser limitados. Por outro lado, considerando a flexibilidade das usinas do Centro-Sul, há a possibilidade de que o cinturão canavieiro brasileiro contribua ainda mais com a ampliação do déficit”, explica o analista de mercado da INTL FCStone, Matheus Costa, em relatório.

Após duas fartas safras, a fabricação de açúcar na Índia em 2019/20 pode apresentar forte retração na área plantada com cana-de-açúcar em Maharashtra e Karnataka, devido à menor disponibilidade hídrica. Além disso, projeções apresentadas por duas principais entidades meteorológicas do país apontam para redução absoluta no volume precipitado sobre os canaviais indianos durante as próximas monções, ocorridas entre junho e setembro.

Assim, a INTL FCStone estima que a produção de açúcar na Índia deve alcançar 28,6 milhões de toneladas (valor branco) no próximo ciclo, redução de cerca de 13,1% em relação a 2018/19. Caso as monções fiquem abaixo do esperado, entretanto, há risco de quebra ainda maior.

A Tailândia também deve apresentar redução na próxima temporada, para 13,5 milhões de toneladas de açúcar em 2019/20 (-8,8% no comparativo anual), em decorrência da troca de área cultivada com cana para culturas mais rentáveis, como o arroz e a mandioca, além da expectativa de que a temporada chuvosa possa trazer precipitações abaixo da média.

Com a perspectiva para o saldo global indicando que os preços do açúcar possam apresentar valorização no médio e no longo prazo, espera-se que o Centro-Sul do Brasil produza 29,0 milhões de toneladas (tel quel) na colheita de 2020, crescimento de 8,9% no comparativo safra-a-safra.

Nos Estados Unidos, a produção do adoçante para o próximo ciclo internacional deve receber incremento de 3,5%, para 8,5 milhões de toneladas, devido à expansão de 0,6% na área plantada com beterraba para a temporada 2019/20.

Na Europa, é esperado que sejam produzidas 17,0 milhões de toneladas de açúcar na próxima safra, retração de aproximadamente 0,6%, resultado da redução na área semeada com beterraba, em parte compensada por uma perspectiva de clima mais favorável à produtividade agrícola.

2018/19

Mesmo com redução em países como Brasil, a produção total de açúcar em 2018/19 foi revisada em cerca de 100 mil toneladas no comparativo a última estimativa divulgada pela INTL FCStone, em março – atingindo 185,8 milhões de toneladas. A demanda, por outro lado, foi elevada na mesma proporção, fazendo com que o déficit estimado para o ciclo corrente se mantivesse praticamente inalterado em 0,3 milhão de toneladas.

Os estoques projetados para o fim da temporada ficaram em 79,6 milhões de toneladas, fazendo com que a relação estoque/uso permanecesse estável em 42,8% - redução de 0,7 ponto percentual no comparativo com 2017/18.

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Fonte:
INTL FCStone

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