A eleição de Trump e o agronegócio brasileiro. Veja quem ganha e quem perde com essa mudança

Publicado em 09/11/2016 16:32
Confira a entrevista de Antônio da Luz - Economista - FARSUL
Depois de avaliar impacto da eleição de Trump, mercado financeiro volta ao normal e nível do dólar deve ficar mais próximo dos R$3,00 do que voltar ao patamar dos R$4.00

Que impactos a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos pode trazer para o agronegócio? Para o economista da Farsul, Antônio da Luz, a situação "não deve ser um bicho de sete cabeças". Ele também aponta que o resultado não é exatamente uma "surpresa", já que a eleição estava aberta e qualquer um dos resultados poderia ocorrer no país.

O mercado financeiro, no entanto, transpareceu surpresa nesta quarta-feira (9). Uma vez que os números apresentavam Hillary Clinton com uma pequena vantagem, "o mercado financeiro não gosta de incertezas e reagiu derrubando bolsas e aumentando taxas de câmbio".

Para ele, o dólar, a princípio, não deve buscar um novo patamar com a eleição do candidato americano. Ele acredita que as decisões a serem tomadas a partir de agora por Donald Trump serão de "unir o povo americano" e de "conversar com o mundo". Ele destaca ainda a asperidade da campanha americana, o que pode ter levado o candidato a tomar um tom mais incisivo e "populista". "O Trump precisará tomar uma postura perante o mundo, o que provavelmente deve acalmar as pessoas desconfiadas", acredita. "Mas o Trump não deve deixar de ser Trump e deve cometer algumas gafes que podem gerar instabilidade".

O economista acredita em uma melhora a curto prazo para a volatilidade na taxa de câmbio, mas lembra que "coisas pontuais devem acontecer e que isso deve ter influência no agronegócio". "As coisas devem voltar para os fundamentos", destaca.

Para o agronegócio brasileiro, que é o principal exportador de café para os Estados Unidos, a situação não deve se alterar no que diz respeito às relações comerciais. Outros produtos, como madeira e tabaco, também são fortemente exportados para o mercado americano. "Muita gente tem medo do aumento do protecionismo que o Trump disse, mas esse protecionismo não é irrestrito", lembra.

Um produto brasileiro que, entretanto, deve enfrentar dificuldades no mercado americano é o suco de laranja, uma vez que já existe um histórico de disputa entre os dois países relacionado ao produto. O álcool etílico também pode ter problemas, haja vista a intenção de Donald Trump de dar apoio a outras energias, como o etanol proveniente do milho e o xisto.

Por outro lado, a manutenção de um embargo dos Estados Unidos para Cuba pode beneficiar o mercado brasileiro de arroz, que hoje é o principal exportador do produto para o país da América Central.

Quadro eleitoral do Meio-Oeste

Quando questionado sobre o porquê de o Meio-Oeste americano ter votado em peso no candidato, o economista destaca que isso não tem muito a ver com o agronegócio, e sim com as pautas conservadoras da agenda de Trump, em contraponto com a agenda progressista de Hillary Clinton.

Em contraponto, "os Estados Unidos não têm mais o que fazer pelos produtores americanos", aponta, ressaltando que o país já conta com uma grande estrutura logística, baixos custos de produção e que não possui decisões desfavoráveis para o setor por parte do governo americano. Logo, os produtores não aguardavam por um grande benefício.

Mercado de carnes

O que pode trazer preocupação, segundo o economista, é a conquista recente do mercado de carnes em contraponto com as declarações do chanceler brasileiro, José Serra, de que a eleição de Donald Trumpo poderia ser "um pesadelo para o mundo". Ele aponta que as relações que vêm sendo construídas desde 2012 podem ser freadas por conta da falta das boas práticas de relações internacionais.

Relações com a China

O economista também destaca como "improvável" o rompimento das relações comerciais entre Estados Unidos e China no agronegócio, sobretudo nas importações de soja por parte do país asiático. Ele lembra que as restrições de Trump ao mercado chinês caminhavam mais no sentido das indústrias de bens intermediários e que a China precisa de soja para transformar em proteína.

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Antonio da Luz, gostaria muito que seu amigo especialista respondesse a esse comentário. Meu posicionamento é bem simples: o aquecimento global é uma farsa, então não há o que discutir... pois aceitar os argumentos dos psicopatas como válidos é inverter a realidade para fazer as vontades de grupos fanáticos (não o professor de geografia, mas a cambada de Paris). Não há como negar que participar disso é aceitar interferência estrangeira não só no modo de viver dos brasileiros como também na imposição de leis que vamos ser obrigados a cumprir. Isso, Sr. Antonio, com a colaboração de importantes órgãos de representação da classe rural, acordos esses realizados diretamente com o governo federal e que nem de longe representam as necessidades e a realidade dos produtores rurais e da população brasileira. Você ficou devendo a opinião..., sentar e comer pipoca tomando mate não é opinião. Você diz que temos que participar, mesmo não tendo vantagem nenhuma nisso..., pois acho que podemos participar negando o aquecimento global e dizendo não à agenda globalista ambientalista que vem ditar regras no Brasil. O posicionamento do governo brasileiro é de subserviencia, de aceitação total das normas ditadas pelo IPCC e pelos globalistas. É hora de pegar o embalo e dizer: não queremos ser mandados por George Soros, Al Gores, ou quem mais seja. O Brasil já perdeu demais.

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