Safra de café estimada em 39 milhões de sacas para o próximo ano, perda de 20% sobre atual produção

Publicado em 18/10/2016 17:00
Levantamento do parque cafeeiro e renovação das lavouras são medidas prioritárias para o setor

A próxima safra brasileira de café deverá ter uma queda de 10 milhões de sacas em relação a safra passada. Os números foram trazidos por José Edgard Pinto Paiva, diretor presidente da Fundação Procafé, que participa do 42º Simpósio de Pesquisas Cafeeiras em Serra Negra, São Paulo.

O número de perspectiva para a produção da safra foi obtido após discussões e debates ao longo do simpósio. Em média, o Brasil deverá colher 39 milhões de sacas. Estes números, no entanto, ainda não são reais, mas pressionam o mercado, ao mesmo tempo em que há ainda uma escassez do produto no mercado interno. Na última safra, a produção chegou a 50 milhões de sacas.

O presidente aponta que um dos principais problemas que ocasionam a queda é o parque cafeeiro do Brasil, que está velho e precisa ser renovado. Isso faz com que as lavouras sofram cada vez mais com o fator da bienalidade e, consequentemente, com que a produção tenha um decréscimo.

Ele aponta a necessidade de renovar estes parques com variedades mais produtivas e resistentes para o café, o que exige uma mudança de mentalidade por parte do cafeicultor brasileiro. " Na Fundação Procafé, existem mais de 10 novas variedades, mas 95% das lavouras do Brasil ainda utilizam variedades antigas e obsoletas", como destaca o presidente. A média de produtividade, que atualmente é de 25 sacas por hectare, também está abaixo do suficiente, que deve ser a partir de 30 sacas por hectare.

Outra necessidade apontada pelo presidente é a de se realizar um levantamento do parque cafeeiro. O setor já se organizou para trabalhar que isso ocorra, mas ainda não encontraram meios por parte da política ou da iniciativa privada para tal.

"Ou nós vamos ser eficientes, ou nós vamos ter dificuldade de manter o nosso parque cafeeiro", destaca o presidente.

 

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • João Carlos remedio São José dos Campos - SP

    Realmente é um absurdo o Brasil, maior produtor mundial de café, quase 40% da produção, não conhecer a fundo o seu parque cafeeiro, seu estoque de passagem, o quanto se produz, etc... Então, em um ano safra 2017/2018, que já se sabe que o consumo global será bem maior que a produção, mas os especuladores farão com mais insistência suas previsões tendenciosas, cuja finalidade única será impedir uma grande correção nos preços do café, principalmente da variedade Arábica. Se tudo correr dentro da normalidade de agora em diante, produziremos de 15 a 20% menos em relação a esta safra finalizada, 2016/2017; (e quem garante que correrá?!).

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Esse realmente é um equivoco que gostaria de ver erradicado do Brasil, o nacional socialismo também chamado de fascismo. Ignorar que para que um especulador ganhe outro precisa perder já faz com que qualquer raciocinio seja errado por principio. Ora o especulador ganha na alta e também na baixa, tanto faz e isso é fácil de provar. O especulador que aposta em uma baixa e vende seu produto sai ganhador, caso contrário perdedor, pois não é preciso ser nenhum gênio para saber que se alguém compra grandes quantidades de um produto e armazena e o preço desse produto cai, vai tomar prejuizo. No entanto algumas pessoas pensam que especuladores estão sempre certos, que nunca perdem dinheiro, que tudo se passa como num filme em que todos enchem a cara, comem prostitutas caras, nunca suam frio, ganham muito dinheiro e vivem na farra. Não conheço nenhum especulador que vive assim, produtores conheci muitos, quase todos ocupando cargos públicos, para "colaborar" com a sociedade. Aproveitem, vendam tudo que tem e comprem café, daqui a um ano ninguém vai ter e vocês farão uma fortuna. Alguém tem coragem?

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. João, entendo sua indignação, mas quando o USDA dos EUA, faz a previsão da produção das commodities soja, milho, algodão do Brasil e de outros países latino americanos e, que através desse relatório há fortes influências de variações de preços, ninguém fala nada, porque? Os negócios de compra e venda de contratos das commodities, são na maioria realizados em bolsas americanas, pois é lá que funciona o sistema de uma forma mais próxima do ideal, pois suas leis são aplicadas dentro do principio da isonomia, "Xicos são iguais a Franciscos" e, as players do mercado tem suas matrizes em solo americano.

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    • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

      Saudade daquele Brasil que não sabíamos que era altivo e independente...O café hoje virou saco de pancadas, como afirmei em comentários atrás;Se o Brasil chegar a produzir um grão de café eles dirão que o consumo mundial é de meio grão...

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