Milho: Entrada da safrinha, compradores retraídos e estratégia de tradings pesam sobre os preços no Brasil

Publicado em 21/06/2016 10:15
João Batista Olivi e Carla Mendes comentam, nesta terça-feira (21), as baixas registradas nos preços do milho brasileiros registradas nos últimos dias. Tendência no curto prazo, segundo analistas e consultores, é da possibilidade de novas quedas.
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Tags:
Por:
Carla Mendes e João Batista Olivi
Fonte:
Notícias Agrícolas

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2 comentários

  • LUIZ CARLOS SOBRINHO Aparecida de Goiânia - GO

    A aquisição de milho por parte das tradings está sendo bastante lucrativa (para elas, é claro)... A principio adquiriu-se para exportar, agora acharam melhor vender no mercado interno... tudo muito lucrativo... Só que comercialização (condição de adquirir este milho a preços baratos) poderia ter sido realizada pelo Ministério da Agricultura, por meio da Conab, -- e principalmente por meio do mercado de opções. mecanismo que já existe, mas pouco utilizado.. Estaria repondo os estoques públicos e ganhando dinheiro.

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  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    Caro amigo JB, se os produtores de milho perderam a oportunidade de compra da PUT (opção de ficar vendido) e se o produtor precisa vender seu milho agora mas considera que, depois, os preços poderão subir, sugiro que ele compre uma CALL (opção de ficar comprado), ous eja, vende antes mas participa da subida nas opções.... Na compra de opções você não precisa de margem, apenas paga o valor do prêmio de aquisição. Porem, atenção que a venda das opções inverte as funções do put e do call. Sua sugestão de travar o fluxo do produto pode ser um grande risco. Se você acredita que o mercado irá subir, então você vende o milho fisico e compra uma opção para ficar comprado (CALL). Mas tomem cuidado porque não existe hedge perfeito. Minha alerta é que se o produtor vende mal seu produto, não tem solução, mas se assim o fez, foi porque achou que o preço era satisfatório na época negociação.

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    • dejair minotti jaboticabal - SP

      João,penso que você tem parte da razão, defendo que o produtor tem que se manter na atividade, mas o mercado é feito de traders de especuladores,sem os quais não haveria mercado,sabemos que muitos agricultores não podem ficar somente no financiamento bancário e mesmo os que tem fazem seus mix.Os produtores tem que ter uma planilha de custo e estabelecer suas margens,fora isto é loteria,pode ganhar ou perder, e produtor que age assim geralmente perde.Estamos em um processo de profissionalização, alguns produtores já estudam séries de mercados e inter relação entre commodities, surpresas de mercado são pontos fora da curva e não interferem em um projeto de longo prazo.No mercado todos são importantes,mas não há inocentes.

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    • Bertholdo Fernando Ullmann Patos de Minas - MG

      Como o Liones escreveu, não existe hedge perfeito. O problema aqui no Brasil, onde o frete pesa muito em cima dos preços, atrapalha muito esse hedge. Na BMF, o milho pode recuperar R$ 5,00/saca e na região onde o produtor fez sua trava e tem fatores locais que podem fazer o preço subir ou até cair no mesmo período, complica muito essa estratégia. Que está perto de porto, com boa logística, essa operação na maior parte das vezes vai ser equilibrada. Eu sou totalmente a favor de fazer hedge com opção, mas nossa realidade está muito longe do resto do mundo. A operação de hedge já não é perfeita e os contratos de soja e café, para piorar, são em dólar.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Berthold, esse é o primeiro passo da condição de cada um. ESTABELECER O SEU PREÇO BASE ! Ocorre que na maioria das regiões do país, as diferenças sazonais com as corações em bolsa "engole" o possível lucro do dono do contrato futuro. Porque? Porque o produto que ele está negociando, na sua região o "PREÇO BASE" sofre variações acima da média, frete, custo de armazenagem, por exemplo. Para calcular o "PREÇO BASE" da sua região, você deve ter no minimo os preços diários dos últimos três a cinco anos e, coletar esses preços do mesmo período da Bm&f, fazer alguns cálculos e verificar se estatisticamente os desvios são permitidos. Enfim são cálculos de matemática financeira. Simples assim.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      He! He!... Onde lê-se: ...diferenças sazonais com as corações em bolsa "engole" ... Leia-se: ...diferenças sazonais com as cotações em bolsa "engole" ...

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    • Marcos Hildenbrandt Rondonópolis - MT

      Caro Liones Severo, muito interessante a estratégia de vender no físico agora e comprar uma opção de compra (CALL) na BM&F. Preços subindo, produtor participa da alta, mesmo não tendo mais milho. Caso isso não aconteça, e o preço venha até a cair, produtor já honrou seus compromissos, está com a receita em caixa e perde apenas o valor investido na opção algo em torno de 2% do preço segurado.

      Minha sugestão seria aguardar mais um pouco para comprar a CALL, no pico da colheita, onde os preços estão mais pressionados.

      Quanto a venda de opções, operação que chama margem, produtor rural não deve fazer isso. Vamos deixar esse risco para o mercado financeiro. Produtor deve sempre comprar opção.

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    • Marcos Hildenbrandt Rondonópolis - MT

      Caro Bertholdo, quanto ao diferencial de base de cada região do Brasil com Campinas - SP, que é a praça de referência para o contrato de milho; as variações realmente existem. Existe uma correlação de preços, mas não é um valor fixo. Sugestão seria comparar o preço que está girando na região com o indicador CEPEA para acompanhar essas variações. Quanto aos contratos de soja e café serem em dólar, realmente é uma pena. Caso fossem em reais, não seria necessário fazer 2 travamentos, do valor da produção e, também, do dólar. Com isso poderíamos ter mais liquidez na BM&F para esses contratos, principalmente para a soja.

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