DA REDAÇÃO: Com proximidade da safra norte-americanade grãos, negócios ficam lentos no Brasil
A semana foi de poucos negócios para os produtores brasileiros, com a queda nos preços pagos nos portos. Enquanto havia negócios sendo realizados a até R$ 74 a saca, nos últimos dias esses valores estavam próximos de R$ 63 por saca. Segundo o consultor de mercado, Flávio França Jr., ainda existem compradores no mercado e interesse da indústria no mercado interno, mas muitos vendedores optaram pela não negociação com os preços mais baixos.
Segundo França, os preços até esboçaram uma pequena recuperação durante o mês, impulsionados pelo câmbio. Mas com a aproximação das colheitas da safra norte-americana de grãos na metade de setembro, a bolsa de Chicago começou a esfriar com a expectativa. A tendência é de que os negócios continuem em ritmo bastante lento no mercado interno, pelo menos até o final do ano, visto que muitos compradores já estão abastecidos. França explica que a única possibilidade de melhoria nos preços, seria mudanças nas taxas de câmbio, que pode ocorrer após o período de eleições. Porém, o consultor enfatiza que esta possibilidade é bastante remota.
Já para safra nova, há poucas fixações até o momento. Na média história, geralmente as negociações chegam a 20% neste mesmo período, enquanto não foi atingido nem 10% para esta safra. “O volume é baixo e justifica por conta de mercado com preços invertidos e baixos. Com o nível de preços indicados no ano que vem, com Chicago a U$ 10 (por bushel)ou U$ 10,50, realmente não é animador", explica França.
Por outro lado, há negócios na faixa dos R$ 58 por saca para a safra nova, preço que não tem animado os produtores. “Não é um preço de se jogar fora, que fecha a conta, que remunera o produtor. R$ 58 no (porto de) Paranaguá é o equivalente a R$ 50 no norte do Paraná e é um valor parecido com o Rio Grande do Sul e São Paulo. É um preço que dá pra começar a fazer continha porque não é desprezível", conta o consultor.
Para o ano que vem, o esperado são negócios com margem de lucro mais apertadas, principalmente com o aumento considerável nos custos de produção. Para França ainda vale a pena plantar soja, mesmo para os produtores que enfrentam um frete mais caro.