Custo de produção elevado deixa margem negativa para suinocultor no RS. Milho é o principal vilão com alta de 100%

Publicado em 11/04/2016 13:36
Enquanto custo chega a R$4,00/kg de suíno, produtor recebe R$3,17/kg posto indústria ou R$ 2,50/kg posto granja

A elevação nas despesas com a nutrição animal coloca em risco a cadeia suinícola no Rio Grande do Sul. Puxado principalmente pelo milho que subiu mais de 100% nos últimos meses, os custos de produção ultrapassam o valor de comercialização do animal vivo.

De acordo com o presidente da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul), Valdecir Folador, atualmente para produzir um quilo do animal vivo o produtor gasta em média R$ 4,00 enquanto que a comercialização posto indústria está em R$ 3,17/kg e, na granja R$ 2,50/kg.

"O Rio Grande do Sul colheu aproximadamente a mesma quantidade de milho da safra anterior, 5 milhões de toneladas, porém a exportação está demandando muito, então o estado já começa a se abastecer de milho importado da Argentina e do Paraguai, e temos produtores que já tem contrato para o segundo semestre de produto do Mato Grosso", explica Folador.

Dessa forma, não há no curto prazo um cenário favorável de abastecimento e preços do milho, somente após junho quando começa entrar os primeiros lotes da safrinha, isso se as condições climáticas foram favoráveis a produção, como ressalta o presidente.

Folador ressalta que alguns produtores poderão sair da atividade nos próximos meses, caso a situação dos custos e preços não se altere. Também não são desconsiderados reajustes de produção.

A ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos) projeta um crescimento de 70 a 100 mil toneladas neste ano (2% a 3% respectivamente), o que obrigaria elevar as exportações em 100 mil toneladas para que a oferta não seja maior que a demanda interna.

"Há uma expectativa de melhores preços de exportação para o segundo trimestre, então é o que ajudará a manter um equilíbrio no mercado. Se as vendas externas mantiverem o mesmo ritmo deste começo de ano, nos deveremos até dezembro 600 mil toneladas", destaca Folador.

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Por:
Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

    Era só o que faltava... Milho é o vilão, o bandido, o safado??!!. Será que incompetência crônica mudou de nome?

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    • Rodrigo Pereira Canoinhas - SC

      Nao eh o milho o bandido, mas sim o sistema que eh podre!!

      nao se pode trabalhar numa condicao sem estabilidade!!

      para quem vc vai vender milho quando nao tiver mais produtores de suinos para comprar??

      pense nisto e nao venha chorar quando a roda girar e VC (produtor de milho) estiver por baixo!!

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    • geraldo emanuel prizon Coromandel - MG

      Rodrigo, a estabilidade deve ser buscada através do mercado com mecanismos de proteção, nunca através do governo que é de uma incompetência absoluta. O mercado está assim porque os consumidores acreditaram nos estoques de passagem do governo que eram de 18 milhões de toneladas e as exportações seriam de 26 milhões. Tudo mentira.... números fictícios, e o mesmo acontecerá com o soja no final do ano, tendo em vista a super safra anunciada pelo governo.

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    • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

      . Rodrigo, já estivemos muito por baixo. Por anos a fio vendemos milho abaixo do minimo e de nossos custos de produção. Mas não choramos, triplicamos nossa produtividade, administramos nossos custos, enfim, fizemos a lição de casa. E, aprendemos que temos mais garantias exportando do que vender para o mercado interno. Se o senhor acompanha o NA deve estar lembrado que alguns anos atrás já havíamos alertado sobre a redução drástica de plantio de milho verão. E que seria muito arriscado ficar na dependência da safrinha. Não encontramos ouvidos que nos ouvissem. Respondendo sua pergunta:Se ficarmos por baixo, de novo, páramos de plantar. Hoje, temos outras opções.

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