Chuvas irregulares, atraso na safra e o replantio da soja em MT

Publicado em 16/11/2015 17:06
Chuvas irregulares e o replantio da soja em MT

Influenciada pela atual ocorrência do fenômeno climático El Niño, que já foi considerado pela ONU o mais forte já registrado, a safra 2015/16 tem demonstrado diferentes condições de clima nas principais regiões produtoras do país. Enquanto que no Sul, o excesso de chuvas castiga as lavouras e impede a evolução do plantio, no Centro-Oeste ocorre o contrário, os produtores aguardam as chuvas.

Algumas áreas do estado estão há quase 40 dias sem registro de precipitações. E mesmo quando a chuva alcança o Estado, elas são irregulares e de pequeno volume. Segundo o jornalista João Batista Olivi, diversas áreas precisaram ser replantadas e preocupam os produtores.

"Muita gente se comprometeu com a safra, vendendo antecipadamente para aproveitar os bons preços. E essa comercialização futura que geralmente gira em torno de 40% já falam-se  acima de 50% da safra já fixada, mas cadê a soja?", questiona João Batista.

Além disso, outro fator que aflige os agricultores é a antecipação do período do vazio sanitário estabelecido para essa safra. De acordo com a Instrução Normativa Conjunta Sedec/Seaf/Indea-MT Nº 001/2015, publicada em fevereiro deste ano, o período proibitivo ficou estabelecido entre o dia 1º de maio a 15 de setembro.

Há época, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja)  posicionou-se contrária a medida entendendo que a alteração antecipando em 30 dias a data de início impactaria na produção, principalmente de sementes para o uso próprio, já que esta antecipação de data limita a janela de produção para salvar sementes.

Preços

Além dos problemas climáticos, altos custos de produção e incertezas quanto à produção, os agricultores não só do Mato Grosso - mas de todo o país - precisam estar atentos aos preços da soja.

Como explica Olivi, a cotação da oleaginosa na Bolsa de Chicago está operando próximo aos US$ 8,60/bushel, em contrapartida os preços no mercado interno têm sido favorecidos pelo câmbio, chegando a ser negociado acima dos R$ 70,00 a saca em algumas regiões.

Diante desse cenário, João Batista alerta que poderemos ter uma mudança brusca nesta conjuntura caso alguns fatores políticos e econômicos alterem o movimento de alta do câmbio.

"É um cenário artificial, e no momento que isso se estabelecer - seja através da renuncia da Dilma ou o Lula parando de querer agitar - esse câmbio vai descer e ficaremos com preços próximos aos que estão sendo praticados em Chicago", sinaliza João Batista.

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Por:
João Batista Olivi e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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4 comentários

  • gilson antunes de melo diamantino - MT

    Concordo plenamente com vc, Rodrigo.

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  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    O João Batista está certo de novo... O produtor não pode ficar a mercê de um governo, 'fica Levy, sai Levy". Já se ouve falar que ele não dura mais de dois meses no cargo. Se sair o Levy e entrar o Meirelles, é paulada nos juros e valorização do real. Se for o Barroso ou sei lá, o Tombini, aumento de crédito e desvalorização cambial. Nessa situação de indefinição, o produtor deve fazer o possivel para proteger sua renda.

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  • Vilson Ambrozi Chapadinha - MA

    Concordo com vc, Marcelo Luis. Estive por uns dias no oeste do PR. Pouco sol, muitas nuvens. Se continuar assim ate o enchimento, a produção cairá sim.

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  • Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR

    Para os americanos, só interessa a produção do Mato Grosso. Eles não prestam atenção para o restante do Brasil. Todo foco recai sobre o estado maior produtor de soja do Brasil. Muito em breve, estas notícias de seca e perda de produtividade vão começar a influir na bolsa de Chicago. Também aqui no Paraná as coisas não estão tão boas assim. Muitas reboleiras de soja com plantas mortas ou com desenvolvimento prejudicado por fungos no solo. Nas áreas que percorri, certamente a produção será menor que no ano passado. Temos muito tempo ainda até a colheita, mas as previsões climáticas não são nada boas, tanto para o sul como para o centro-oeste.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      He! He! (risos). A pesquisa está preocupada em a resistência das raças dos fungos causadores da doença do soja, mas esquece-se do fungos benéficos que compõem a fauna microbiológica do solo. SERÁ QUE OS FUNGICIDAS USADOS PARA O CONTROLE DA FERRUGEM DO SOJA, NÃO ESTÃO PROMOVENDO A MATANÇA INDISCRIMINADA DOS CHAMADOS FUNGOS BENÉFICOS ???

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      He! He! (risos). O Dr. Matielli pode reafirmar. Antes da ferrugem no cafeeiro na década de 1970, o bicho-mineiro era citado como uma praga secundária, pois seus prejuízos eram insignificantes para a cultura. Isto porque ocorria naturalmente uma bactéria sobre a folha do cafeeiro, que causava uma doença no bicho-mineiro, controlando-o e, mantendo-o em um nível de ataque, abaixo do dano necessário ao controle. Com as pulverizações dos produtos cúpricos, preventivos à ferrugem, o Cobre é bactericida e, matou aquele "ser" que ajudava o cafeicultor a controlar o bicho-mineiro. Hoje o bicho-mineiro, quando ocorre períodos com altas temperaturas e baixas precipitações, tornou-se a "PRAGA PRINCIPAL"!!! Parafraseando James Carville: É A TECNOLOGIA ESTÚPIDO !!!

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Onde lê-se : Dr. Matielli... LEIA-SE: Dr. MATIELLO...

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    • Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR

      Certamente os fungicidas desequilibraram a fauna microbiológica do solo. As classes de fungos basidiomicetos, ascomicetos e deuteromicetos deveriam estar em equilíbrio no solo, mas com a aplicação de fungicidas, algo mudou. Veja o exemplo do fungo Nomurea Rileyi, que atacava as lagartas da soja. Hoje é muito raro ver esta doença ajudando a controlar lagartas. Infelizmente é o preço que temos que pagar para controlar um mal maior, que são as doenças da soja.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Marcelo...em 1975 ao acompanhar uma lavoura de soja em Ponte Serrada SC e ao constatar a presença de lagartas em grande quantidade recomendei ao produtor a aplicação de inseticida...ele foi direto..que nada vou mandar benzer e é nove pau...insisti e ele ficou quieto...semana seguinte retornei e as lagartas em sua maioria mortas com a coloração do ataque do fungo....mas ainda não se tinha esta observação técnica...fiquei batendo cabeça entre o benzedor e oque teria causado a morte da lagarta...e guardei na memoria as lagartas mortas e sua coloração..dois anos mais tarde ao sair esta observação técnica do ataque de fungos e ao ver um slide ficou claro o que aconteceu...

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Sobre o interesse dos americanos pelo soja do MT deve ser por causa do Dr Guerra...mas falando serio o que determina o mercado da soja e principalmente o preço é o MT..por isto o interesse dos USA....outra coisa lembram da situação de plantio da safra americana...plantada com chuvas em excesso...e o reusltado...a maior safra de milho e soja..portanto as chuvas em excesso no plantio não são determinantes para o tamanho da safra...

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      O que os produtores tem que prestar atençao é no milho safrinha...com plantio tardio da soja...o milho safrinha será plantado em menor escala e por consequencia os preços internos deverão se descolar dos preços internacionais...prova disto é que temos muito milho e os preços subiram motivado pela ida as compras dos grandes consumidores ao constatarem esta situação...

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