Em Itanhangá (MT), colheita da safrinha do milho chega a 60% e perdas superam os 40%

Publicado em 28/06/2016 11:03
Rendimento médio está próximo de 65 sacas do grão por hectare, contra as 90 sacas por hectare da safra passada. Clima seco e ataque de lagartas afetaram a produtividade das plantações nesta temporada. Na soja, quebra na safra ficou próxima de 30%. Recursos irão fazer falta no planejamento da safra 2016/17 e já há perspectiva de redução na área plantada com a oleaginosa.

Em Itanhangá (MT), a colheita do milho safrinha já está completa em 60% da área plantada com o cereal nesta temporada e as perdas superam os 40%. O cenário é decorrente da forte estiagem registrada ao longo do mês de abril e que prejudicou o desenvolvimento das plantações. Até o momento, pouco mais de 16,62% da área semeada já foi colhida em todo o estado, conforme números do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).

O produtor rural do município, Gledson Piaia, ressalta que a produtividade média das lavouras está entre 60 a 65 sacas do grão por hectare.  Número bem abaixo da perspectiva dos agricultores e do registrado em anos com clima favorável, entre 80 a 100 sacas de milho por hectare.

“E nas lavouras que ainda serão colhidas, poderemos ter uma quebra ao redor de 50%. Faltaram chuvas no momento do desenvolvimento das plantas, além disso, tivemos um ataque maior das lagartas, uma vez que a tecnologia Bt está perdendo a eficiência. E ainda temos cerca de 15% a 20% de grãos avariados nos armazéns”, explica Piaia.

Em relação ao seguro, o produtor ainda explica que são poucos os agricultores que têm o mecanismo na região. Paralelamente, os produtores estão apreensivos com os contratos feitos antecipadamente, com valores próximos de R$ 16,00 a saca do cereal.

“Teremos que renegociar as dívidas, cada produtor terá que sentar com a sua empresa e conversar. Quem fechou contrato a R$ 16,00 a saca e está colhendo 65 sacas de milho por hectare não fecha a conta e irá ficar devendo”, pondera o agricultor.

Nesse instante, a saca do cereal para exportação é cotada entre R$ 22,00 a R$ 23,00 na região. Já o milho destinado ao mercado interno chegou a ser negociado entre R$ 28,00 a R$ 30,00 a saca. “Temos pouco milho para ser negociado nesse instante, grande parte foi comercializado anteriormente. E quem tem o cereal e puder segurar só irá vender o grão com valores entre R$ 30,00 a R$ 35,00 a saca”, reforça.

Soja

A cultura da soja, semeada na safra de verão, também registrou perdas expressivas, acima de 30% devido ao clima irregular. O rendimento médio ficou entre 30 a 32 sacas da oleaginosa por hectare, frente à média de 55 sacas do grão por hectare registrada em anos anteriores.

“Mas na soja, tivemos o decreto de situação de emergência. Então, os produtores conseguiram renegociar e empurrar as dívidas. Porém, com esses dois prejuízos a perspectiva é que haja uma redução entre 10% a 15% na área cultivada com a soja na próxima safra de verão. Os produtores não terão recursos para fazer esse investimento”, acredita Piaia.

Veja fotos enviadas pelo produtor rural:

Colheita do milho safrinha em Itanhangá (MT). Envio do produtor Gledson Piaia

Colheita do milho safrinha em Itanhangá (MT). Envio do produtor Gledson Piaia

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário