USDA confirma demanda aquecida e soja opera com boas altas na CBOT

Publicado em 24/07/2014 12:59

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam com volatilidade nesta quinta-feira (24), porém, se mantêm em campo positivo e registrando boas altas. Pela manhã, os principais vencimentos chegaram a subir mais de 20 pontos. Dessa forma, o vencimento agosto recuperou a casa dos US$ 12,00 por bushel e o setembro a dos US$ 11,00. 

A demanda, nesse momento, vem ganhando a maior parte da atenção dos investidores e ditando o rumo dos negócios no mercado internacional. Além das informações de novas vendas dos EUA que já chegaram ao mercado nessa semana, os números do boletim de exportações semanais divulgado hoje pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também trouxe estímulo ao mercado. Além disso, os fundos de investimentos também voltaram ao mercado, recomprando partes de suas posições frente a um mercado que vinha há semanas sobrevendido. 

Exportações semanais dos EUA

De acordo com o relatório, as vendas da safra 2013/14 na semana que terminou em 17 de julho vieram em 226,7 mil toneladas, dentro das expectativas do mercado que variavam de 90 mil a 320 mil toneladas. No entanto, as exportações da safra nova somaram 2451,1 milhões de toneladas, contra 561 mil da semana anterior, e ficaram muito acima do que era projetado pelo mercado, algo entre 1,2 milhão e 1,45 milhão de toneladas. 

Esses dados chegaram confirmando a atual força da demanda e a volta dos compradores ao mercado diante de preços mais atrativos depois das recentes perdas, que levaram as cotações ao menores patamares em quatro anos na Bolsa de Chicago. 

Só este ano, os preços da soja já caíram cerca de 17% em Chicago diante das expectativas de uma grande safra nos Estados Unidos, de mais de 100 milhões de toneladas. Porém, agora, os futuros da oleagiona voltam a subir depois de um "período implacável de vendas" - por parte dos fundos que liquidaram boa parte de suas posições no mercado futuro americano - "e isso faz com que os preços desenvolvam um novo nível de suporte na casa dos US$ 10,70 bushel, depois de atingir a mínima de US$ 10,55", disse o analista internacional Paul Deane à agência de notícias Bloomberg. 

Clima nos Estados Unidos

Em seguida dos números das exportações semanais, chegaram os novos mapas climáticos para os Estados Unidos com informações de médio e longo prazo. As previsões indicam boas condições climáticas, principalmente para agosto, mês determinante para o cultivo da soja no país, e provocaram uma devolução de parte dos fortes ganhos que vinham sendo registrados pelo mercado mais cedo, como explicou o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest. 

Os mapas vieram mostrando que no próximo mês as temperaturas deverão ser favoráveis ao desenvolvimento das plantas, além de chuvas bem distribuídas e com bons volumes para onde se esperavam dias mais quentes e secos. Em agosto, as lavouras norte-americanas entram e sua fase de formação de vagens e enchimento de grãos, momento determinante para a definição da safra do país. 

Movimentação do mercado

Frente a esses mapas e à essas novas informações, ainda como explicou o analista, a volatilidade continua acentuada e bastante presente entre os negócios no mercado internacional. Há rápidos e intensos movimentos de compra e venda e isso é que mexe com essa variação mais forte das cotações. 

Como explicou o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora, em termos de fundamentos, o fato novo foi esse bom volume de vendas de soja das duas safras pelos Estados Unidos. Porém, diz ainda que, com essa volatilidade, o movimento mais acentuado dos preços é normal já que "muitos investidores, temerosos, fazem operações rápidas de compra e venda". 

Além disso, diz ainda que ao longo das últimas semanas o mercado veio passando por intensas baixas, precificando uma série de fatores baixistas, sendo o principal deles as expectativas de uma safra recorde nos Estados Unidos, passando das 100 milhões de toneladas. Agora, portanto, o mercado vem tentando se estabilizar, apresentando essa correção nos preços. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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