Quem deve financiar o hedge? Por João Batista Olivi

Publicado em 28/09/2015 16:09
Quem deve financiar o Hedge?

Com a chegada da chuva que inicial oficialmente o plantio da soja nas principais regiões produtoras, os agricultores se animam com a possibilidade de uma boa produção.

No entanto ainda paira sobre o setor as preocupações quanto a custos, preços e comercialização da produção, que tem sido afetado pela incerteza da crise político-econômica do país. Recentemente o jornalista João Batista Olivi se pronunciou a favor de que o Banco do Brasil deveria financiar as operações de hedge, um mecanismo de proteção para contratos futuros.

Em contrapartida, Mário Sperotto de Porto Alegre (RS) afirmou, em espaço no Notícias Agrícolas, que existem alguns problemas para viabilizar desse tipo de operação no Brasil, pois "não há um contrato na BM&F de soja com liquidação física e cotação em reais". Além disso, ao contrário do que pregou o jornalista, o prêmio não deveria ser subsidiado pelo BB "pois derivativos contratos futuros, opções e bolsas existem justamente para livre transferência de risco entre agentes, para se resolver via mercado, de livre escolhas", acrescentou.

Contudo para se avançar na produção de alimentos é preciso garantir a segurança da produção. Ainda assim, em momentos de crise é necessário "estabilizar os preços, reduzir a inflação e principalmente conter o custo de vida. E para fazer isso é preciso que os melhores preços sejam garantidos", avalia João Batista.

Neste sentido, o jornalista defende o financiamento do prêmio através do banco público garantindo a segurança das operações financeiras dos produtores e também aumentando a procura por esse tipo de cobertura que reverteria em uma redução do custo do prêmio no Brasil.

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Por:
João Batista Olivi e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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4 comentários

  • Fernando Barbosa são Pedro da União - MG

    João Batista, parabéns pelos esclarecimentos sobre hedge..., no caso do café (que não é uma commoditie) alguns produtores integram um sistema chamado de "fair trade", no qual compradores (geralmente da Europa) mantem um preço mínimo e também premio para garantir a subsistencia desses produtores (pequenos). Mas, mesmo com essa alternativa, nós, da cafeicultura, temos de enfrentar as dificuldades causadas pelo desvario de nossa política bolivariana... Ou seja, no campo, quem fica com as consequencias desse desastre geralmente são as cooperativas, que dependem do financiamento dos bancos para complemento de suas compras...

    João, vejo que o Pais precisa de um projeto de mercado e de um ajuste no controle das contas públicas. Acompanho sempre o Noticias Agrícolas e vejo tantas pessoas no FALA PRODUTOR, fazendo perguntas, outras trazendo respostas, mas todos perplexos com nossa realidade..., mas as informações fluem com muita rapidez, principalmente nas redes sociais, e o que fica são apenas fragmentos do momento. Se essas informações fossem usadas corretamente, com mais parcimonia e reflexão, nosso pais não estaria nessa situação, principalmente veriamos um crescimento da consciencia na hora de votar...

    Mesmo assim, parabéns pela publicação e pela sua insistencia em nos informar...

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  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Ah! Para aqueles que se interessarem, cobrem do "NA" que eles lhes passarão os endereços dos profissionais credenciados para operarem na BM&F e, que lhes darão uma orientação profissional sobre o assunto, pois sou só um simples matuto.

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  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    A realidade é que o produtor está familiarizado com um tipo de "business"....

    O mercado oferece várias opções de negócios (business), podendo explicá-los em três conceitos: Termo, Futuro e Opções.

    A negociação a termo: as partes estabelecem o preço da mercadoria na data pré estipulada e, que será o preço da liquidação na contra-entrega da mercadoria em data futura. Ou acerta-se que o preço de liquidação será o preço vigente na data da entrega da mercadoria.

    A negociação futuro: São realizados acordos privados de compra e venda de um ativo para liquidação futura Poe um preço determinado. Onde a Câmara de Compensação da Bolsa de Futuros (CVM) assume os riscos de crédito dos participantes.

    Nesta modalidade, no caso o produtor deve disponibilizar um capital para o fluxo de caixa diário, para compensar as variações diárias da mercadoria (preços na bolsa). Quando o preço abaixa, no caso o produtor que vendeu o contrato de soja ou milho tem que depositar a diferença e, quando sobe (o comprador) deposita.

    Outra diferença são os contratos da CBOT- Chicago e BVMF-Brasil.

    Em Chicago a cotação é: cent.US$/ bushel e cada bushel=27,21429Kg e, HUM contrato é 5.000 bushel = 136,071 toneladas de soja.

    No Brasil a cotação é: US$/saca e, HUM contrato é 450 sacas = 27 toneladas. Vejam que tem que fazer muitas contas para fazer uma comparação entre os relatórios de cada bolsa.

    Ah! O bushel do milho é 25,40 kg.

    A negociação de opções: É um instrumento que dá ao seu titular, ou comprador um direito futuro sobre algo (opção), mas não sua obrigação; ao contrário do comprador, o vendedor ficará com a obrigação caso o comprador exerça o seu direito. Ex: Seguro de carro.

    É a Lei de política agrícola americana, a famosa Farm Bill, que subsidia os prêmios das negociações de opções de renda dos agricultores estadunidenses, prejudicando todos os produtores de commodities do resto do mundo.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Paulo você escreveu isso de madrugada---Eu queria imprimir essa preciosidade

      de explicaçao mas nao consigo----vou ter que copia-lo na munheca---

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Carlo, vá com a seta no inicio do texto, quando ela passar como um "I" maiúsculo, clique o botão direito do mouse e arraste até o final do texto, ele vai ficar com um fundo azul. Clique o botão direito do mouse, aí vão aparecer as opções : COPIAR ... PESQUISAR ... E ... IMPRIMIR .

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      ERRATA: EM VEZ DE BOTÃO DIREITO ... É ESQUERDO ...DESCULPE-ME !!

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Essa explanação foi a partir da apostila do curso de MBA DO AGRONEGÓCIO, do Pecege-ESALQ-USP que frequentei, infelizmente não consegui concluir o curso, mas como muitos dizem, o conhecimento não ocupa espaço, só nos torna mais livres.

      Quanto ao exemplo do seguro do carro, deve-se pensar assim: a seguradora lhe vende o seguro (apólice) se ocorrer o sinistro você exerce o direito do ressarcimento, se não ocorrer nenhum sinistro, a seguradora ficará com o valor do premio (apólice). No caso da opção é semelhante, mas existem muitas outras particularidades. Neste site há alguma informação sobre o tema: https://www.mycap.com.br/produtos/home-broker/opcoes.aspx

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  • Bertholdo Fernando Ullmann Patos de Minas - MG

    Excelente comentário, João Batista.... Gerar liquidez nas opções a futuro para todo mercado agrícola brasileiro seria algo mais que necessário, é urgente. Isso traria estabilidade para toda a cadeia agrícola e um ganho incalculável para o País... A segurança de rentabilidade se transformaria em empregos, investimentos, infraestrutura, etc. A bancada ruralista tem o dever de transformar essa necessidade em realidade.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Bertholdo...mais uma vez você está certo em suas colocações mas um dos grandes problemas são como as informações chegam ao produtor rural pois tem os analistas altistas..baixistas...mas precisamos de REALISTAS..e tem os JORNALISTAS altistas e baixistas mas precisamos que coloquem a VERDADE...

      Olhe o exemplo da semana passada...os JORNALISTAS e ANALISTAS altistas...disseram o que!!!! AH viram só a China comprou de uma tacada só 13 milhoes de TONS de soja...ah viram a DEMANDA..está FORTE e por isto Chicago subiu...mas eu não sei se estes ISTAS ENROLÕES não sabem..ou não conhecem..ou são pagos para falar bobagens pois vejam só...a CHINA na safra anterior e em mesma data havia comprado quase 40% a mais de soja que nesta safra!!!!!com a compra dos 13 milhoes de TONS ainda fica levemente a BAIXO da safra anterior!!!! e o que é PIOR..falam em DEMANDA forte..E QUE A COMPRA DOS 13 MILHOES MOSTRAM QUE OS PREÇOS IRIAM SUBIR!!!! cRITIQUEI ISTO NESTE ESPAÇO E dona Carla mendes ME GLOSOU..EXPURGOU...POR ISTO FALEM A VERDADE AO PRODUTOR....ASSIM ELE VENDE MELHOR POR ESTAR BEM INFORMADO..O PT E A DILMA TAMBEM FAZIAM ISTO E LEVARAM O PAÍS AONDE!!!!!!!

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Mais um exemplo...desde o incio do plantio da safra americana a Dona Desiré do canal rural e o apresentador de mercado e cia...o soja despencando em Chicago e dele FOFOCA E BALELA sobre o clima ah..O EL NINHO...na colheita nos EUA via chover pra dedéu..o jogo não está jogado e dele BALELA.. e vejam hoje como chove nos EUA!!!!!!!!!!na colheita...agora com RABO no meio das perna..esqueceram o que falavam todo o santo dia....UMA MENTIRA REPETIDA VEZES VIRA VERDADE mas o tempo mostra a verdade...

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    • Marcos Hildenbrandt Rondonópolis - MT

      Trabalhamos com a venda de opções de venda (PUT) e de compra (CALL) e acreditamos que são excelentes ferramentas para hedge, tanto para produtores como consumidores e indústrias de produtos agrícolas.

      O João Batista também sabe dessa importância, mas foi infeliz na cotação da PUT da soja a R$ 90,00 / saca. O custo dessas opções é bastante volátil e o travamento nesse patamar é muito caro, considerando que esse preço é recorde para essa safra aliado à volatilidade do dólar.

      Para nossos clientes, sugerimos hedge um pouco abaixo dos valores extremos, com isso, o custo fica muito mais acessível. Lembrando que a grande vantagem das opções é a possibilidade de não precisar exercer o preço, vendendo sua produção nos valores de mercado quando estiver acima do preço travado.

      Também concordamos que um contrato de soja na BM&F poderia ser a saída para que o contrato de soja tenha a importância que deveria ter, considerando que deveremos se o maior produtor mundial. No caso dos contratos de milho, boi gordo e dólar, já funcionam muito bem.

      Quanto ao financiamento público do hedge, devemos observar com cautela, pois o Banco do Brasil pode vincular a liberação de recursos com a venda de opções através de sua corretora. Todo o trabalho de anos de Agentes Autônomos explicando o mecanismo e fazendo sua carteira de clientes, pode ir por água abaixo. Produtores poderão ter pagar mais caro e terão uma prestação de serviço abaixo do que tem hoje.

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