DA REDAÇÃO: Redução das tarifas de energia elétrica em 2012 deverá refletir no bolso dos consumidores
Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) houve um aumento na taxa de reajuste das tarifas de energia elétrica de 11,5% para 14%. O analista financeiro, Miguel Daoud, conta que não há surpresa no futuro ajuste da tarifa, visto a maneira os problemas que o setor vem enfrentando.
Em 2012 a presidente Dilma Rousseff decidiu reduzir as tarifas de energia elétrica e realizou um acordo com as concessionárias, em que pagaria a diferença que deixariam de receber até o vencimento da concessão e renovaria antecipadamente uma nova concessão. Daoud explica que para isso a presidente assinou uma medida provisória, em que manteve as tarifas em 18%.
Porém, os níveis dos rios começaram a ceder com a falta de chuvas e o valor da energia para as empresas teve um reajuste de aproximadamente 300%, segundo o analista. Com as companhias de energia tendo de pagar o prejuízo do custo desta energia, o Governo Federal teve de oferecer empréstimos, que mais tarde teriam de ser repassados para o consumidor. Para isso, chegou a pedir para 16 bancos que realizassem estes empréstimos que foram recusados e os bancos estatais, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, tiveram de realizaram a transação.
Para Daoud, o mais agravante da situação é que os dividendos que estes bancos pagarão serão repassados para governo cobrir os gastos. “Por exemplo, a Eletrobrás pagou 16% de dividendos e não teve nem 1% de lucro”, explica o analista. Atualmente, 25% do superávit primário é proveniente dos repasses dos dividendos das estatais.
O analista coloca que a redução das tarifas de energia poderia ter se tornado um grande benefício, mas que agora a população terá de arcar com o prejuízo das empresas.