INCERTEZA 1 - Soja alcança R$ 80 no disponível e produtor não consegue segurar o preço por falta de hedge

Publicado em 25/09/2015 12:24
Hedge deveria ser mecanismo de proteção para o produtor rural neste momento de incerteza cambial. Só que o BB não divulga a alternativa, nem estimula a trava, muito menos financia o prêmio. E o produtor rural continua na incerteza, no risco. Por João Batista Olivi.

A volatilidade do dólar e a incerteza quanto ao cenário político-econômico do país gera grande preocupação aos produtores que estão iniciando o plantio da safra de verão 2015/16.

De acordo com o jornalista João Batista Olivi, os preços da soja nesta quinta-feira (24) alcança R$ 80,00/sc no disponível e cerca de R$ 74,00 a saca para negócios futuros, no entanto os produtores não consegue segurar o preço por falta de hedge.

Segundo ele, para realizar esse tipo de cobertura uma corretora da região do triângulo mineiro ofereceu "contratos de até R$ 90,00/sc com prêmio de R$ 11,00, ou seja, mais de 10% por saca", afirma Olivi orientando que em qualquer contrato de opção o valor cobrado pelo prêmio não deve ultrapassar 5% sobre custo do que é assegurado.

Para solucionar esse problema e trazer tranquilidade ao setor produtivo neste momento de crise, João Batista considera que o Banco do Brasil deveria oferecer opção de hedge, com o prêmio financiado pelo Estado.

"Se o governo quer manter a estabilidade da agricultura e da oferta de alimentos, teria que vir imediatamente a público fazer esse lançamento das opções com financiamento público", considera João Batista.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Por:
João Batista Olivi e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

3 comentários

  • EMERSON ALMEIDA Londrina - PR

    Sou assessor de investimento regulado pela CVM e tenho credenciamento como AAI e somos especialistas e desenvolvedores para um mercado liquido e justo nos prêmios de opções de CALL e PUT, mas na BM&F somente existem negócios para MILHO CCM... para a soja, nada....

    MARIO SPEROTTO - PORTO ALEGRE - RS 26/09/2015

    Tem alguns problemas para viabilizar esse tipo de operação aqui no BR, primeiro que não existe um contrato na BMF de soja com liquidação física (que pela arbitragem futuro/físico seguiria mais fielmente os preços físicos) com a cotação em R$. Da maneira atual quem quer fazer hedge teria que fazer além do hedge no dólar e na soja, que além de dobrar o custo ficaria e não se garantiria efetivamente um preço mínimo em reais..... outra coisa é que diferente do EUA e até mesmo da Argentina, no Brasil o diferencial entre as praças é muito expressivo, e além disso esse diferencial oscila bastante (logistica ineficiente com foco no transporte rodoviario que tem um custo alto e que depende de diversos outros fatores)...isso inclusive inviabiliza os hedges com contratos futuros de milho, cuja praça é campinas e que pode-se dizer que somente pessoal do interior de sp e talvez do pr consigam fazer um hedge relativamente eficiente.... não acho que deva ser papel do estado financiar o prêmio pois derivativos, contratos futuros, opções e bolsas existem justamente para livre transferência de risco entre agentes, para se resolver via mercado, de livre escolhas, colocar estado no meio disso só iria bagunçar e tornar os mercados "menos eficientes".....

    PAULO ROBERTO RENSIBANDEIRANTES - PR 26/09/2015

    Não existe o mercado de opções? Segundo consta o mercado de opções é uma forma de liberar o investidor de não precisar de manter um fluxo de caixa. Nos contratos de mercado futuro quando há baixa ou alta no valor da commodity, ocorre débitos ou créditos na conta corrente do investidor, é mais ou menos isso aí, só termina no vencimento do contrato. No mercado de opções não há esses desencaixes e, você pode vender sua opção, se estiver comprado, ou o contrário se estiver vendido, e pode ser feito antes da data de vencimento do contrato.

    PAULO ROBERTO RENSIBANDEIRANTES - PR 26/09/2015

    Ah! O que o Sr. Mario diz é o preço base da commodity, ou seja a soja de Nova Mutum no MT tem um preço base, que é o preço CBOT menos (frete, impostos, taxas, armazenamento, enfim todos os custos para que esse grão chegue ao destino). Para o produtor ver se tem viabilidade fazer o contrato deve contratar corretoras da BM&f que eles farão o estudo.

    0
  • Paulo Sergio Betelli Catalão - GO

    Outro fator que prejudica os sojicultores do Brasil é a carga tributaria de mais de 20% acima do que é cobrado, por exemplo, dos argentinos... lá se usa um imposto sobre o IVA que possibilita a eles serem mais competitivos, principalmente nos momentos de crise do setor.

    0
  • Paulo Sergio Betelli Catalão - GO

    João Batista, infelizmente o Brasil nunca teve (e dificilmente terá) uma politica agrícola para poder planejar de forma ampla o resultado do esforço dos produtores... é só ver hoje quem está no Ministerio da Agricultura, a sra. Katia Abreu não tem o perfil para este cargo, pois seu interesse é só político (pessoal)... precisamos de ter pessoas no Ministerio da Agricultura que sejam tecnicos no assunto e não políticos que só se interessam pelos seus projetos de poder... e só ver de perto a situação do setor Agropecuario..., seria uma boa ideia esta sua se o Banco do Brasil tivesse pessoas do mercado com vasto conhecimento em commodities para dar ao produtor a opção de Hedge, como acontece com os americanos -- pois lá o mercado funciona.

    0
    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Paulo o BB e TODAS as cooperativas usam os documentos que os produtores rurais assinam são negociados no mercado de derivativos, mas essa informação não é passada para o produtor em sua maioria. No Brasil eles só deixam o produtor fazer o mercado de balcão, a famosa troca com prazo safra. Ocorre que todos aqueles papéis que o produtor assina vão ser negociados no mercado futuro. Quando na época da colheita que o produtor vai entregar o seu soja, cujo contrato foi feito à R$ 53,00/sc e o preço do dia está a R$ 59,50/sc, quem fica com o lucro? Se ocorrer o contrário a cooperativa usa seus contratos futuros para "zerar" a operação, ou seja, o agricultor acha que saiu ganhando, mas numa hipótese a cooperativa ganha e na outra empata. Onde ele ganhou?

      0
    • Paulo Sergio Betelli Catalão - GO

      Paulo Roberto Renzi boa tarde, talves você não entendeu a materia publicada, mais vamos lá, o Banco do Brasil é uma instituição financeira direta ao produtor, as operações de Hedge no Brasil é feita pelas esmagadoras de soja direto com Chicago onde se vende os contratos de farelo soja e oleo o produtor brasileiro infelismente ainda não tem esta opção como é feito nos Estados Unidos onde o produtor vende sua produção direta usando seu broker para comercializar seu produto.

      0
    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      É exatamente isso, só que o BB e todas as outra instituições financeiras que financiam diretamente o produtor, negociam os contratos ou qualquer coisa que o valhe no mercado de derivativos e, todos esses custos já são embutidos na conta do produtor da assinatura do contrato, pois os agentes financeiros sabem "muito bem" fazerem as contas.

      0
    • Mario Sperotto Porto Alegre - RS

      Tem alguns problemas para viabilizar esse tipo de operação aqui no BR, primeiro que não existe um contrato na BMF de soja com liquidação física (que pela arbitragem futuro/físico seguiria mais fielmente os preços físicos) com a cotação em R$. Da maneira atual quem quer fazer hedge teria que fazer além do hedge no dólar e na soja, que além de dobrar o custo ficaria e não se garantiria efetivamente um preço mínimo em reais..... outra coisa é que diferente do EUA e até mesmo da Argentina, no Brasil o diferencial entre as praças é muito expressivo, e além disso esse diferencial oscila bastante (logistica ineficiente com foco no transporte rodoviario que tem um custo alto e que depende de diversos outros fatores)...isso inclusive inviabiliza os hedges com contratos futuros de milho, cuja praça é campinas e que pode-se dizer que somente pessoal do interior de sp e talvez do pr consigam fazer um hedge relativamente eficiente.... não acho que deva ser papel do estado financiar o prêmio pois derivativos, contratos futuros, opções e bolsas existem justamente para livre transferência de risco entre agentes, para se resolver via mercado, de livre escolhas, colocar estado no meio disso só iria bagunçar e tornar os mercados "menos eficientes".....

      0
    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Não existe o mercado de opções? Segundo consta o mercado de opções é uma forma de liberar o investidor de não precisar de manter um fluxo de caixa. Nos contratos de mercado futuro quando há baixa ou alta no valor da commodity, ocorre débitos ou créditos na conta corrente do investidor, é mais ou menos isso aí, só termina no vencimento do contrato. No mercado de opções não há esses desencaixes e, você pode vender sua opção, se estiver comprado, ou o contrário se estiver vendido, e pode ser feito antes da data de vencimento do contrato.

      0
    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Ah! O que o Sr. Mario diz é o preço base da commodity, ou seja a soja de Nova Mutum no MT tem um preço base, que é o preço CBOT menos (frete, impostos, taxas, armazenamento, enfim todos os custos para que esse grão chegue ao destino). Para o produtor ver se tem viabilidade fazer o contrato deve contratar corretoras da BM&f que eles farão o estudo.

      0